Esclarecimentos sobre a economia
O Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março, foi a justificativa escolhida pela presidente Dilma Rousseff para se dirigir ao povo brasileiro em cadeia de rádio e TV.
Dilma fugiu do público, da imprensa, mas não conseguiu fugir das panelas. Em várias cidades do país muita gente foi para janela bater panela, protestar e vaiar o governo enquanto a presidente explicava sua visão sobre o atual momento nacional. Quem conseguiu ouvir o que disse a presidente, ouviu que são dois os culpados pela crise atual: o mundo e a seca. E também ouviu que serão mais de 200 milhões a fazer o “sacrifício” para sairmos dela.
Dilma também responsabilizou a imprensa por não esclarecer suficientemente ou até mesmo “confundir” a cabeça das pessoas sobre o que realmente está se passando na economia. Vou tentar ajudar.
Em economia há dois universos de estudo e compreensão: a macroeconomia e a microeconomia. Numa analogia grosseira é possível dizer que a macro constrói a estrada e a micro instala a sinalização. Quem dirige sabe que asfalto novo sozinho não garante viagem segura. A evolução da macroeconomia se dá através da política econômica escolhida pelos governantes, ou seja, pela escolha das prioridades do país versus a capacidade de gerar avanços.
A macroeconomia brasileira, ou seja, a estrada por onde trafegamos trabalhando, investindo, inovando, gerando renda, etc, sofreu forte deterioração com as escolhas do governo Dilma. Em seu primeiro mandato a presidente manejou preços sem levar em conta a capacidade da oferta em atender à demanda dos brasileiros. Os preços de produtos, da energia, dos transportes, do combustível, do dólar e até do dinheiro (taxa de juros) foram manipulados para criar um ambiente artificial na economia.
Com a estrada ruim e sinalização confusa e/ou inexistente, o Brasil parou – literalmente. A previsão de PIB para este ano está agora em queda de 0,66%. A inflação deve passar os 8% em março e os juros brasileiros já são os maiores do planeta. Se tem uma coisa que preciso concordar com a presidente Dilma é quando ela fala que o “Brasil tem condições de vencer o problema”, disso nunca duvidei. Minha assombração hoje está no custo: quanto teremos que pagar por isso?