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Por Alexandro Martello, g1 — Brasília


  • O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que não foi informado sobre mudanças no seguro-desemprego, abono salarial e multa de 40% por demissão sem justa causa, apesar de rumores

  • A equipe econômica está estudando propostas de cortes para manter o arcabouço fiscal, mas Marinho não foi consultado sobre o tema

  • Ele destacou que não há debate entre ministros sobre cortes em programas do Ministério do Trabalho e que qualquer decisão sem sua participação seria uma agressão

  • Ele criticou a divulgação de estudos sem consulta aos ministros responsáveis pelas pastas cujos programas podem ser afetados

  • Marinho mencionou que o cargo pertence ao presidente Lula e que ele pode ser demitido se não estiver servindo

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, durante entrevista em Brasília — Foto: Alexandro Martello/g1

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou nesta quarta-feira (30) que não foi informado sobre qualquer mudança no seguro-desemprego, no abono salarial e na multa de 40% por demissão sem justa causa dos trabalhadores com o objetivo de cortar gastos públicos.

A equipe econômica tem se debruçado, nas últimas semanas, sobre propostas de cortes de gastos públicos com o objetivo de manter operando o arcabouço fiscal, a regra para as contas públicas. Mudanças no seguro-desemprego estão sendo ventiladas.

"Se ninguém conversou comigo, não existe [debate sobre essas supostas mudanças]. Se eu sou responsável pelo Trabalho e Emprego. A não ser que o governo me demita", afirmou o ministro do Trabalho.

A expectativa é que os temas sejam apresentados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e enviados ao Congresso Nacional, nas próximas semanas.

De acordo com o ministro Marinho, não existe um debate de ministros da área econômica sobre cortes de gastos em programas do Ministério do Trabalho.

"Não tem debate sobre cortar abono, seguro-desemprego ou acabar com a multa do fundo de garantia. Vão resolver o problema do empregador. Vão tirar do trabalhador e passar pra empresa, é isso? Resolve o problema do país", afirmou.

"Esse é o debate que em tese estaria colocado, só que nunca fui consultado. Então pra mim não existe", acrescentou Marinho.

Demissão

Questionado se pedirá demissão se o governo propuser alterações em políticas de sua pasta, Marinho afirmou que isso poderá acontecer se ele se sentir "agredido".

"Uma decisão sem participação em um tema meu, é uma agressão. Não me consta que nenhum ministro de Estado tenha estudado isso. As áreas técnicas têm obrigação de estudar. O que não é de bom tom é vazar estudos sem consultar os ministros titulares das pastas", disse.

O ministro afirmou, entretanto, que o cargo dele pertence ao presidente da República.

"Se ele achar [presidente Lula] que não está servindo, pede pra sair. Estou falando que esse debate não existe no governo [sobre mudanças em políticas do Ministério do Trabalho]. Existe um monte de estudos, técnicos olhando, tem alguma área que tem alguma fragilidade", concluiu.

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