Por Raquel Lima, g1 DF — Brasília


  • Muita gente acredita que as mulheres são menos aptas a dirigir do que os homens. No entanto de acordo com o Departamento de Trânsito do DF, as mulheres se envolvem menos em acidentes graves de trânsito.

  • No ano passado, houve 363 acidentes fatais de trânsito, no Distrito Federal. Desses, 8,54% dos motoristas envolvidos eram mulheres e 87,33%, homens.

  • De acordo com especialistas em trânsito, o mito de que mulheres não são boas motoristas existe porque carro é visto como um símbolo muito ligado ao homem desde o nascimento: meninas são influenciadas a brincarem de boneca🧸 e meninos de carrinho 🚙.

Mulher motorista ao volante — Foto: Peter Fazekas/Pexels

Ainda é comum ouvir que mulher e direção não combinam. Muita gente acredita que elas são menos aptas a dirigir do que os homens, mas não é o que as estatísticas apontam.

De acordo com o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran- DF), as mulheres se envolvem menos em acidentes graves de trânsito.

Dos acidentes fatais ocorridos entre janeiro e abril deste ano na capital, 88,76% tinham homens envolvidos. As mulheres representam 8,99% de envolvimento nesse tipo de ocorrência.

No ano passado, não foi diferente. Dos 363 acidentes fatais de trânsito, no Distrito Federal:

  • 👩8,54%: dos motoristas envolvidos eram mulheres
  • 👨87,33%: dos motoristas envolvidos eram homens

"O comportamento do motorista é um fator crucial no trânsito, seja homem ou mulher", diz o Detran-DF.

Motorista mulher — Foto: Jan Baborak/Unsplash

O departamento reforça que "não há comprovação alguma de qualquer diferença biológica que torna os homens mais aptos a dirigir que as mulheres. É basicamente uma questão cultural, que, inclusive, explica por que os homens costumam se envolver em mais acidentes graves".

De acordo com especialistas em trânsito, o mito de que mulheres não são boas motoristas existe porque carro é visto como um símbolo muito ligado ao homem desde o nascimento: meninas são influenciadas a brincarem de boneca🧸 e meninos de carrinho 🚙.

A estrutura da sociedade por padrões de gênero, denominam "papéis" às pessoas, como explica Silvia Badim Marques, coordenadora do núcleo de estudos sobre diversidade sexual e de gênero do Centros Especializados de Atendimento à Mulher da Universidade de Brasília (CEAM-UnB).

"O papel das mulheres é visto como ficar cuidando da casa, que mulher não tem que se aventurar. Ao contrário, esses dados mostram exatamente que as mulheres desempenham a função de dirigir com mais cuidado".

"O dirigir, na perspectiva masculina, é muito ligado a corrida, a ideia de que 'eu vou chegar primeiro, que meu carro é mais potente, que eu sei dirigir melhor, então também vou dirigir como eu quiser, então eu posso ingerir bebida alcoólica' [...] Já que dirigir é ligado aos homens, obviamente, ocorre a depreciação das mulheres, com xingamentos no trânsito. 'Ah vai pilotar um fogão, né?' " , diz a especialista.

Problemas no trânsito 🚗

Trânsito na EPTG, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução

Cerca de 2 milhões de veículos circulam diariamente nas vias do Distrito Federal, de acordo com o Detran-DF. Segundo a doutora em transportes, Adriana Modesto, o uso massivo dos veículos individuais motorizados e a simultaneidade de obras de infraestrutura viária com execução em largo prazo contribuem para:

  • 🚦 o aumento de congestionamentos
  • ⏰ tempo de viagem
  • 🚨 ocorrência de acidentes de trânsito
  • 😫 além de testar a tolerância e a saúde dos motoristas

Além dos moradores do DF, parte da população economicamente ativa do Entorno realiza atividades na capital e dependem do transporte rodoviário.

"Diante do esgotamento da capacidade de nossas vias, do comprometimento da qualidade de vida da população, do repertório de danos e transtornos decorrentes do uso massivo dos veículos individuais motorizados, urge efetiva mudança paradigmática orientada por perspectiva metropolitana, fomentando-se os modos ativos, os modos coletivos e o modal ferroviário”, diz a especialista.

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