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Por João Borges

Comentarista da GloboNews. Trabalhou em 'O Estado de S. Paulo', 'O Globo' e Banco Central


O resultado negativo do índice de atividade do Banco Central, o IBC-Br, divulgado nesta sexta-feira (13), interrompe a sequência de alta que vinha desde maio. Mas será mesmo um reversão de tendência de recuperação da economia? Não parece ser o caso.

A saída da estagnação está se dando de forma lenta e não tem força capaz de impulsionar com intensidade a atividade econômica no curto prazo. Nesse cenário, o previsível é que sinais positivos de recuperação se alternem com sinais negativos, até que o efeito da recuperação vá se espalhando de forma mais homogênea.

O IBC-Br de julho, queda de 0,16%, contrasta com os dados divulgados pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o mesmo mês. O varejo cresceu 1% e o setor de serviços avançou 0,8%. O resultado negativo veio da indústria, queda de 0,3%.

O IBC-Br, como se sabe, não capta todos os dados da economia que compõem o cálculo do PIB, este calculado pelo IBGE. O IBC-Br é um esforço do Banco Central para antecipar, na medida do possível, o ritmo da atividade num prazo mais curto do que o IBGE, que traz apenas os resultados trimestrais.

Há uma percepção generalizada entre economistas de que a economia começou a se mover. Mas há dúvidas sobre a intensidade e a velocidade dessa recuperação. Os sinais são de que agosto não foi um bom mês. No entanto, a expectativa é de que a partir de setembro o ritmo volte a se acelerar, com a economia fechando o ano com crescimento em torno de 1%.

O ritmo do final do ano é importante não para 2019, ano perdido. Mas para indicar em que velocidade a economia entrará rodando no início de 2020.

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