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Por g1


Dólar — Foto: Karolina Grabowska/Pexels

O dólar fechou em leve queda nesta quinta-feira (14), com investidores atentos ao quadro fiscal, enquanto as explosões na praça dos Três Poderes, em Brasília, na véspera, ainda tomam conta do noticiário.

Os explosivos detonados perto do Supremo Tribunal Federal (STF), além de reascenderem as discussões e cautela com a violência política, também reduziu as expectativas de que o governo anuncie o pacote de corte de gastos ainda nesta semana.

No fim da tarde de ontem (13), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a falar sobre o pacote e disse que já estava pronto para anunciá-lo, aguardando apenas o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Há expectativa de que a medida seja divulgada após o encontro do G20, que ocorre no começo da próxima semana.

Ao longo desta quinta, o mercado também monitorou as declarações do presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto. Ele disse, entre outros pontos, que o fim do trabalho 6 x 1 elevaria custo do trabalho e a informalidade.

No exterior, destaque para o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell. Em evento do Fed em Dallas, Powell afirmou que não há necessidade de apressar cortes de juros diante do cenário econômico do país.

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, fechou em alta.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Dólar

O dólar recuou 0,01%, cotado a R$ 5,7896. Veja mais cotações.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 0,91% na semana;
  • avanço de 0,14% no mês;
  • ganho de 19,31% no ano.

No dia anterior, a moeda subiu 0,36%, cotada a R$ 5,7904.

Ibovespa

O Ibovespa subiu 0,05%, aos 127.792 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 0,03% na semana;
  • perdas de 1,48% no mês;
  • recuo de 4,76% no ano.

Na véspera, o índice encerrou em alta de 0,03%, aos 127.734 pontos.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

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O que está mexendo com os mercados?

Mais uma semana caminha para se encerrar com o cenário fiscal brasileiro como o foco principal dos investidores no país. No último pregão desta semana — já que amanhã é feriado de Proclamação da República e a bolsa de valores não abre —, o mercado seguiu na expectativa pelo anúncio dos cortes de gastos.

Essa espera já dura mais de duas semanas. Inicialmente, investidores acreditavam que o pacote seria anunciado logo após o fim do segundo turno das eleições municipais. No entanto, as negociações para decidir quais ministérios seriam atingidos pelos cortes se estenderam e foram concluídas nesta semana.

Agora, o pacote entrou na fase de receber apoio do Congresso e, nesta quarta, o presidente Lula chamou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para uma reunião.

Havia expectativa de que o pacote fosse anunciado nesta quinta, mas as explosões em Brasília reduziram essas chances.

Ontem, um homem morreu após uma explosão em frente ao STF, na Praça dos Três Poderes. Momentos antes, outras explosões aconteceram em um carro que estava no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados.

A Polícia Militar do Distrito Federal faz uma varredura, na manhã desta quinta-feira (14), na Praça dos Três Poderes. Por conta disso, as atividades no Supremo e na Câmara foram suspensas até o meio-dia. Já o Senado decidiu cancelar o expediente. O Planalto ainda não informou se agenda de Lula será mantida.

Ainda no cenário doméstico, o Banco Central informou nesta quinta-feira (14) que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado a "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB), registrou uma alta de 1,1% no terceiro trimestre deste ano.

O resultado pelo BC foi calculado após ajuste sazonal — uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes. A comparação foi feita com os segundo trimestre de 2024.

Nesta quinta-feira, o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, discursou em evento e criticou o projeto legislativo que busca acabar com a jornada de 6 dias de trabalho por 1 de descanso. Segundo ele, a proposta reduziria a produtividade e elevaria o custo da mão de obra.

Enquanto isso, no exterior, destaque para as novas declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, em um evento da autoridade monetária em Dallas, nos EUA.

Powell afirmou que o crescimento econômico contínuo, um mercado de trabalho sólido e a inflação que permanece acima da meta de 2% significam que o banco central dos Estados Unidos não precisa se apressar para reduzir a taxa básica de juros e pode deliberar com cuidado.

O presidente do Fed disse que ele e seus pares ainda consideram que a inflação está "em um caminho sustentável para 2%", o que permitirá que o BC mova a política monetária "ao longo do tempo para um nível mais neutro". O ritmo de cortes de juros, no entanto, "não está predefinido", disse Powell.

Nesta quinta, atenções voltadas também para a inflação americana. Os preços ao produtor registraram crescimento de 0,2%, em linha com as expectativas dos analistas.

Na quarta, dados da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) também mostraram uma alta de 0,2% em outubro, confirmando as estimativas.

O número veio no mesmo patamar registrado pelo indicador em setembro, o que sugere que o progresso da inflação em direção à meta do Federal Reserve, de 2%, desacelerou.

Balanços corporativos

A divulgação de novos balanços financeiros também movimentaram os mercados nesta quinta-feira.

Na véspera, o Nubank informou que mais que dobrou seu lucro líquido ajustado no terceiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior, em base neutra de câmbio. O resultado ficou acima das estimativas de analistas.

O banco digital registrou um lucro líquido ajustado de US$ 592 milhões no trimestre encerrado em setembro, acima dos US$ 559 milhões esperados por analistas em pesquisa da LSEG.

O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) anualizado não ajustado, um indicador de rentabilidade, foi de 30%, o maior já registrado.

A carteira de crédito do Nubank cresceu cerca de 47% em relação ao ano anterior, atingindo US$ 20,9 bilhões, enquanto a taxa de inadimplência acima de 90 dias no Brasil, seu principal mercado, ficou em 7,2%, acima dos 6,1% de um ano antes e dos 7% do segundo trimestre.

A varejista Americanas publicou na quarta-feira que teve lucro líquido de R$ 10,3 bilhões no terceiro trimestre, em um resultado recheado de efeitos gerados pelo plano de recuperação judicial da rede de varejo.

A companhia afirmou que o resultado positivo bilionário obtido entre julho e setembro decorreu, entre outros fatores, de "reconhecimento como receita financeira dos 'haircuts' gerados no momento da quitação de dívidas concursais com credores financeiros e reversão de juros e atualizações monetárias".

Um ano antes, a rede de varejo teve prejuízo de R$ 1,63 bilhão, segundo resultado reapresentado citado pela empresa nesta quarta-feira.

Já a companhia aérea Azul anunciou na manhã desta quinta prejuízo líquido ajustado de R$ 203 milhões no terceiro trimestre, uma redução ante o desempenho negativo de R$ 856 milhões apurado no mesmo período de 2023.

A companhia também estimou um crescimento de cerca de 23% em seu resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em 2025, para cerca de R$ 7,4 bilhões.

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