William Pereira Rogatto — Foto: Lucas Magalhães/GE
William Pereira Rogatto, conhecido como o "Rei do Rebaixamento", foi preso em Dubai, nos Emirados Árabes, na manhã desta sexta-feira (8). A informação é do senador Carlos Portinho (PL/RJ) — um dos membros da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, que investiga esquema de manipulação de resultados.
Rogatto é apontado como o chefe do esquema. Ele prestou depoimento à CPI, no Senado Federal, no início de outubro e, sem apresentar provas, disse que ganhou mais de R$ 300 milhões com a atividade e atuou no Campeonato Candango de 2024 — disputa dos times do Distrito Federal (saiba mais abaixo). De acordo com o senador, a Polícia Federal (PF) foi informada por ele sobre a prisão.
O senador Carlos Portinho disse, em nota, que trocou informações com a PF, "com o propósito de viabilizar a extradição do ex-empresário e um acordo de delação premiada, além da apresentação das provas que William Rogatto disse possuir, em oitiva na CPI, no início de outubro".
"O meu objetivo é apurar a veracidade das informações e limpar essa sujeira de apostas do futebol brasileiro. Precisamos ter certeza que a maior paixão dos brasileiros não está relegada à própria sorte, ainda mais com esse libera geral que foi a Lei das Apostas no país. Ou azar do esporte", diz o senador.
Depoimento na CPI
De acordo com o GE, em depoimento à CPI que apura denúncias de manipulação de jogos e apostas esportivas no Senado, realizado em outubro, Rogatto deu detalhes de como atuou, afirmando, sem apresentar provas, que atuou em todos os estados brasileiros. O tom de "deboche" chamou a atenção dos parlamentares, conforme publicado na coluna Chico Lins Na Rede.
Rogatto depôs virtualmente, porque à época morava em Portugal. Os senadores chegaram a cogitar uma viagem para Portugal, a fim de colher um depoimento presencial de Rogatto, além de oferecer a possibilidade da inclusão do investigado no Sistema de Proteção à Testemunha e até um acordo de delação premiada. A viagem, entretanto, acabou não ocorrendo.
O réu ainda expôs que comprava árbitros, jogadores, dirigentes e presidentes de clubes. Desde então, os senadores iniciariam articulações para localizá-lo, já que estava foragido.
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