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Por g1


Cédulas de dólar — Foto: Pexels

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em queda nesta quinta-feira (29). O destaque negativo foi para o tombo das ações da Ambev, após a companhia divulgar queda no lucro no último trimestre de 2023.

Já o dólar fechou em leve alta, em um dia marcado pela divulgação dos mais recentes dados de emprego no Brasil.

A taxa de desemprego foi de 7,6% no trimestre encerrado em janeiro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado veio melhor do que as expectativas de mercado, que previa uma taxa de 7,8%. No entanto, representa uma alta em relação ao trimestre móvel anterior: entre outubro e dezembro, a taxa de desemprego foi de 7,4%.

O mercado também repercutiu a divulgação do núcleo índice de inflação PCE nos Estados Unidos, que subiu 0,4% em janeiro, contra alta de 0,1% em dezembro.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Dólar

O dólar subiu 0,06%, cotado a R$ 4,9724. Veja mais cotações.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 0,40% na semana;
  • alta de 0,71% no mês;
  • avanço de 2,47% no ano.

Na véspera, a moeda norte-americana teve alta de 0,74%, cotado a R$ 4,9694.

Ibovespa

O Ibovespa caiu 0,87%, aos 129.020 pontos.

As ações da marca de bebidas Ambev recuaram mais de 6%, em uma das maiores perdas deste pregão. O desempenho negativo da empresa foi puxado pela baixa de 11% no seu lucro no quarto trimestre de 2023 em relação ao mesmo período de 2022, segundo balanço corporativo divulgado mais cedo.

O lucro da companhia foi de R$ 4,53 bilhões, com recuo, também, na receita líquida (-12%), que foi de R$ 19,99 bilhões. O mercado esperava um lucro de R$ 4,64 bilhões e uma receita de R$ 22,14 bilhões, de acordo com levantamento da LSEG.

Segundo a empresa, o seu volume de vendas no Brasil caiu de um ano para o outro por conta da base de comparação forte que foi gerada pela Copa do Mundo de 2022.

Com o resultado de hoje, o Ibovespa acumulou:

  • queda de 0,31% na semana;
  • alta de 0,99% no mês;
  • recuo de 3,85% no ano.

Na véspera, o índice teve baixa de 1,16%, aos 130.155 pontos.

Entenda o que faz o dólar subir ou descer

Entenda o que faz o dólar subir ou descer

O que está mexendo com os mercados?

O dia começou com a divulgação da taxa de desemprego do trimestre encerrado em janeiro, que veio levemente melhor que as projeções de mercado.

Em relação ao trimestre encerrado em dezembro, houve uma leve aceleração na taxa, de 0,2 ponto percentual. Já em relação ao trimestre imediatamente anterior, entre agosto a setembro, o período teve estabilidade de desocupação (7,6%).

Contra todos os trimestres móveis, é a primeira alta desde fevereiro de 2023. No mesmo trimestre de 2022, a taxa era de 8,4%.

Rafael Perez, economista da Suno Research, comenta que o "movimento de alta na taxa de desemprego no início do ano já era esperado, tendo em vista a sazonalidade do mercado de trabalho e as demissões dos trabalhadores temporários de final de ano" e destaca que a elevação foi moderada, mostrando um mercado de trabalho fortalecido.

"O mercado de trabalho resiliente e a expansão dos rendimentos dos trabalhadores tem sido fundamentais para sustentar o crescimento da economia desde o ano passado. Contudo, este movimento tem ligado um sinal de alerta para o banco central, já que pode pressionar a inflação de serviços e dificultar uma queda mais acentuada dos preços", pontua Perez.

Ainda no cenário doméstico, investidores ficaram de olho no encontro do G20. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi liberado da Covid-19 e participou do evento presencialmente.

Pela manhã, Haddad afirmou que soluções efetivas para que os super-ricos paguem sua justa contribuição em impostos "dependem de contribuição internacional".

Segundo o ministro, os países do grupo precisam trabalhar em conjunto para completar a agenda de tributação global "de maneira equilibrada" e garantir as negociações do Pilar 1.

"Se unirmos esforços [...] poderemos continuar avançando e diminuir oportunidades para que um pequeno número de bilionários não continue tirando proveito de buracos no nosso sistema tributário para não pagar sua justa contribuição", afirmou.

Também no G20, o economista e diretor do European Tax Observatory, Gabriel Zucman, afirmou que sua proposta de tributação em cooperação internacional para super-ricos, defendida pelo Brasil na trilha de Finanças do G20, teria alíquota mínima de 2%, a ser cobrada sobre a riqueza de bilionários.

O economista foi convidado por Haddad, com o objetivo de iniciar a discussão sobre uma possível tributação internacional. Sua proposta é uma forma de contribuição para o início de discussões mais profundas que o grupo fará sobre o tema.

"Fiz a proposta de uma cobrança mínima de 2% sobre a riqueza de bilionários. É uma taxa baixa, mas ainda faria uma diferença muito grande. [...] Mas acredito que podemos ser mais ambiciosos do que isso", afirmou Zucman aos jornalistas no G20, em São Paulo.

No exterior, investidores repercutem o núcleo do PCE, que subiu 0,4% em janeiro, dentro das expectativas. Esse é o índice de preços favorito do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e seu resultado pode trazer uma sinalização sobre quando o ciclo de corte nos juros deve começar no país.

Esse indicador mede a variação dos preços dos bens e serviços adquiridos pelos consumidores para fins de consumo, excluindo os itens voláteis de alimentos e energia.

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