Homem suspeito de começar tiroteio em bar no DF
O empresário Felype Barbosa da Silva, de 27 anos, prestou depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal nesta quarta-feira (17), sobre o tiroteio que matou um segurança de 23 anos e atingiu uma criança de 10 anos em um bar, no Riacho Fundo II, no último domingo (13).
De acordo com o delegado chefe adjunto da 29ª Delegacia de Polícia Sérgio Bautzer, o suspeito ficou em silêncio. No entanto, ele negou que tenha tentado roubar um caminhão guincho para fugir. Felype disse aos investigadores que fugiu a pé para o Recanto das Emas.
Segundo a Polícia Militar, após os disparos, o empresário rendeu o motorista do guincho, após cometer os crimes, mas não conseguiu dirigir o veículo. Imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que Felype Barbosa da Silva teria tentado usar o caminhão na fuga (veja vídeo abaixo).
Conforme Bautzer, a PCDF ainda não recebeu o vídeo por meios oficiais e, por isso, não pode fazer o exame de comparação de imagens já obtidas pela perícia.
Vídeo mostra o momento em que suspeito tenta fugir com caminhão guincho.
Durante o depoimento, o suspeito não falou sobre a origem da arma usada no crime nem disse onde ela está. No entanto, ele fez uma descrição da pistola aos policiais.
Segundo o delegado, Felype deve conversar com seu advogado sobre os atenuantes de uma confissão extrajudicial. O empresário foi preso na noite de segunda-feira (15) em um hotel, em Valparaíso de Goiás, no Entorno do DF.
Ele passou por audiência de custódia e a Justiça decidiu que o suspeito deve permanecer preso.
Não queria pagar conta
Suspeito do crime, Felype Barbosa da Silva (à esquerda). Vítima que morreu no local, Jorny Thiago Abreu Adorno (à direita). — Foto: Reprodução
O empresário começou a confusão porque não queria pagar a conta do bar. Ainda segundo o delegado Sérgio Bautzer, vários tiros foram disparados contra o segurança Jorny Thiago Abreu Adorno, de 23 anos, que morreu no local.
Bautzer conta que Jorny tinha acabado de assumir o turno de outro funcionário que fazia a segurança da saída do bar. O corpo do segurança foi sepultado na terça-feira (15).
Segundo parentes do segurança assassinado, o jovem trabalhava no bar para complementar a renda da família. Ele também era auxiliar de serviços gerais e sonhava em ser policial militar.
"Era um rapaz forte, tinha os sonhos dele, queria ser alguém na vida. Queria ter um carro bom, uma casa boa, e dar o melhor pra família, por ele ser o mais velho. Eu nunca mais vou ser a mesma. Tenho mais dois filhos, mas nenhum filho substitui o outro", diz Joseanne Patrícia, mãe de Jorny.
Os tiros atingiram outras cinco pessoas:
- Um menino de 10 anos, que está internado na UTI do Hospital de Base
- A mãe do menino, que levou um tiro no pescoço e não corre risco de vida
- Uma mulher que levou um tiro de raspão
- Uma mulher que ficou com a bala alojada na perna
- Uma mulher que ficou com a bala alojada no braço
👉 Como ocorreu o crime, segundo a PCDF
- O suspeito chegou ao bar no Riacho Fundo II por volta das 21h, com uma mulher e o primo dela;
- No momento em que deveria passar por revista, Felype Barbosa da Silva chamou outro funcionário que — pelas imagens obtidas pela polícia — lhe deu um abraço, entregou a pulseira de consumação e o deixou entrar;
- Enquanto esteve no bar, Felype circulou livremente pelo local — indo, inclusive, ao local onde são feitos os drinks, segundo a polícia;
- Quando deixou o bar, o segurança Jorny Thiago Abreu Adorno, de 23 anos, chamou a atenção de Felype porque a comanda não havia sido paga, momento em que os disparos começaram;
- Jorny foi atingido por diversos disparos e morreu no local;
- Outros clientes foram atingidos pelos tiros: quatro mulheres e uma criança de 10 anos;
- Felype descartou a arma no Riacho Fundo II, fugiu para o Recanto das Emas e, em seguida, para Valparaíso de Goiás;
- Ele foi localizado pela Polícia Militar do DF e pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO).
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