Oferecido por

Por g1


Notas de 1 dólar — Foto: Rafael Holanda/g1

O dólar fechou em alta nesta terça-feira (5), após passar boa parte da sessão oscilando entre altas e baixas. Investidores seguem à espera de pistas sobre a decisão de juros nos Estados Unidos e na Europa.

Na agenda da semana, as expectativas são pelos dados de emprego norte-americanos e pelas falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, que deve discursar no Congresso do país nos próximos dias.

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em queda.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Dólar

Ao final da sessão, o dólar avançou 0,16%, cotada a R$ 4,9556. Veja mais cotações.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 0,02% na semana;
  • queda de 0,34% no mês;
  • e avanço de 2,12% no ano.

Na véspera, a moeda norte-americana teve queda de 0,15%, cotado a R$ 4,9475.

Ibovespa

Já o Ibovespa encerrou em queda de 0,19%, aos 128.098 pontos.

Com o resultado, acumulou quedas de:

  • 0,84% na semana;
  • 0,71% no mês;
  • e 4,54% no ano.

Na véspera, o índice teve queda de 0,65%, aos 128.341 pontos.

Entenda o que faz o dólar subir ou descer

Entenda o que faz o dólar subir ou descer

O que está mexendo com os mercados?

Na agenda de indicadores desta terça-feira, o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) informou que o crescimento do setor de serviços dos Estados Unidos desacelerou em fevereiro, para 52,6, após ter atingido 53,4 em janeiro. A estimativa dos analistas era que o índice ficasse em 53,0.

Apesar da queda, no entanto, uma leitura acima de 50 indica crescimento no setor de serviços, que responde por mais de dois terços da economia no país.

Além disso, o Departamento do Comércio norte-americano divulgou que as novas encomendas de bens fabricados no país também caíram mais do que o esperado, pressionados por uma queda acentuada nos pedidos de aeronaves comerciais. A demanda por computadores e produtos eletrônicos, por outro lado, acelerou.

Esses dados paralelos de atividade e confiança, no entanto, são apenas coadjuvantes do interesse real do mercado, que é o rumo das taxas de juros nos EUA. Para isso, as expectativas seguem voltadas para os dados de empregos que devem sair nos próximos dias.

Na quarta-feira (6), sai o relatório ADP, com números dos empregos privados nos Estados Unidos, enquanto na sexta (8) tem o payroll, o mais importante relatório do mercado de trabalho do país.

Esses dados são observados com atenção, principalmente em um momento em que as taxas de juros americanas já estão os maiores patamares em décadas — entre 5,25% e 5,50% ao ano. Isso porque um mercado de trabalho ainda muito aquecido pode continuar gerando pressão inflacionária sobre a economia.

Por outro lado, se os números vierem abaixo do esperado ou mostrarem uma desaceleração da geração de empregos, é sinal de que as taxas elevadas estão pressionando a economia e isso pode servir de incentivo para que o Fed inicie seu ciclo de corte nos juros em breve.

Ainda no cenário de juros, o presidente do Fed, Jerome Powell, deve falar no Congresso americano na quarta e quinta-feira (7). Investidores aguardam o discurso, à espera de mais sinalizações sobre quando os cortes nas taxas devem começar.

Na Europa, o BCE anuncia sua decisão sobre as taxas de juros também na quinta-feira. A expectativa é que a instituição mantenha os juros no nível recorde de 4%, mas é provável que reduza sua perspectiva para a inflação, em um aceno para eventuais cortes.

Na China, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, anunciou na terça-feira uma meta ambiciosa de crescimento econômico para 2024, de cerca de 5%, prometendo medidas para transformar o modelo de desenvolvimento do país e neutralizar os riscos alimentados por incorporadoras imobiliárias falidas e cidades endividadas.

Ao estabelecer uma meta de crescimento semelhante à do ano passado, que será mais difícil de ser alcançada, já que a recuperação pós-Covid está perdendo força, Pequim sinaliza que está priorizando o crescimento em detrimento de quaisquer reformas, mesmo com Li prometendo novas políticas ousadas, disseram analistas.

"É mais difícil atingir 5% este ano do que no ano passado porque o número base ficou mais alto, indicando que os principais líderes estão comprometidos em apoiar o crescimento econômico", afirmou Tao Chuan, analista-chefe de macro da Soochow Securities à agência Reuters.

O crescimento irregular do ano passado evidenciou os profundos desequilíbrios estruturais da China, desde o fraco consumo das famílias até os retornos cada vez mais baixos sobre os investimentos, o que levou a pedidos de um novo modelo de crescimento.

Na agenda interna, o boletim Focus mostra que os economistas do mercado financeiro elevaram a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, ao mesmo tempo em que reduziram as expectativas de inflação para 2024.

Para este ano, a estimativa de crescimento da economia brasileira subiu de 1,75% para 1,77%. Já para 2025, a previsão de alta do PIB do mercado financeiro ficou estável em 2%.

Para o comportamento da inflação, os analistas das instituições financeiras baixaram a expectativa para 2024 – que recuou de 3,80% para 3,76%. Para 2025, a estimativa de inflação ficou estável em 3,51% na última semana.

Outro destaque para os preços ao produtor, que recuaram 0,31% em janeiro, no terceiro mês seguido de deflação, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.

O resultado levou o índice acumulado em 12 meses a uma retração de 5,56%. No mês anterior, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) havia caído 0,20%. Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que somente oito tiveram queda de preços na comparação mensal.

"Esta sequência de resultados negativos do IPP vem após uma série de três meses seguidos de altas, entre agosto e outubro do ano passado. Apesar do índice de -0,31% em janeiro, não há uma queda disseminada por toda a indústria, pois 15 setores tiveram aumento de preços", destacou Murilo Alvim, analista do índice.

As maiores influências no resultado de janeiro partiram de refino de petróleo e biocombustíveis (-0,51 ponto percentual), indústrias extrativas (0,23 p.p.), alimentos (-0,18 p.p.) e metalurgia (0,07 p.p.). O setor de refino de petróleo e biocombustíveis apresentou queda no mês de 4,77%), marcando a segunda variação negativa seguida.

Já o setor de alimentos apresentou queda de 0,74% dos preços em janeiro, após quatro resultados positivos consecutivos. De acordo com o analista do IBGE, isso se deve a preços menores do açúcar e dos derivados de soja. Considerando as grandes categorias econômicas, bens de capital tiveram alta de 0,55% em janeiro, bens intermediários recuaram 0,88% e bens de consumo subiram 0,37%.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!