A economia da América Latina deve crescer 5,9% este ano e 2,9% em 2022, o que não será suficiente para se recuperar da crise causada pela pandemia de Covid-19, de acordo com previsão da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) divulgada nesta quinta-feira (14).
O crescimento deste ano é explicado principalmente por uma baixa base de comparação, após a contração de 6,8% registrada em 2020, além dos efeitos positivos derivados da demanda externa e da alta nos preços dos produtos básicos (commodities) exportados pela região.
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A Cepal e a Organização Pan-Americana de Saúde disseram em relatório que a pandemia provocou um aumento sem precedentes no desemprego e na pobreza extrema na região.
"A pandemia desencadeou a maior crise que experimentaram os mercados de trabalho da América Latina e do Caribe desde 1950", diz a Cepal em nota.
"No âmbito mundial, os mercados de trabalho da região foram os mais afetados pela crise gerada pela Covid- 9 – o número de ocupados caiu 9,0% em 2020 – e a recuperação esperada para 2021 não permitirá atingir os níveis pré-crise", completou.
Houve ainda uma forte queda na participação do trabalho, particularmente das mulheres: a participação feminina em 2020 atingiu 46,9%, o que representa um retrocesso aos níveis de 2002. Segundo a entidade, a crise agravou ainda problemas estruturais de longa data na região, como baixo investimento e produtividade.