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Por Jéssica Sant’Ana, G1 — Brasília


O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira (26) que a "barulheira política" está contaminando a economia, e que há uma "agudização do conflito político" que inclui atores públicos se "excedendo".

Guedes deu a declaração durante evento virtual de uma corretora de investimentos.

"Estamos fazendo uma sequência de reformas importantes, no momento que estamos avançando, há uma agudização dos confrontos políticos. De um lado, eu confio muito na democracia e nas nossas instituições, mas alguns atores estão se excedendo. Isso para todo lado", disse o ministro.

"É essa barulheira política que está contaminando a economia. E barulheira política tem dois lados", continuou.

Sem citar nomes dos envolvidos, Guedes explicou quais seriam esses excessos, na visão dele.

"Tem um ex-deputado que ameaça o Supremo. Aí o Supremo começa a quebrar sigilo, prender pessoas. Quer dizer, você começa a entrar num regime estranho. O presidente está governando, antes você trombava com escândalos em cada esquina, hoje tem que fazer uma CPI enorme, que começa com vacina, já está em fake news, ela está procurando, é uma caçada até achar, aí o presidente reage", enumerou.

Guedes disse esperar que as instituições "moderem os atores" que estão se "excedendo".

"Tem atores que estão em luta. Eu espero justamente que as instituições moderem os atores, só isso."

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Inflação

Na transmissão ao vivo, Guedes afirmou que vê os fundamentos da economia brasileira fortes – apesar da inflação alta e da recente disparada do dólar em relação ao real.

"Nós estamos fazendo a nossa lição de casa, o fiscal está forte, agora tem essa narrativa política e os desajustes internos, gente pressionando para gastar mais, quer ser eleito ano que vem, uma confusão danada, mas o presidente tem mantido esse compromisso com a responsabilidade fiscal, com o teto [de gastos], ele tem me dado apoio", relatou.

Guedes afirmou que o Auxílio Brasil, o programa social que vai substituir o Bolsa Família, ficará dentro do teto de gastos, e voltou a dizer que a proposta de parcelar precatórios (dívidas da União reconhecidas pela Justiça) é uma forma de respeitar o teto de gastos e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Sobre a inflação, o ministro reconheceu que a alta se espalhou por todos os setores da economia e disse que o governo usará dois instrumentos auxiliares para controlar a alta de preços:

  • baixar as tarifas do Mercosul a medida requer aprovação unânime pelos países do bloco comercial, mas a Argentina já se declarou contrária à mudança.
  • reduzir o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), o que seria uma terceira etapa da reforma tributária do governo e, por isso, dependeria de aprovação do Congresso.

"Temos ferramentas para usar e vamos usar", prometeu.

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