19/05/2016 18h16 - Atualizado em 19/05/2016 22h53

Planalto anuncia Pedro Parente como novo presidente da Petrobras

Ex-ministro de FHC se reuniu com Temer nesta quinta em Brasília.
Parente assume comando da estatal no lugar de Aldemir Bendine.

Filipe MatosoDo G1, em Brasília

A assessoria de imprensa da Presidência da República anunciou nesta quinta-feira (19) que o ex-ministro Pedro Parente será o novo presidente da Petrobras. O anúncio ocorreu após ida de Parente ao Palácio do Planalto para conversa com o presidente em exercício Michel Temer.

Segundo a Casa Civil, o nome de Parente ainda será encaminhado ao Conselho de Administração da Petrobras para aprovação. Até lá, continua no cargo de presidente da estatal Aldemir Bendine, que está no posto desde o ano passado, quando foi nomeado no governo da presidente afastada Dilma Rousseff.

De acordo com o colunista Gerson Camarotti, o convite para que Parente passe a comandar a Petrobras faz parte da estratégia de Temer de colocar no segundo escalão os chamados "notáveis", com perfil mais técnico. A escolha de Parente tem como objetivo blindar a Petrobras, alvo do maior escândalo de corrupção no governo Dilma. O loteamento político da estatal por PT, PMDB e PP é o foco da investigação da Operação Lava Jato.

Chefe da Casa Civil no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Pedro Parente ocupa atualmente a presidência do Conselho de Administração da BM&F Bovespa, mandato para o qual foi eleito em março do ano passado.

Presidente em exercício Michel Temer (esq.) se reúnem com indicado para presidir Petrobras, Pedro Parente (Foto: Beto Barata/PR)Presidente em exercício Michel Temer (esq.) se reúnem com indicado para presidir Petrobras, Pedro Parente (Foto: Beto Barata/PR)
 

Segundo o site da BM&F Bovespa, o novo presidente da Petrobras iniciou a carreira no serviço público no Banco do Brasil, em 1971, e, em 1973, se transferiu para o Banco Central.

Formado em engenharia pela Universidade de Brasília (UnB), ele exerceu, além de outras funções, o cargo de consultor do Fundo Monetário Internacional e coordenou, em 2002, a equipe de transição do governo FHC quando o ex-presidente Lula foi eleito.

A confirmação do novo presidente da Petrobras ocorre em meio aos anúncios do governo sobre postos estratégicos no segundo escalão, como os recentes nomes que foram divulgados para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e para a presidência do Banco Central.

Há, ainda, a expectativa de que sejam anunciados nos próximos dias os nomes dos novos presidentes de bancos públicos como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Nordeste.

Repercussão
Adriano Pires, diretor e sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), considerou Parente uma boa escolha. “O nome dele é ótimo, é um gestor público, nada contra. Mas as pessoas estão sempre procurando o salvador da pátria e se esquecem que o problema é ter um plano estratégico. A Petrobras é hoje uma empresa que está quebrada. Pode pegar o melhor executivo do mundo que não resolve o problema da Petrobras”, afirmou.

Ele criticou, no entanto, o processo de troca de comando: “quem indica o presidente é sempre o acionista majoritário, mas acho que está todo errado o processo. O governo tinha que chamar uma assembleia, dissolver o atual conselho de administração, indicar um novo e esse conselho escolher o novo presidente da Petrobras”.

Em nota, a Federação das Indústrias do Rio (Firjan) disse que a indicação de Parente “é um passo decisivo para a recuperação da mais icônica companhia brasileira”. “O currículo de Pedro Parente o credencia amplamente para a missão nobre a que agora se dedicará”, aponta a entidade.

Perfil
Parente se formou em engenharia elétrica pela Universidade de Brasília (UnB) em 1976. Ele foi ministro entre 1999 e 2003, passando pela Casa Civil, pelo Planejamento e pela pasta de Minas e Energia. Coordenou a equipe de transição do governo de Fernando Henrique Cardoso para o de Luiz Inácio Lula da Silva.

Depois que saiu do governo, Parente foi vice-presidente executivo do grupo RBS. Ele atuou, ainda, nos conselhos da Petrobras e do Banco do Brasil. Entre 2010 e 2014, foi presidente da Bunge Brasil, uma das maiores exportadoras do país.

Após deixar a companhia, Parente passou a se dedicar à Prada Assessoria, sua consultoria financeira para gestão de fortunas, que tem como sócia a mulher dele, Lucia Hauptman.

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