Caged: Brasil criou 121 mil vagas de empregos com carteira assinada em abril
A economia brasileira gerou 120.935 empregos com carteira assinada em abril, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Ministério da Economia.
Essa é a diferença entre as contratações, que somaram 1.381.767 no mês passado, e as demissões, que totalizaram 1.260.832.
Esse foi o menor saldo positivo mensal registrado em 2021. No mesmo mês do ano passado, foram fechadas 963.703 mil vagas, reflexo da pandemia do coronavírus na economia brasileira.
Caged - criação de vagas formais em abril/21 — Foto: Economia G1
A comparação com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada porque o governo mudou a metodologia no início do ano passado.
Segunda onda da Covid
O ministro da Economia, Paulo Guedes, avaliou que o ritmo mais lento de criação de empregos formais em abril, na comparação com os meses anteriores, está relacionado com o pico da segunda onda da Covid-19 na economia.
“O distanciamento social e prudência fizeram com que houvesse retração [no ritmo de empregos criados em abril] mas, mesmo assim, prossegue forte o mercado de trabalho em contraste com a primeira onda, quando perdemos quase 1 milhão de empregos”, declarou.
Ele voltou a defender o processo de vacinação em massa para permitir um retorno seguro ao trabalho.
Parcial do ano
Nos quatro primeiros meses deste ano, ainda de acordo com o Ministério da Economia, foram geradas 957.889 vagas com carteira assinada. Em igual período do ano passado, foram fechados 763.232 empregos com carteira assinada.
Ao final de abril, o Brasil tinha saldo de 40.320.857 empregos com carteira assinada. Isso representa um aumento na comparação com janeiro deste ano (39.624.386 empregos) e, também, com abril de 2020, quando o saldo estava em 38.385.241.
Programa de manutenção do emprego
De acordo com o Ministério da Economia, o comportamento do emprego formal, neste ano, ainda sofre influência do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda de 2020.
Isso porque os empregadores, para obterem os benefícios do programa, têm de manter o emprego do trabalhador por igual período de tempo da suspensão do contrato, ou redução da jornada.
No mês passado, o governo federal relançou o programa, nos mesmos moldes da Medida Provisória 936, convertida na Lei 14.020/2020, que vigorou por 8 meses no ano passado e atingiu quase 10 milhões de trabalhadores.
De acordo com o Ministério da Economia, 1.876.216 de trabalhadores foram beneficiados pelo programa de manutenção do emprego que foi reaberto neste ano, com impacto pequeno ainda em abril.
Desse total, 798.443 referem-se à suspensão do contrato de trabalho; 547.989 tiveram seu salário reduzido em 70%; 361.649 estão na modalidade de redução de 50% do salário e outros 214.389 com redução de 25%.
Programas de qualificação
Segundo o ministro Paulo Guedes, o governo vai anunciar o Bônus de Inclusão Produtiva (BIP) e o Bônus de Incentivo à Qualificação (BIQ) para qualificar a mão de obra dos trabalhadores informais e dos jovens.
“Os que não conseguiram ainda, os invisíveis, estamos dando um olhar especial para esse grupo e lançando o BIP. A ideia básica é que o governo vai pagar R$ 300 de um lado, e as empresas R$ 300 de outro. As empresas pagando para darem cursos de qualificação de mão de obra, o treinamento no mercado de trabalho no próprio emprego”, disse.
De acordo com o ministro, será direcionado para os jovens que precisam de empregos. “Queremos que sejam contratos de um ano. Temos recursos para este ano mas, ao invés de lançar um programa de seis meses, estamos tentando arrumar fonte para o ano que vem para ficar coberto por um ano”, acrescentou.
Segundo Bruno Bianco, secretário especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, o BIP será pago pelo governo e o BIQ pelas empresas.
"A composição da renda do trabalhador será composta por BIP mais BIQ, uma parcela paga direta pelo governo e outra ao empregador. Não há dinheiro do governo paga ao empregador, é um programa focado no trabalhador", disse.
Ele não informou qual o impacto nas contas públicas esperado para este ano, e nem se os valores estarão fora do teto de gastos.
Caged X Pnad
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgados nesta quarta-feira, consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, não inclui os informais.
Com isso, também não são comparáveis com os números do desemprego, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad).
Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada, enquanto que os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar, e abrangem também o setor informal da economia.