06/06/2013 16h37 - Atualizado em 06/06/2013 17h25

Em ironia, revista britânica pede que Dilma segure Mantega ‘a todo custo’

Em dezembro, a 'Economist' pediu que ministro fosse demitido.
Texto critica abandono da 'fórmula de sucesso' da economia brasileira.

Do G1, em São Paulo

Reportagem da 'Economist' critica economia brasileira (Foto: Reprodução/The Economist)Reportagem da 'Economist' critica economia
brasileira (Foto: Reprodução/The Economist)

Em crítica ao que chama de “economia medíocre” do Brasil, a revista britânica “The Economist” pede que a presidente Dilma Rousseff mantenha o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no cargo “a todo  custo”.

O pedido – uma ironia – faz referência a um editorial da mesma revista publicado em dezembro passado, que afirmava que Dilma deveria demitir Mantega para restabelecer a confiança na economia do país, e que foi alvo de críticas da presidente.

“Foi amplamente reportado no Brasil que nossa impertinência teve o efeito de tornar o ministro ‘indemitível’. Agora vamos tentar outra coisa. Nós pedimos à presidente que o mantenha a todo custo: ele é um sucesso”, diz o texto publicado na edição com data de 8 de junho da revista.

Inflação
A reportagem critica a condução da economia brasileira, por lentamente abandonar a “fórmula por trás do sucesso do país”: o regime de metas de inflação sob um banco central independente, transparência nas contas públicas; meta fiscal rigorosa; e uma atitude mais aberta ao comércio exterior e ao investimento privado.

Segundo a “Economist”, a recessão global fez com que os presidentes Lula e Dilma dessem às costas ao liberalismo econômico e abraçassem o capitalismo de estado chinês.

“O Ministério da Fazenda assinou grandes cheques para impulsionar o crédito pelos bancos estatais. O governo desistiu da reforma de mercado, e gastou sem remorsos. Quando o superaquecimento [da economia] estagnou, a presidente publicamente pediu ao Banco Central que cortasse os juros. Quando a inflação chegou ao teto da meta, ela disse que se importava mais com o crescimento”, diz o texto.

A revista critica ainda os cortes de tributos promovidos em alguns setores da economia, que não tiveram contrapartida em cortes de gastos do governo. “O resultado é que os investidores ficaram confusos sobre a política econômica brasileira. Essa incerteza contribuiu para um desempenho medíocre: desde 2011 o crescimento tem ficado menor e a inflação maior que na maioria dos países da América Latina”.

No lado positivo, a reportagem aponta que o Brasil anda tem grandes pontos positivos, como a agroindústria, “mais ciência e inovação do que você poderia imaginar”, e um mercado doméstico imenso. “De todo modo, as coisas estão ficando mais difíceis para o Brasil”, diz o texto.

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