Moto clubes de Brasília: uma história que acompanhou o nascimento da capital

"A história do motociclismo no DF é tão velha quanto o nascimento da capital federal. Dos pioneiros que vieram para construir Brasília, temos relatos de vários que vieram de moto e se reuniam para a fazer as manutenções nas motos", diz Renan Estanislau, do Capital Motoclube.

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Renan Estanislau, do Capital Motoclube, conta que a necessidade de ajuda foi um dos motivos que fizeram com que os grupos fossem criados no DF, já que não havia lojas de motos nos primeiros anos de Brasília.

Renan lembra que o motociclismo traz a sensação de liberdade, que nos anos 70 e 80 era uma "necessidade gritante" dos jovens. De acordo com ele, Brasília é um lugar abençoado para o motociclismo.

"Podemos afirmar sem dúvida alguma, que o motociclismo e Brasília, nasceram e cresceram juntos", afirma Renan.

Para o integrante do Capital Motoclube, diversidade é a palavra que resume de forma mais completa o motociclismo no Distrito Federal.

"No DF, há uma variação tão grande nos clubes, que certamente há um clube criado para cada situação minimamente pensada", diz Renan.

Renan explica que cada moto clube traz uma história. Ele pode surgir, por exemplo, de pessoas que têm a mesma profissão, que gostam de um certo modelo de moto, que trabalham na mesma empresa ou até que têm a mesma religião.

"Depois disso vem a amizade que é construída, o amor pelas duas rodas, as viagens, as histórias, satisfação de fazer um clube crescer e evoluir, tudo isso laceado nos conceitos de amizade, fraternidade e respeito", ressalta Renan.

De longe, os integrantes do moto clube "Kamikazes" já são identificados: barba longa, motocicletas e carros exóticos e roupas diferenciadas. É assim que Humberto Neves, integrante do clube, define o grupo fundado em 1990.

"O pessoal associa o nosso estilo com aquele 'Mad Max'. Uma coisa meio montada, a gente improvisa. O estilo Kamikaze é diferenciado, mas o que prevalece é a amizade e a família", diz Humberto Neves.

Ele explica que o estilo montado e improvisado vem desde o início do grupo fundado por Aluísio, Zé Liu, Zezinho Bahia, William e Jerete. Em meados de 90, os jovens não tinham poder aquisitivo para comprar uma motocicleta e improvisavam com montagem de peças nas máquinas produzidas no fundo do quintal.

"Muitas vezes montava, pegava um motor de uma e colocava em outra. Até hoje, os Kamikazes montam os triciclos", conta Humberto Neves.

O amor é tamanho pelo motociclismo e pelo grupo, que o colete usado pela equipe, que tem o símbolo do moto clube, já saiu do tecido e do couro e foi parar na pele de alguns integrantes em formato de tatuagens (veja imagem abaixo).

"Motoclubismo no mundo e em Brasília, hoje, é muito unido. Qualquer lugar que você vá com o colete, as pessoas se ajudam", diz Humberto Neves.

Atualmente, o moto clube trabalha também com propósitos sociais, como ajuda a instituições de apoio a crianças, entrega de cestas básicas e assistência comunitária.

Este sábado (27) é o último dia do festival Capital Moto Week, que reuniu motociclistas de todo o Brasil para duas semanas de shows na capital federal.

"Se há um lugar onde o motoclismo se desenvolve em ritmo acelerado, esse lugar é no DF", afirma Renan.

Renan Estanislau lembra que Brasília tem o maior evento de motos do Brasil e um dos maiores do mundo, o Capital Moto Week.

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