Por Nathalia Sarmento, g1 DF


  • O Hospital da Criança de Brasília José Alencar é referência no tratamento do câncer infantojuvenil. De acordo com o HCB, a doença é a que mais mata crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos no Distrito Federal.

  • De janeiro a outubro de 2024 foram registrados 180 casos: uma média de 18 casos por mês.

  • De acordo com o Inca, o câncer infantojuvenil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo.

  • Diferentemente do câncer em adultos, o câncer infantojuvenil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação.

Fachada do Hospital da Criança de Brasília José Alencar, no Distrito Federal — Foto: Tony Winston/GDF/Reprodução

O câncer é o principal motivo de morte de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos no Distrito Federal. De acordo com o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), de janeiro a outubro de 2024 foram registrados 180 casos: uma média de 18 casos por mês.

(CORREÇÃO: O g1 errou ao informar que eram 18 óbitos mensais, em média. A informação foi corrigida às 20h08 do dia 03/12.)

📌O Hospital da Criança de Brasília José Alencar é uma unidade referência para o tratamento do câncer infantojuvenil pelo SUS, por isso, atende pacientes de várias regiões do país.

Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), entre 2023 e 2025 7.930 novos casos de câncer infantojuvenil devem ser registrados no Brasil. Isso representa um risco estimado de 134,81casos por milhão de crianças e adolescentes.

🔎O câncer infantojuvenil, de acordo com o Inca, corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Diferentemente do câncer do adulto, o câncer infantojuvenil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação.

O presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, Neviçolino Filho, afirma que os principais problemas da rede pública de saúde, que justificam o número de mortes por câncer entre crianças e adolescentes, são:

  • O atraso e a falta de diagnóstico
  • A dificuldade de acesso aos tratamentos
  • A falta de estrutura dos hospitais

"As etapas e o tratamento do câncer são transversais, é necessário que uma equipe multidisciplinar esteja por trás do processo. Afinal, a prevenção é a chave do processo, quando antes se descobre, menos procedimentos precisam ser realizados para sanar a doença", diz o médico.

O câncer mais frequente no público infantojuvenil é a leucemia, causada por tumores que afetam tecidos e órgãos responsáveis pela produção e regulação das células sanguíneas no organismo. Veja abaixo os demais tipos, segundo o Hospital da Criança:

  • Leucemias e linfomas: 43% dos casos
  • Tumores cerebrais: 19% dos casos
  • Neuroblastomas: 8% dos casos
  • Sarcomas de partes moles: 7% dos casos
  • Tumor de Wilms (rim): 6% dos casos
  • Tumores ósseos: 5% dos casos
  • Retinoblastoma: 3% dos casos

Tratamento da doença

De acordo com o Ministério da Saúde, as crianças e adolescentes tendem a responder melhor aos tratamentos da doença. Isto ocorre porque elas possuem mais células indiferenciadas, que não têm uma função distinta no embrião. Ou seja, são mais suscetíveis ao tratamento.

O tratamento do câncer infantojuvenil envolve várias abordagens, dependendo do tipo e do estágio da doença. Os principais de tratamento são:

  • Quimioterapia: utiliza medicamentos para combater as células cancerígenas
  • Radioterapia: utiliza radiação para destruir as células cancerígenas
  • Cirurgia: remove o tumor e tecidos afetados
  • Transplante de medula óssea: substitui a medula óssea danificada por células saudáveis

Incentivo para enfrentar a doença

Shalma com sua sua filha, que passou um ano e sete meses fazendo tratamento e agora está na fase final do processo. — Foto: Arquivo pessoal

Mesmo com todas as dificuldades do tratamento, há famílias que conseguem ressignificar esse processo. É o caso de Shalma Vicentim, que depois de receber o diagnóstico da filha, em 2023, decidiu criar a Rede de Apoio às Mães Oncológicas. ❤️

"O hospital cuida muito bem das crianças. Mas, eu sentia que faltava um apoio direcionado às mães. Aos poucos, fui me articulando com elas pra levar essas reinvindicações para o conselho administrativo do hospital", conta Shalma.

Atualmente, o grupo reúne 87 mães de crianças em tratamento. Além de trocar informações e auxílio, ele oferece um olhar especial para o bem-estar e a autoestima dessas mulheres.

🧼O grupo entrega kits de higiene toda semana para mães que precisam acompanhar os filhos internados e, recentemente, passou a ser membro da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Câncer do DF.

Sintomas do câncer

Os sintomas do câncer infantojuvenil são parecidos com os de doenças comuns entre crianças. Por isso, é importante que os pais estejam atentos e que levem os filhos ao pediatra com frequência.

Os sintomas se diferem de acordo com o tipo de câncer. Confira os sinais listados pelo Ministério da Saúde:

  • Hematomas ou sangramento
  • Dor óssea
  • Caroços ou inchaços
  • Febre constante
  • Perda de peso inexplicada
  • Tosse persistente
  • Palidez

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