17/08/2012 16h57 - Atualizado em 17/08/2012 17h05

Universitários de Fortaleza fazem manifestação contra a lei de cotas

Encontro ocorreu em frente a Praça de Imprensa, no Bairro Dionísio Torres.
Estudantes pedem para que Dilma Rousseff não sancione a lei.

Gioras XerezDo G1 CE

Encontro ocorreu em frente a Praça de Imprensa, no Bairro Dionísio Torres. (Foto: Gioras Xerez/G1)Encontro ocorreu em frente a Praça de Imprensa, no Bairro Dionísio Torres. (Foto: Gioras Xerez/G1)

Estudantes de universidades públicas e particulares realizaram na tarde desta sexta-feira (17) uma manifestação contra a lei de cotas, em frente a Praça de Imprensa, no Bairro Dionísio Torres, em Fortaleza. A lei foi aprovada na noite da última terça-feira (7) no Senado Federal e segue para sanção presidencial. Se a presidente Dilma Rousseff sancionar a lei, as universidades terão quatro anos para passar a destinar 50% de suas vagas para estudantes de escola públicas.

Para João Paulo Satuba, 19 anos, aluno do curso de Eletrônica Técnica, a lei servirá para maquiar a educação brasileira. "Nosso propósito é impedir que esse decreto se torne real porque isso vai maquiar a nossa educação. Nós precisamos de reforma na educação de base. Se essas cotas forem aceitas, o aluno de escola pública que adentrar a uma universidade por meio dessas cotas vai chegar com falhas no seu ensino, pois o seu ensino básico não é bem estruturado", afirmou o estudante.

Outro que é contra a lei de cotas é o estudante Rodrigo Gadelha, 19, que acredita que se for aprovada, a lei de cotas será uma derrota para a educação nacional. "A lei não pode ser sancionada pela presidente. É preciso melhorar o ensino das escolas públicas", falou.

UFC vai se adaptar à lei
A Universidade Federal do Ceará (UFC) afirmou que pretende se adaptar de forma progressiva à lei que determina que 50% dos aprovados nas escolas de ensino superior federais sejam por meio de cota, destinada a alunos oriundos de escolas públicas.

O pró-reitor de graduação da UFC, Custódio Almeida, defende que um terço da cota seja aplicada a cada ano, a partir de 2013. Em 2016, segundo a sugestão de Almeida, a UFC estaria cumprindo a lei, que exige que as universidades estejam adaptadas até este ano. "A lei não seria aplicada de uma vez só, mas ao longo de quatro anos faríamos o preenchimento. Assim, a sociedade veria o impacto da lei de uma forma mais diluída", diz Custódio Almeida. O pró-reitor diz que o método de aplicação da lei, no entanto, não está definido, e ainda será discutido com a reitoria da universidade.

A UFC aprovou em 2012 5.784 candidatos em 2012, todos por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A universidade nunca adotou sistemas de cota para ingressar na faculdade, mas debateu o assunto em 2006. "Na época houve votação, mas o conselho não aceitou as cotas raciais, em função de não ter havido muita discussão sobre o assunto", diz.