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Por g1


Foto tirada em 19 de março de 2023 em Berna, na Suíça, mostra o presidente do conselho de administração do Credit Suisse, Axel Lehmann (à esquerda), apertando a mão do presidente do conselho de administração do UBS, Colm Kelleher (à direita), logo após a entrevista coletiva na qual o UBS, maior banco suíço, anunciou a aquisição do segundo — Foto: Fabrice Cofrrini/AFP

O grupo suíço UBS Group AG adquiriu o banco Credit Suisse por US$ 3,23 bilhões (cerca de R$ 17 bilhões), informou o Banco Nacional da Suíça (SNB, na sigla em inglês) neste domingo (19). O valor foi citado pela agência Reuters. O acordo também inclui uma assistência de liquidez de US$ 108 bilhões (R$ 568,86 bilhões) por parte do SNB.

Além disso, uma garantia para perdas de no máximo US$ 9,7 bilhões (R$ 51 bilhões) também será oferecida pelo governo federal da Suíça para uma parte específica do portfólio. Esses recursos funcionariam como uma espécie de provisão e serão utilizados apenas se esse portfolio realmente registrar perdas.

Segundo a agência Reuters, o acordo também prevê que o UBS assuma uma perda de US$ 5,4 bilhões (R$ 28,5 bilhões) do banco suíço.

Os reguladores suíços precisaram agir e passaram a moderar as negociações para a compra do banco pelo UBS, em uma tentativa de evitar que a crise de confiança no Credit Suisse que emergiu na última semana respingasse no sistema financeiro local e internacional.

Segundo o ministro de finanças suíço, a falência de um banco globalmente importante como o Credit Suisse teria "consequências irreparáveis" nos mercados.

"Com a aquisição do Credit Suisse pelo UBS, foi encontrada uma solução para garantir a estabilidade financeira e proteger a economia da Suíça nessa situação excepcional", afirmou o BC suíço, segundo a Reuters.

A Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro da Suíça (FINMA, na sigla em inglês) afirmou que as atividades dos dois bancos poderão seguir normalmente, sem restrições ou interrupções. Além disso, o órgão também disse que coordenaria a operação com o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e a Autoridade Britânica de Regulação Prudencial.

O Credit Suisse teve uma semana conturbada e viu as próprias ações caírem 20% somente na quarta-feira (15). O episódio faz parte de uma turbulência pela qual passa o mercado financeiro iniciada após a falência do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, nos Estados Unidos.

Mais cedo, o jornal "Financial Times" havia informado que o UBS Group estava disposto a pagar até US$ 1 bilhão pelo banco suíço. No entanto, a mídia americana afirmou que o Credit Suisse havia repudiado a oferta. Diante disso, a proposta foi dobrada.

Entenda o caso a seguir:

  • Na sexta-feira, as ações do Credit Suisse eram negociadas a cerca de US$ 2,01 (R$ 10,64);
  • O grupo UBS propôs a compra de ações por US$ 0,27 (R$ 1,43) – proposta que foi negada.
  • Depois, o grupo aumentou a oferta por US$ 0,54 (R$ 2,85).

Crise

As ações do Credit Suisse despencaram mais de 20% na quarta e trouxeram temores ao mercado sobre uma situação generalizada de crise bancária internacional. Além do Credit Suisse, concorrentes europeus viram as ações despencarem naquele dia, também acima dos 10%.

A crise envolvendo o Credit Suisse acontece após o banco apresentar resultados ruins no trimestre passado e ver seu principal acionista, o Saudi National Bank – que tem participação de 10% na sociedade da empresa – , não o apoiar com um aumento de participação no capital. O investimento não aconteceu por questões regulatórias.

Na quinta-feira (16), o banco pediu um empréstimo de US$ 54 bilhões (o equivalente a R$ 285 bilhões) ao Banco Central da Suíça. O Banco Nacional da Suíça já havia informado que garantiria a liquidez do Credit Suisse se fosse necessário.

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