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Por g1


— Foto: Karolina Grabowska/Pexels

O dólar conseguiu fechar a sessão desta quarta-feira (16) em terreno positivo, após passar boa parte da tarde oscilando entre altas e baixas.

Com a falta de novidades no mercado, investidores seguiram atentos ao quadro fiscal do Brasil, em meio a falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da ministra do Planejamento, Simone Tebet. (Entenda mais abaixo)

A repercussão de uma reunião entre Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) também ficou na mira do mercado.

Além disso, investidores ainda seguem atentos à corrida presidencial norte-americana. Mesmo com a proximidade do dia de votações, ainda há muita indefinição nas pesquisas eleitorais. Ontem, o candidato Donald Trump disse que, se eleito, promoverá um forte aumento de tarifas nos Estados Unidos.

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, também fechou em alta.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Dólar

Ao final da sessão, o dólar subiu 0,14%, cotado a R$ 5,6644, renovando o maior patamar desde 6 de agosto, quando fechou a R$ 5,6561. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,6994. Veja mais cotações.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 0,89% na semana;
  • avanço de 3,99% no mês;
  • ganho de 16,73% no ano.

No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 1,33%, a R$ 5,6565.

Ibovespa

Já o Ibovespa encerrou com um avanço de 0,54%, aos 131.750 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 1,35% na semana;
  • perdas de 0,05% no mês;
  • recuo de 1,82% no ano.

Na véspera, o índice subiu 0,03%, aos 131.043 pontos.

O que está mexendo com os mercados?

No cenário doméstico, as atenções continuaram voltadas para o quadro fiscal. Nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a agenda de revisão de gastos públicos é um tema a ser tratado com prioridade pelo governo até o final o ano, ressaltando que serão propostas "medidas consistentes" para que o arcabouço fiscal tenha vida longa.

"Eu nem estou falando em corte, eu quero muito mias uma calibragem da dinâmica da evolução dos gastos para caber dentro do arcabouço fiscal e nós seguirmos a vida com o juro mais baixo, crescimento e geração de emprego", disse o ministro em entrevista a jornalistas.

Haddad também afirmou que as propostas a serem feitas pelo governo não afrouxarão normas já existentes e disse que "não há hipótese" de estatais saírem da contabilidade do arcabouço fiscal, argumentando que alterações de redação nas medidas podem ser feitas caso haja alguma divergência de interpretação.

O tema tem sido foco da equipe econômica, diante das pressões para que o governo cumpra suas metas fiscais.

Nesse cenário, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também falou sobre o tema na véspera, destacando que "chegou a hora" de levar a sério a revisão de gastos públicos no país.

"Não é possível mais apenas pelo lado da receita resolver o fiscal. Arcabouço está de pé. Sem perspectiva de alteração", afirmou a ministra.

A ministra disse que o governo segue com a revisão de programas sociais para identificar fraudes, mas que a situação demanda uma "revisão estrutural" dos gastos. Segundo Tebet, ela e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, autorizaram suas equipes a colocar todas as propostas no papel.

"Estamos otimistas de que esse pacote terá condições de avançar na mesa do presidente. Ideia é logo após o segundo turno conversar com o presidente Lula", afirmou.

A ministra não deu detalhes sobre quais gastos serão revisados pela equipe econômica, mas citou os supersalários do funcionalismo, que classificou como algo "imoral".

Cenário internacional

Já no exterior, o cenário político dos Estados Unidos, com a proximidade das eleições presidenciais, em que se enfrentam a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump, ganha cada vez mais relevância entre os investidores.

As mais recentes pesquisas eleitorais mostram uma disputa apertada. A democrata manteve uma vantagem de 3 pontos percentuais sobre o republicano — 45% a 42% — nas intenções de voto, segundo uma nova pesquisa Reuters/Ipsos.

Com um cenário ainda incerto, chamam a atenção as declarações de Trump, que tem falado em aumentar as tarifas para importação de produtos nos Estados Unidos, se eleito, o que poderia prejudicar o comércio exterior e os países exportadores, como o Brasil.

Além disso, nesta terça, Trump afirmou que, se eleito, terá o direito de dizer ao Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) o que fazer com as taxas básicas de juros dos Estados Unidos. Ele afirmou, no entanto, que não ordenará o ajuste.

Isso ocorre em um momento em que o Fed acabou de iniciar seu ciclo de cortes nos juros, com uma redução de 0,50 ponto percentual, que levou as taxas a um patamar entre 4,75% e 5,00% ao ano.

Além disso, o mercado segue de olho nos preços do petróleo, que, embora continue em baixa, deu certo alívio nesta quarta, reduzindo a pressão sobre o dólar.

Na véspera, a commodity caiu mais de 4% com as perspectivas de baixa na demanda e com uma redução nas ameaças de Israel em relação a um possível ataque às instalações petrolíferas do Irã. Hoje, a queda é de cerca de 0,40%.

Quando há menor demanda pelo petróleo, menos dólares são colocados em circulação pelos países importadores, o que encarece a moeda americana, principalmente frente aos países que exportam a commodity, como o Brasil.

*Com informações da agência de notícias Reuters

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