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Por Luiz Felipe Barbiéri, Alexandro Martello e Mateus Rodrigues, g1 — Brasília


Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em debate no Senado — Foto: TV Senado/Reprodução

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, declarou nesta quinta-feira (27) que não vê contradição entre a posição do governo federal, que vem defendendo uma baixa da taxa de juros para estimular o crescimento econômico, e a postura do Banco Central, de manter os juros mais altos para evitar a inflação.

Segundo Tebet, o governo não discorda que o Banco Central tome decisões técnicas, mas avalia que a instituição precisa, também, ter foco nas políticas públicas e no impacto social das medidas.

"Não há contradição em dizer: o Banco Central é autônomo, e é bom que o seja [...] E portanto, o governo não interfere nas decisões técnicas do Banco Central. Mas o Banco Central não pode considerar que suas decisões são apenas técnicas. Também interferem na política, especialmente os seus comunicados e suas atas", declarou.

Tebet deu a declaração durante sessão de debate no Senado sobre juros, inflação e crescimento econômico – da qual também participaram o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Simone Tebet também declarou que o Brasil tem crescido "muito pouco" nas últimas três décadas – em média, menos de 1% ao ano, segundo a ministra.

"O governo federal sabe onde quer chegar e o que precisa ser feito. Precisamos ter crescimento com produtividade, e é por isso que o nosso ministério, capitaneado pelo ministro Haddad, ajudou na elaboração do arcabouço fiscal", disse.

"Sabemos intramuros que temos que fazer o dever de casa, que não podemos gastar mais do que arrecadamos e que temos que zerar o déficit público nos próximos anos. Nossa meta é zerar em 2024", prosseguiu Tebet.

A ministra também citou a reforma tributária, em tramitação no Congresso, como o instrumento que vai "garantir o crescimento sustentável e duradouro do Brasil".

Falando em seguida, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, manifestou concordância com a fala de Tebet.

"A nossa tarefa é trazer a inflação para a meta com o mínimo de custo para a sociedade possível. A gente viu recentemente, o PIB voltou ao patamar acima da pandemia. Obviamente a gente quer crescer muito mais, é importante crescer, concordo com o que a ministra Simone Tebet disse", declarou.

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