Caixão da recém-nascida Ingridy, que morreu no Hran, no dia 29 de maio, no DF — Foto: TV Globo/ Reprodução
Uma bebê morreu durante o parto, no hospital Regional da Asa Norte (Hran), em Brasília, no último dia 29. A família conta que o corpo foi liberado do hospital nesta quarta-feira (5) e sepultado no Cemitério de Planaltina.
Esta é a quinta criança que morre na rede pública de saúde do Distrito Federal entre abril e maio (veja detalhes abaixo).
A Secretaria de Saúde disse que "Ana Karoline foi atendida no dia 29/05, no Hospital Materno Infantil (HMIB) e não apresentava alterações fetais, sendo orientada a buscar o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), onde foi atendida pela manhã do mesmo dia e foi internada por alterações de níveis de pressão arterial e para avaliação da gestação", e que o caso será investigado pelo comitê de óbito (veja nota mais abaixo).
À TV Globo, a mãe do bebê, Ana Karoline Feitosa da Silva, disse que buscou atendimento no Hospital Materno Infantil (Hmib) no dia anterior ao parto, já com dores e contrações. Segundo ela, a equipe disse que "não era nada demais", e a mandou para casa.
No dia 29 de maio, Ana Karoline conta que amanheceu sangrando e foi direto para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), onde os profissionais escutaram o coração do bebê e disseram que estava tudo bem.
Ana Karoline foi internada na sala de observação mas, segundo ela, "em seguida, ao tentarem escutar o coração do bebê novamente, os funcionários não conseguiram mais". A mãe diz que depois de 30 minutos ela foi chamada para uma ecografia e recebeu a notícia de que o bebê estava morto.
A causa da morte foi registrada como "óbito fetal intrauterino", segundo Ana Karolina.
Deputados não aprovam CPI da Saúde imediata
Crianças que morreram nos últimos meses na rede pública de saúde do DF.
Entre abril e maio deste ano, outras quatro crianças morreram na rede pública de Saúde do Distrito Federal (veja vídeo acima).
- ENZO GABRIEL: Menino de 1 ano morreu em 14 de maio, na Upa do Recanto das Emas, após esperar mais de 12 horas por uma ambulância;
- JASMINY: Bebê de 1 mês morreu por falta de atendimento apropriado na UPA do Recanto das Emas, em 14 de abril;
- ANNA JÚLIA: Menina de 8 anos morreu no dia 17 de maio após peregrinar por quatro unidades de Saúde;
- AURORA: Recém-nascida que morreu por complicações causadas durante o trabalho de parto.
Após as famílias denunciarem negligência, deputados distritais apresentaram um requerimento que pede a abertura de uma CPI da Saúde na Câmara Legislativa do DF (CLDF). Mas, nesta terça-feira (4), em reunião de líderes, os deputados distritais votaram por não priorizar a realização da CPI, que está como a quarta na "lista de espera" de comissões de inquérito que aguardam instalação.
A reunião aconteceu logo após um protesto no Palácio do Buriti, no início da tarde de terça. O ato, que defendeu a criação da CPI da Saúde, contou com a participação de famílias de crianças que morreram na rede pública de Saúde e profissionais da área.
Famílias de crianças que morreram na rede pública de Saúde fazem ato em Brasília. — Foto: Marcella Rodrigues/g1
O governo do Distrito Federal nega que haja crise na saúde. De acordo com a Secretaria de Saúde, R$ 12,7 bilhões do orçamento do GDF estão atualmente alocados à saúde. O valor destinado ao Iges-DF é de R$ 766 milhões, além de um reforço de até R$ 726 milhões do Fundo Constitucional.
O que diz a Secretaria de Saúde do Distrito Federal após o 5º óbito de criança na rede pública
"A Secretaria de Saúde do Distrito Federal esclarece que a paciente Ana Karoline não realizou acompanhamento pré-natal durante a gestação.
Essa paciente foi atendida no dia 29/05, no Hospital Materno Infantil (HMIB) e não apresentava alterações fetais, sendo orientada a buscar o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), onde foi atendida pela manhã do mesmo dia e foi internada por alterações de níveis de pressão arterial e para avaliação da gestação.
Ao realizar ultrassom foi evidenciado óbito fetal sendo realizado parto operatório para retirada do feto. A pasta informa que o caso será investigado pelo comitê de óbito."
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