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Por Darlan Alvarenga, G1


Ovos de páscoa em supermercado de Fortaleza, em imagem de arquivo. — Foto: Agência Diário

Pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que a pandemia e o aumento do endividamento devem fazer com que milhões de brasileiros deixem de comprar ovos e chocolates nesta Páscoa.

Segundo o levantamento, cerca de 102,7 milhões de brasileiros devem realizar compras para a Páscoa em 2021, o que representa uma redução de 10,5 milhões de consumidores frente a 2019. No ano passado, a pesquisa não foi realizada.

De acordo com a sondagem, 64% dos consumidores pretendem comprar presentes e chocolates para a data, enquanto, 19% não pretendem ir às compras este ano, e 16% ainda não se decidiram. Em 2019, última Páscoa antes da pandemia, 72% responderam ter a intenção de fazer compras para a Páscoa.

"A crise econômica gerada pela pandemia também está impactando as compras deste ano, de acordo com a pesquisa. Entre os que não devem comprar ovos ou chocolates porque estão endividados, desempregados, tiveram redução salarial ou estão distantes das pessoas que poderiam presentear, 78% afirmam haver influência do cenário da pandemia", destaca a CNDL.

A sondagem foi realizada em parceria com a Offer Wise Pesquisas. Foram ouvidos consumidores das 27 capitais brasileiras,, entre os dias 26 de fevereiro e 8 de março.

Motivos para não comprar

Entre os que não pretendem comprar presentes e chocolates, os principais motivos citados foram:

  • Estou endividado, tenho que priorizar pagamento de dívidas: 38,5%
  • Estou desempregado: 35,7%
  • Não gosto/ Não tenho costume: 18,8%
  • Tenho outras prioridades de compra: 16,2%
  • Vou economizar para o almoço de Páscoa: 10,1%
  • Tive redução salarial: 8,3%
  • Estou distante das pessoas que poderia presentear: 5,5%
  • Estou/tenho problemas de saúde: 3,8%
  • Vou economizar para a viagem do feriado: 1,8%
  • Outros: 3,3%

A pesquisa aponta ainda que 24% dos que pretendem comprar chocolates e presentes possuem contas em atraso, sendo que 66% estão com o nome sujo. Além disso, 5% acreditam que vão deixar de pagar alguma conta para comprar produtos para a Páscoa.

Microempresários apostam nos ovos caseiros; já supermercados têm queda dos ovos industrial

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52% pretendem pesquisar em sites na internet

Apesar do aumento da intenção de compra pela internet, os supermercados serão mais uma vez os principais locais de compra, com 58% do total segundo a CNDL. Em seguida, são citados lojas especializadas em chocolate (45%) e lojas de grandes varejistas (42%).

Uma fatia de 52% dos consumidores respondeu que pretende pesquisar em sites na internet.

“O consumidor brasileiro já aprendeu que a variação de preços dos ovos de Páscoa é enorme e pode ficar próxima a 100% em algumas cidades, de acordo com o Procon. Então, ir às compras na primeira loja que aparece pode ser um erro grave. O ideal é se planejar com antecedência, usar a internet para pesquisar e só tomar decisões depois de ter visto os preços praticados em vários estabelecimentos”, orienta o presidente da CNDL, José César da Costa.

Segundo a pesquisa, o gasto médio dos consumidores entrevistados pretendem presentear na Páscoa será de R$ 209,49 com compras de cerca de 5 produtos.

Entre os que comprarão chocolates, 48% pretendem comprar a mesma quantidade de produtos este ano, 31% mais produtos e 15% menos produtos.

A forma de pagamento mais utilizada será à vista (76%), especialmente no dinheiro (52%). Já 52% pretendem pagar à prazo, com destaque para o cartão de crédito parcelado (31%).

O que o brasileiro pretende comprar

A maioria dos entrevistados (57%) pretende comprar ovos de chocolate industrializados; 43% bombons/caixas de chocolate industrializados, 40% ovos caseiros artesanais, e 30% barras de chocolate industrializadas. Veja abaixo o ranking:

  • Ovos de chocolate industrializados: 57,1%
  • Bombons/caixa de bombons industrializados: 42,9%
  • Ovos de páscoa caseiro/artesanais: 40,5%
  • Barras de chocolate industrializados: 29,9%
  • Bombons e barras de chocolate caseiros/artesanais: 29,8%
  • Cestas personalizadas com produtos diversos: 18,8%
  • Colomba pascal: 15,3%
  • Bebidas: 12,3%
  • Brinquedos: 9,9%
  • Outros: 0,6%
  • Não sabe: 1,3%

Entre os que pretendem comprar produtos caseiros, os motivos mais citados foram: gostar de algo mais personalizado (30%), a vontade de ajudar as pessoas que vendem (28%), e considerar que a qualidade do chocolate é melhor (13%).

Na avaliação da consultoria Kantar, diante das incertezas relacionadas à pandemia, o desempenho das vendas de Páscoa deve ser semelhante ao observado no ano passado.

"Em 2020, quando as medidas de distanciamento social começavam a vigorar, a queda na penetração de itens de Páscoa foi de 16 pontos percentuais em relação a 2019, representando aproximadamente 9 milhões de domicílios que abandonaram o evento", destacou a empresa em estudo divulgado na semana passada.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Balas e Derivados (Abicab), em 2020 foram produzidas 8,5 mil toneladas de chocolates para o período de Páscoa, uma queda de 15% na comparação com os 10 milhões da Páscoa de 2019.

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