O comércio latino-americano de bens deve aumentar 25% em 2021, devido principalmente aos preços mais altos das commodities, embora o desempenho futuro dependa da evolução da pandemia do coronavírus e de seu impacto na economia global, disse uma comissão das Nações Unidas nesta terça-feira (7).
A Comissão Econômica da ONU para a América Latina (Cepal), com sede em Santiago, disse que para 2021 projeta recuperação anual de 25% no valor das exportações regionais, sem incluir serviços, impulsionadas pelo aumento de 17% nos preços de exportação e pelo aumento de 8% no volume.
O valor das importações aumentaria 32%, disse, resultado de aumento de 20% no volume e de 12% nos preços.
"A região como um todo deve registrar um superávit de 24 bilhões de dólares em seu comércio de bens em 2021", disse a comissão no relatório. "É menor do que em 2020, o que se explica principalmente pela recuperação considerável dos volumes de importação."
A retomada do comércio regional é sustentada pela alta nos preços de vários de seus principais produtos de exportação, entre eles petróleo, cobre e grãos. O crescimento da demanda da China, dos Estados Unidos e da Europa também é um fator, além da recuperação da atividade econômica na própria região da Cepal.
Os países exportadores de petróleo devem registrar uma melhora de 15% no comércio neste ano, disse a comissão, seguidos por exportadores de produtos agroindustriais, incluindo Argentina e Paraguai, e os exportadores de metais Chile e Peru.
A comissão alertou que "embora os preços de muitos produtos básicos exportados pela região estejam em patamares elevados, não há dados para afirmar que haja um novo superciclo" de commodities.