Pesquisadores durante primeira expedição brasileira ao Ártico. Crédito: paralelo60_extremosdoplaneta
Pesquisadores da primeira expedição do Brasil ao Círculo Polar Ártico estão em campo para coletar dados e realizar experimentos que ajudem a ciência (veja vídeo acima). Um dos objetivos é fazer comparações com a Antártica, continente estudado por brasileiros há mais de 40 anos, por meio do Programa Antártico Brasileiro (Proantar).
"[O Ártico] tem uma diversidade surpreendente. Uma vegetação que, inclusive, raramente vemos na Antártica. Digamos assim, a extensão dos campos de vegetação. Então, essa é uma primeira surpresa. Uma vegetação bem vasta, um cenário muito bonito”, diz o professor Marcelo Ramada, da Universidade Católica de Brasília.
Mas o que surpreendeu os cientistas foi o calor. A temperatura, em torno de 16°C, segundo Ramada, provoca o degelo que aumenta a intensidade da água nos rios que cortam a região (saiba mais abaixo).
"Tudo isso mostra o quanto o aquecimento global está impactando o Ártico e também mostra aquilo que já é dito pela ciência, que o descongelamento do Ártico é irreversível. Então, estamos podendo ver isso em primeira mão", diz o pesquisador.
Além de Ramada, estão na expedição os professores Paulo Eduardo Aguiar Saraiva Câmara e Micheline Carvalho Silva, do Departamento de Botânica da Universidade de Brasília (UnB), e Luiz Henrique Rosa e Vívian Nicolau Gonçalves, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A Operação Ártico I vai até sexta-feira (21).
"Estamos com equipamentos para fazermos a extração de DNA desse material. São plantas, solo, dentre outros. Nós podemos dizer que no dia 15 de julho a equipe da primeira expedição brasileira ao Ártico extraiu seu primeiro DNA também em solo Ártico”, diz Ramada.
Mudança climática e descongelamento do Ártico
Pesquisadores na primeira expedição brasileira ao Círculo Polar Ártico — Foto: Arquivo pessoal
O clima no Ártico chamou a atenção dos pesquisadores. "O caminho foi bem surpreendente. Campos e campos, que bem surpreendente também, quase sem gelo na região. Nós vimos um rio, com uma intensidade até forte em decorrência de uma água de degelo, e ali pudemos fazer várias coletas diferentes”, conta Ramada.
O pesquisador conta ainda que os dias na região estão quentes. "É interessante que a gente não sabe se isso é um fenômeno normal anualmente, porque assim, tá quente [...]. Tem dia que não há nenhuma necessidade de uso de casaco".
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