Ibovespa — Foto: Pexels
Investidores acompanharam a divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos e monitoraram falas do presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto.
Ao final do pregão, o Ibovespa recuou 0,05%, aos 118.350 pontos. Veja mais cotações.
Os papéis da Vale, de maior composição no índice, recuaram 1,18% na sessão.
Na véspera, o Ibovespa fechou em baixa de 0,57%, aos 118.409 pontos, na sétima queda consecutiva. Com o resultado de hoje, passou a acumular:
- quedas de 0,97% na semana e de 2,95% no mês;
- ganhos de 7,85% no ano.
No mercado cambial, o dólar fechou em queda de 0,45%, vendido a R$ 4,8821.
O que está mexendo com os mercados?
O grande destaque da sessão desta quinta-feira ficou com a inflação norte-americana, que veio dentro das projeções do mercado. Em julho, a inflação do país subiu 0,2% frente ao mês anterior e 3,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
Esses números são importantes para que o Federal Reserve (Fed, o banco central do país) defina o rumo das taxas de juros na maior economia do mundo, hoje entre 5,25% e 5,50% ao ano.
"Dados de inflação são muito observados pelo mercado especialmente agora, quando se discute se haverá uma pausa no ciclo de alta de juros em setembro pelo Fed", destacam os analistas.
Preços mais controlados na maior economia do mundo podem levar a uma queda nos juros na próxima reunião do Fed, ou pelo menos a manutenção no atual patamar. Quando a inflação, por outro lado, vem acima das projeções, especialistas explicam que o banco central americano pode promover novos aumentos nas taxas.
Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo, atraindo os investidores, que retiram o seu dinheiro de ativos de risco. Essa dinâmica tende a valorizar o dólar frente outras moedas, principalmente de países emergentes, como o real.
Já se os juros caem, a rentabilidade desses títulos fica menos atrativa e os investidores ficam mais propensos a tomar riscos, o que beneficia outros ativos. Por isso, o dólar opera em queda em relação à moeda brasileira hoje.
No noticiário doméstico, as atenções ficaram voltadas para as falas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, que participou de uma audiência pública no Senado Federal.
O banqueiro central afirmou que a instituição tem conseguido fazer um "pouso suave" contra a alta de preços, mas alertando que a inflação de serviços brasileira segue como uma preocupação.
Além disso, Campos Neto também afirmou que o BC estuda alternativas para reduzir a inadimplência nas operações com cartão de crédito rotativo, avaliando extinguir a modalidade em troca de um parcelamento com juros.
O mercado ainda aguarda a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Brasil, previsto para amanhã.