O Ministério da Economia aumentou novamente nesta quinta-feira (19) a estimativa de inflação para este ano, passando de 6,55% para 7,9%. O ministério também decidiu manter em 1,5% a projeção de aumento do Produto interno Bruto (PIB).
As informações constam do Boletim Macrofiscal, divulgado pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia.
- Entenda: o que é inflação
- Veja: como inflação mexe no bolso
- Saiba mais: o que é PIB
Em abril, a inflação registrou alta de 1,06%, o maior aumento para o mês desde 1996. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação está em 12,13%. Além disso, segundo o Banco Central, os analistas do mercado financeiro calculam que a inflação terminará 2022 em 7,89%.
De acordo com o subsecretário de Política Macroeconômica, Fausto Vieira, o ministério elevou a estimativa de inflação principalmente pela escalada de preços observada entre os alimentos, no setor de serviços e nos combustíveis — em especial, o diesel e a gasolina.
Nesta quinta, porém, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o "inferno" da inflação já passou.
"Está faltando manteiga na Holanda, tem gente brigando na fila da gasolina no interior da Inglaterra, que teve a maior inflação dos últimos 40 anos e vai ter dois dígitos já já. Eles estão indo para o inferno. Nós já saímos do inferno, conhecemos o caminho e sabemos como se sai rápido do fundo do poço", declarou Guedes em um evento em São Paulo.
Para 2023, a projeção do Ministério da Economia para a inflação subiu de 3,25% para 3,60%. Para o próximo ano, a meta foi fixada em 3,25% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
>> Veja no vídeo abaixo como a inflação pode influenciar os eleitores:
Raio-X da Economia: entenda como a inflação pode influenciar eleitores brasileiros
Novo estouro da meta
Se confirmada a previsão do governo para a inflação em 2022, será o segundo ano seguido de estouro da meta de inflação. Em 2021, o IPCA somou 10,06%, o maior desde 2015.
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, a Selic. Atualmente, o juro está em 12,75% ao ano, o maior patamar em mais de cinco anos.
Produto Interno Bruto
O relatório divulgado nesta quinta-feira pelo governo informa que a previsão para o PIB se mantém em 1,5% em 2022.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é o principal indicador usado para medir a evolução da economia.
O Ministério da Economia informou ver "melhora" da atividade nos últimos meses e atribuiu a avaliação à "retomada do setor de serviços e ampliação dos investimentos, o que tem se refletido na robusta recuperação do mercado de trabalho".
Ministro vê 'recuperação econômica'
Ao comentar os dados divulgados nesta quinta-feira, o ministro Paulo Guedes afirmou que, para ele, o Brasil "continua em uma recuperação econômica".
"Todas as projeções de crescimento estão sendo revistas para cima. No começo do ano, estavam prevendo recessão no Brasil, alguns com crescimento negativo, alguns com zero, agora convergindo para nossa estimativa de 1,5%. Ainda acho que podemos ter surpresas positivas pela frente”, declarou.
Apesar de o ministro da Economia falar em "recuperação econômica", os números oficiais mostram desaceleração do nível de atividade na esteira do aumento da inflação e do processo de alta dos juros básicos, implementado pelo Banco Central.