O Banco Central informou nesta segunda-feira (21) que os analistas do mercado financeiro aumentaram de 6,45% para 6,59% a estimativa para a inflação neste ano.
Os dados foram colhidos na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras. O resultado representou a décima alta seguida na previsão do mercado.
Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3,5% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 2% e 5%.
No entanto, desde o ano passado os analistas do mercado já preveem a inflação em 2022 acima do teto da meta.
Cenário
As previsões de inflação do mercado começaram a subir com mais intensidade após o aumento nos combustíveis anunciado pela Petrobras na semana retrasada, em meio à disparada do preço do petróleo — reflexo da guerra na Ucrânia.
Se confirmada a previsão do mercado para a inflação em 2022, será o segundo ano seguido de estouro da meta de inflação. Em 2021, o IPCA somou 10,06%, o maior desde 2015.
Para alcançar a meta de inflação definida pelo CMN, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, a Selic.
Para 2023, o mercado financeiro subiu de 3,70% para 3,75% a estimativa de inflação.
Para o próximo ano, a meta foi fixada em 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
>> Veja no vídeo abaixo da GloboNews as expectativas para a economia em 2022:
Economista fala sobre expectativas para a economia em 2022
Produto Interno Bruto
Conforme os dados do Banco Central, o mercado financeiro também elevou a previsão de crescimento do PIB deste ano de 0,49% para 0,50%.
O aumento aconteceu após a divulgação do crescimento do PIB do ano passado de 4,6% pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Para 2023, porém, o mercado baixou a expectativa de alta do PIB de 1,43% para 1,30%.
Taxa de juros
Com o aumento da inflação, o mercado financeiro também passou a projetar uma alta maior na taxa básica de juros da economia, a Selic, neste ano.
Até então, os analistas estimavam que a Selic avançaria para até 12,75% ao ano no fim de 2022. Agora, projetam que a taxa pode chegar a 13% ao final do ano.
Atualmente, a taxa Selic está em 11,75% ao ano.
Já para o fim de 2023, a expectativa do mercado para a taxa Selic subiu de 8,75% para 9% ao ano. Deste modo, o mercado financeiro segue estimando queda dos juros no ano que vem.
Outras estimativas
- Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2022 permaneceu em R$ 5,30. Para o fim de 2023, subiu de R$ 5,21 para R$ 5,22 por dólar.
- Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2022 subiu de US$ 63,50 bilhões para US$ 64,50 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado continuou em US$ 51 bilhões de superávit.
- Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano permaneceu estável em US$ 59 bilhões. Para 2023, a estimativa subiu de US$ 69,2 bilhões para US$ 69,5 bilhões de ingresso.