O Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central aprovaram resolução que adia a implementação de todas as funcionalidades do chamado "open banking" no Brasil, de 25 de outubro de 2021 para 15 de dezembro do mesmo ano.
Com a nova plataforma, a expectativa do Banco Central é de que haverá maior personalização de serviços bancários e ampliação da competição entre os bancos.
Segundo o BC, com os esforços necessários para o combate à pandemia da Covid-19, foram impactados os processos de trabalho nas instituições participantes da iniciativa.
Além disso, também foi considerada a "necessidade de adaptação de sistemas das instituições em razão de outras ações regulatórias, a exemplo do Pix e de registro de recebíveis de cartão".
"Mesmo com o ajuste no cronograma, a conclusão do processo de implementação do Open Banking, dividido em 4 fases, ocorrerá em 2021", acrescentou o BC.
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O "open banking" será uma plataforma desenvolvida pelos participantes do sistema financeiro com regulamentação do governo e supervisão do BC, a fim de permitir que os clientes possam compartilhar dados bancários e históricos de transação com bancos e "fintechs" (pequenas empresas de tecnologia em serviços financeiros).
Com essas informações, atualmente em posse somente dos bancos com os quais os clientes trabalham, outras instituições financeiras poderão analisar melhor o risco envolvido nas operações bancárias e oferecer menores taxas de juros para empréstimos, por exemplo, ou um retorno maior para aplicações financeiras — beneficiando o consumidor.
Impacto da pandemia
Segundo o consultor do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central, Mardilson Fernandes Queiroz, o país ainda atravessa um cenário de pandemia do coronavírus – o que, “bem ou mal”, afeta todas as atividades das instituições financeiras e empresas.
“Temos uma convergência de muitos ajustes em sistemas, financeiro como um todo e sistemas de pagamento [como o PIX], com as ações que estão aí na praça. Podemos até pensar que o cronograma é bem audacioso. É a premissa é essa, é para ser audacioso mesmo. É um ajuste pontual, técnico, em função do momento”, disse.
Segundo ele, se não houvesse a convergência de diversas ações das instituições financeiras, e também a pandemia do novo coronavírus, “provavelmente não haveria necessidade desse adiamento”.