Por Marcelo Tobias, Caroline Cintra, TV Globo e g1 DF


  • Uma mulher que disse estar sendo feita refém pelo companheiro há três dias foi resgatada pela Polícia Militar na madrugada deste domingo (29) em Samambaia, no Distrito Federal.

  • De acordo com os militares, a vítima ligou para o 190 e pediu uma "pizza". Quando a PM chegou ao local, ela saiu da casa e disse que estava em cárcere privado, sendo vítima de estupro e tortura.

  • A Polícia Militar do DF divulgou, na noite desta segunda-feira (30), o áudio da mulher pedindo socorro.

Mulher vítima de violência liga para PMDF fingindo pedir pizza para ser resgatada

Mulher vítima de violência liga para PMDF fingindo pedir pizza para ser resgatada

A mulher resgatada após ligar para a Polícia Militar e pedir uma "pizza" disse aos militares que ficou três dias em cárcere privado. O caso foi na madrugada de domingo (29) na região de Samambaia (veja detalhes abaixo).

Aos policiais que atenderam à ocorrência, ela disse ainda que era vítima de estupro e tortura. A Polícia Militar do Distrito Federal divulgou o áudio do pedido de ajuda:

  • PMDF: Polícia Militar
  • Mulher: Boa noite, amigo. Eu fiz um pedido, pelo amor de Deus
  • PMDF: Pedido de que?
  • Mulher: Pedi uma pizza e não está vindo
  • PMDF: Qual o nome da senhora? Eu entendi o que a senhora tá falando. Vou mandar até um refrigerante geladinho. Qual o endereço completo aí, senhora?
  • Mulher: Você pode vir logo? Eu estou com fome
  • PMDF: Vai rapidinho tá? É só aguardar
  • Mulher: Obrigada, eu agradeço. Gratidão (diz chorando)

O militar que atendeu a ligação entendeu que se tratava de um pedido de socorro e mandou uma equipe até o endereço. Ao chegar ao local, a mulher saiu da casa correndo.

"Não estava sendo permitido ela sair de casa, ter contato com ninguém. Informou que ele estava com uma faca e que ela estava sendo ameaçada constantemente", diz o sargento Fábio Cabral, que atendeu a ocorrência.

O suspeito de cometer o crime tem 60 anos, e foi autuado pela Lei Maria da Penha. Segundo a vítima, ela tinha um relacionamento com o homem há cinco meses. A mulher passou por exames no IML.

Como denunciar a violência contra as mulheres?

A Secretaria de Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP) tem canais de atendimento que funcionam 24h. As denúncias e registros de ocorrências podem ser feitos pelos seguintes meios:

O DF tem duas delegacias especializadas no atendimento à mulher (Deam), na Asa Sul e em Ceilândia, mas os casos podem ser denunciados em qualquer delegacia.

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também recebe denúncias e acompanha os inquéritos policiais, auxiliando no pedido de medida protetiva na Justiça.

👉 Em casos de flagrante, qualquer pessoa pode pedir o socorro da polícia, seja testemunha ou vítima.

No Distrito Federal, ainda existe o Programa Violeta, que é focado no atendimento de crianças e mulheres vítimas de violência sexual e estupro. O acolhimento é feito por uma equipe multiprofissional, composta por assistente social, ginecologista, psiquiatra, psicólogos, técnica em enfermagem e técnicas administrativa.

O serviço é prestado no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

A Secretaria de Justiça e Cidadania também tem canais de denúncia de casos de violência contra a mulher. Há, por exemplo, o Centro Integrado 18 de Maio, que trata de ocorrências de exploração sexual de crianças.

O Conselho Tutelar também recebe denúncias de violação de direitos de crianças e adolescentes. Ainda há o Disque 100, que trata da violação de direitos humanos.

  • Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM)
    Endereço: EQS 204/205, Asa Sul, Brasília
    Telefones: (61) 3207-6195 e (61) 3207-6212
  • Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (DEAM II)
    Endereço: QNM 2, Conjunto G, Área Especial, Ceilândia Centro
    Telefone: (61) 3207-7391
  • Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
    Formulário eletrônico
    WhatsApp: (61) 99847-7592
    Telefone: 127 e 0800 644 9500 (ligação gratuita)
    Atendimento presencial com escuta qualificada: Eixo Monumental, Praça do Buriti, lote 2, sala 141, Sede do MPDFT, Brasília-DF.
    E-mail: [email protected]
  • Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
    Contato: 3190-5291
  • Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal
    Contato: 180
  • Centro Integrado 18 de Maio
    Endereço: SHCS EQS 307/308
    Telefone: (61) 2244 - 1512 e (61) 98314 - 0636
  • Conselho Tutelar
    Endereços: clique aqui e consulte
    Telefone: 125
  • Disque 100

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