Por Nathalia Sarmento, g1 DF


  • Camila de Lima deu à luz em abril de 2022, no Hospital Regional de Ceilândia, no Distrito Federal. A mãe estava sozinha, em um box, de pé quando a criança nasceu e caiu de cabeça no chão. A bebê teve traumatismo craniano.

  • A mulher conta que por mais de duas horas enfrentou dores, sangramento e contrações, sem que ninguém da equipe médica aparecesse para ajudá-la.

  • Nesta quinta-feira (28), o Tribunal de Justiça do DF condenou o governo do Distrito Federal a pagar uma indenização de R$ 40 mil para mãe e filha.

  • Em sua defesa, o GDF afirma que os tratamentos dados tanto à mãe quanto à filha foram adequados às condições clínicas por elas apresentadas, e alega que os primeiros exames feitos na recém-nascida não identificaram "qualquer alteração advinda da queda".

Fachada do Hospital Regional de Ceilândia (HRC), no DF — Foto: TV Globo/Reprodução

O governo do Distrito Federal foi condenado, nesta quinta-feira (28), a indenizar uma mãe que deu à luz, no Hospital Regional de Ceilândia, sem auxílio médico. O bebê caiu de cabeça no chão e teve traumatismo craniano.

De acordo com a decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT), a equipe médica do hospital público negligenciou o atendimento à mãe, mesmo ela estando com sangramento e dores. O caso ocorreu em abril de 2022. O GDF ainda pode recorrer da decisão de condenação.

"Eu sentia muita dor, estava vulnerável. Me senti um lixo, sem valor, eu sabia que estando dentro do hospital, a responsabilidade do andamento do parto seria da instituição", conta a mãe do bebê, Camila de Lima.

Ao g1, Camila conta que chegou ao hospital por volta de meia-noite, passou pela triagem e foi direcionada a um box. Segundo ela, até 2h da madrugada, horário em que deu à luz, ela não foi atendida por nenhum profissional de saúde.

A dona de casa afirma que deu à luz em pé e que a bebê bateu com a cabeça no chão. Ela diz que como sentia dores fortes e não sabia como agir, por causa das contrações, optou por ficar em pé, ao lado da cama.

A filha de Camila sofreu fraturas com a queda, na hora do parto. Conforme a mãe, quando levou a criança ao médico, 14 dias depois, ela foi diagnosticada com uma fratura craniana.

"O neurocirurgião me disse que a equipe médica não prestou o atendimento necessário à minha filha. Eles deveriam ter analisado ela após o momento da queda, ou transferido ela para o Hospital de Base", diz Camila.

A bebê, atualmente com dois anos, não teve sequelas. Em sua defesa, o governo do Distrito Federal afirma que os tratamentos dados tanto à mãe quanto à filha foram adequados às condições clínicas por elas apresentadas. Alega ainda que os primeiros exames feitos na recém-nascida não identificaram "qualquer alteração advinda da queda".

De acordo com a Justiça, o hospital foi negligente tanto com a mãe, que precisava de atendimento médico, tanto com a filha, que não teve o devido acompanhamento. Por isso, o GDF terá que pagar multa "a título de danos morais para as duas vítimas".

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