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Por Laís Lis, G1 — Brasília


Na primeira reunião de 2021, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (20) manter a taxa básica de juros em 2% ao ano, a mínima histórica.

A decisão foi unânime. É a terceira reunião consecutiva em o Copom mantém a taxa em 2%.

No comunicado, o Banco Central afirma que com relação ao cenário de inflação, há riscos para ambas as direções. Segundo o BC, se o nível de ociosidade da economia pode levar a trajetória de inflação para abaixo do esperado, “um prolongamento das políticas fiscais de resposta à pandemia que piore a trajetória fiscal do país, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem elevar os prêmios de risco”, o que seria uma trajetória da inflação acima do esperado.

A definição da taxa de juros se dá em meio à alta dos preços das "commodities" (produtos com cotação internacional, como petróleo, minério de ferro e soja) e à valorização do dólar, a moeda norte-americana. Esses fatores pressionam a inflação no começo deste ano.

Por outro lado, a economia dá sinais de desaquecimento no início de 2021 em relação ao registrado no último semestre do ano passado.

O fim do auxílio emergencial do governo federal, segundo economistas, está contribuindo para o fraco nível de atividade no primeiro trimestre — e atuando para conter a inflação.

A evolução da taxa Selic
Desde 2017, em % ao ano
Fonte: Banco Central

Fim do 'forward guidance'

No comunicado sobre a decisão desta quarta-feira, o Copom anunciou o fim do chamado "forward guidance", a orientação futura que indica a manutenção dos juros respeitadas certas condições.

O BC informou que essas condições deixaram de ser satisfeitas já que as expectativas de inflação estão próximas da meta.

Segundo o BC, isso não significa, no entanto, que haverá uma elevação da taxa de juros, “pois a conjuntura econômica continua a prescrever, neste momento, estímulo extraordinariamente elevado frente às incertezas quanto à evolução da atividade”.

Como é tomada a decisão

O Copom fixa a taxa básica de juros com base no sistema de metas de inflação, olhando para o futuro pois as decisões demoram de seis a nove meses para terem impacto pleno na economia.

Neste ano, a meta central é de 3,75%, mas o IPCA pode ficar entre 2,25% a 5,25% sem que a meta seja formalmente descumprida. Para 2022, a meta central é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.

Em 2020, pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCA somou 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.

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