A Ser Educacional apresentou proposta de combinação dos negócios com a Estácio Participações, dias depois desta ter recebido oferta semelhante da Kroton, expondo uma rápida movimentação entre as principais empresas privadas de educação no país.
A proposta não vinculante do Conselho de Administração da Ser formulada à mesma instância da Estácio prevê uma companhia combinada com valor de mercado aproximado de 6 bilhões de reais e cerca de 739 mil alunos presenciais, o que seria a segunda maior do país, atrás apenas da Kroton, com cerca de 1 milhão de alunos.
Pelo proposto, a companhia combinada teria participação de 68,7 por cento das ações nas mãos dos acionistas da Estácio e os 31,3 por cento restantes com os acionistas da Ser Educacional, segundo fato relevante divulgado pela Ser na noite de domingo.
Além disso, a Ser Educacional propôs pagar um dividendo extraordinário de 590 milhões de reais aos acionistas da Estácio, o que equivale a 1,92 real por ação desta última.
Segundo o presidente-executivo da Ser Educacional, Jânyo Diniz, a proposta já vinha sendo formulada há algum tempo e tem baixo risco de enfrentar problemas com as autoridades antitruste, uma vez que a sobreposição entre as duas companhias é baixa.
De acordo com o executivo, as condições propostas são atrativas para os acionistas da Estácio, dada a condição de pagar parte da operação em dinheiro.
"Mas não vamos entrar num leilão pelo negócio", disse Diniz à Reuters.
Na semana passada, a Kroton anunciou proposta de combinação de negócios com a Estácio Participações, numa transação toda baseada em troca de ações.
De acordo com a Ser Educacional, que fará uma teleconferência com profissionais do mercado no final da manhã desta segunda-feira para comentar detalhes da proposta, o negócio formulado traz grandes oportunidades de crescimento orgânico, além de ganhos com sinergias operacionais e comerciais.
"Além disso, vamos explorar aquisições futuras", disse Diniz.
A Ser Educacional, que contratou o Credit Suisse e o escritório de advocacia Pinheiro Neto como assessores, disse que a empresa combinada deve ter forte participação nas regiões Norte e Nordeste do país.
A concorrência pela consolidação acontece num momento em que a forte contração da economia brasileira e a vertiginosa queda na arrecadação federal levaram o governo a impor regras mais restritivas para liberação de recursos por meio do programa de financiamento estudantil Fies, que representa parcela relevante das receitas das instituições de ensino superior privado.