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Por g1


Dólar — Foto: Karolina Grabowska/Pexels

O dólar inverteu o sinal negativo visto na primeira metade do pregão e fechou a sessão desta quarta-feira (13) em alta, conforme as atenções continuavam voltadas para o quadro fiscal do país.

Os investidores ainda aguardam o anúncio do pacote de cortes de gastos por parte do Governo Federal, em busca de sinais do comprometimento do governo com o arcabouço fiscal (regra que limita o endividamento público do país).

Diante da demora no anúncio das medidas, há uma preocupação crescente no mercado, que ainda especula de onde virão e como serão os cortes a serem feitos.

Além disso, investidores também repercutiram os leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) feitos pelo Banco Central do Brasil (BC). A instituição vendeu US$ 4 bilhões nos leilões realizados nesta quarta-feira.

No exterior, o foco estava com os novos dados de inflação dos Estados Unidos.

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em leve alta.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Dólar

Ao final da sessão, o dólar subiu 0,36%, cotado a R$ 5,7904. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,8175. Veja mais cotações.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 0,93% na semana;
  • avanço de 0,16% no mês;
  • ganho de 19,33% no ano.

No dia anterior, a moeda subiu 0,01%, cotada a R$ 5,7698.

Ibovespa

Já o Ibovespa avançou 0,03%, aos 127.734 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 0,08% na semana;
  • perdas de 1,53% no mês;
  • recuo de 4,81% no ano.

Na véspera, o índice encerrou em baixa de 0,14%, aos 127.698 pontos.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

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O que está mexendo com os mercados?

As preocupações com a situação fiscal do Brasil continuam a fazer preço nos mercados domésticos, em meio à demora do governo em anunciar novas medidas de cortes de gastos.

Com a espera pelo anúncio das medidas já completando mais de duas semanas, os investidores seguem incertos sobre como serão os cortes a serem anunciados.

Na última semana, o presidente Lula e o ministro da Fazenda se reunirão com diversos ministérios, na tentativa de fechar um pacote de medidas de cortes de gastos e garantir as metas fiscais dos próximos anos.

Até o momento, representantes de pelo menos 12 ministérios já se reuniram com Lula e a estimativa é cinco devem ser atingidos pelo pacote:

  • Saúde;
  • Educação;
  • Trabalho e Empresa;
  • Desenvolvimento Social;
  • Previdência Social.

O novo capítulo da história, agora, é uma reunião entre Haddad e o ministro da Defesa, José Múcio, para tratar de cortes de gastos na pasta, que acontece nesta quarta. Mais tarde, está previsto um encontro de Múcio com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o mesmo tema.

Especialistas explicam que, quanto mais tempo o governo demorar para anunciar o plano de corte de gastos, mais o mercado fica desconfiado e busca formas de proteger seus investimentos, o que tende a valorizar o dólar em detrimento do real.

"Quanto mais tempo passa, mais o mercado vai se protegendo", diz Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos.

Entre os indicadores, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o setor de serviços cresceu 1,0% em setembro, renovando o nível mais alto da série histórica. Em 12 meses, acumula alta de 4,0%.

"Os dados confirmam a resiliência do setor, que, mesmo diante da desaceleração esperada para o ano de 2024 frente ao resultado absolutamente positivo de 2023, mantém sua pujança pulverizada nos mais diversos segmentos. Prova disso é que, das 5 grandes categorias que compõe o indicador, apenas transportes recua em 2024", diz Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital.

No entanto, apesar de o bom desempenho ser um importante impulsionador para o Produto interno Bruto (PIB) do país, os fortes números do setor de serviços podem pesar sobre a inflação — já que a demanda aquecida pode elevar os preços.

"Este mesmo movimento é encarado com parcimônia e extrema cautela, uma vez que os transbordamentos deste maior dinamismo dos serviços para a esfera dos preços poderia colocar em risco a trajetória da política monetária e até mesmo ser um catalisador dos vetores que levaram o BC a endurecer a condução da política monetária", explica Argenta.

Já no exterior, o foco ficou com os novos dados da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. O indicador registrou uma alta de 0,2% em outubro, em linha com as estimativas do mercado.

O número também veio no mesmo patamar registrado pelo indicador em setembro, o que sugere que o progresso da inflação em direção à meta do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), de 2%, desacelerou.

Esse cenário corrobora com a visão de que o Fed pode precisar fazer menos cortes de juros ao longo do próximo ano, mantendo as taxas norte-americanas em patamares elevados por mais tempo.

Isso tende a aumenta a rentabilidade dos Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA), considerados os ativos financeiros mais seguros do mundo — o que deixa os países emergentes, como o Brasil, menos atrativos para o investidor estrangeiro.

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