A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu três suspeitos de participação nas mortes de dois irmãos no Cruzeiro Velho, ocorridas em 23 de janeiro último. Os envolvidos foram detidos na última terça-feira (4), mas só nesta sexta (7) a corporação divulgou o caso.
Segundo a delegada-chefe da 3ª DP, Cláudia Alcântara, vítimas e agressores faziam parte de grupos rivais em Formosa, em Goiás, onde ocorreram as prisões. Eles eram conhecidos desde a infância.
Outros dois suspeitos estão foragidos. Cláudia afirma que os envolvidos que não foram presos são os autores dos disparos. Além de causar a morte dos irmãos, os tiros deixaram um terceiro jovem ferido.
(Foto: TV Globo / Reprodução)
Entre os detidos está a ex-companheira de uma das vítimas, que é atual namorada de um dos presos. “Ela lucraria com a morte do ex porque teria direito a uma casa em Formosa, mas o Kelvin [de Jesus, um dos que morreram], com quem ela tem um filho, disse que só cederia o imóvel se ela não se envolvesse com outra pessoa. Então ela quis matar para ficar com a casa”, diz Cláudia.
A outra vítima fatal era Rodrigo de Jesus, que fazia parte do mesmo grupo rival dos agressores. A vítima que sobreviveu acabou recebendo tiros apenas porque estava no local. Os suspeitos pretendiam matá-lo para “apagar uma testemunha”, segundo a delegada.
A mulher suspeita é atual namorada de um dos envolvidos, que também foi preso. Ele disse à polícia que o casal foi ameaçado por Kelvin, por isso planejou o homicídio.
“Eles fizeram um estudo da área, planejaram como iriam fazer. Um motociclista ficou na porta da casa para passar informações sobre quando eles estariam em casa. Eles chegaram em um carro, os dois executores deram os tiros e fugiram nesse carro, seguiram pela Epia até Sobradinho e depois Formosa”, afirma Cláudia.
As duas vítimas fatais tinham uma propriedade na cidade goiana, mas os suspeitos decidiram cometer os assassinatos no DF para dificultar a atuação da polícia, segundo a delegada.
Os dois revólveres e o carro utilizado para a prática do assassinato não foram encontrados. De acordo com a polícia, os suspeitos disseram que adquiriram as armas e o veículo apenas para o crime e que venderam os produtos logo em seguida.
A polícia ainda procura pelos dois suspeitos foragidos. Os envolvidos vão responder por duplo homicídio qualificado por motivo fútil e traição (por armar emboscada), além de tentativa de homicídio. Pelos assassinatos, eles podem pegar de 12 a 30 anos de prisão. Pela tentativa de homicídio, a pena é de 4 a 10 anos.