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Por Alexandro Martello, g1 — Brasília


O Banco Central informou nesta quarta-feira (5) que faturas de cartão de crédito com linguagem simplificada e com destaque para informações relevantes, como por exemplo a taxa de juros cobrada, têm o potencial de melhorar o entendimento sobre o produto financeiro, incentivar melhores decisões financeiras e reduzir o endividamento.

"Esses efeitos parecem ser ainda maiores para as pessoas com menor escolaridade", acrescentou a instituição, por meio de informações complementares do relatório de economia bancária.

Segundo o BC, as informações têm por base um experimento "aleatorizado e controlado" com mais de três mil participantes. O estudo está inserido na promoção da cidadania financeira, nos pilares de inclusão e educação financeiras e de proteção aos consumidores de serviços financeiros.

A instituição lembra que o cartão de crédito é bastante utilizado no Brasil, sendo aceito em diversos estabelecimentos como meio de pagamento. O crédito rotativo do cartão de crédito, cuja demanda em 2021 foi a maior em dez anos, pode ser acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento.

Essa é a linha de crédito mais cara do mercado e, segundo analistas, deve ser evitada. A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente. Em agosto deste ano, a taxa do cartão de crédito rotativo atingiu 398% ao ano, o maior valor em cinco anos.

O BC observou, ainda, que o crédito rotativo do cartão é utilizado principalmente por pessoas com renda inferior a dois salários mínimos.

"Em 2021, aproximadamente 65 milhões de cidadãos (quase 40% da população adulta) realizaram mais de 200 milhões de operações mensalmente. Em média, as famílias têm cerca de 30% de suas dívidas com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) relacionadas ao cartão de crédito", informou o BC.

A instituição acrescentou que, apesar da conveniência do uso do cartão como meio de pagamento, sua "utilização desatenta pode custar caro ao usuário – por exemplo, quando ele deixa de pagar o valor integral da fatura e, consequentemente, toma o crédito rotativo ou utiliza a opção de parcelamento".

Questionado pelo g1 se vai recomendar, ou determinar, que os bancos adotem faturas de cartão de crédito simplificadas, e com destaque para informações relevantes, como forma de contribuir para a redução do endividamento da população mais pobre, o BC não respondeu até a última atualização dessa reportagem.

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