12/02/2015 15h00 - Atualizado em 12/02/2015 15h34

Primeiras impressões: Honda Civic EXR 2016

Versão topo de linha do sedã volta a ser oferecida, por R$ 88,4 mil.
Entre os equipamentos, controles de tração e estabilidade e teto solar.

André PaixãoDo G1, em Indaiatuba (SP)

Tramita pela Câmara dos Deputados o projeto de lei 7204/2014, de autoria do ex-deputado Onofre Santo Agostini (PSD-SC), que tem como objetivo proibir os fabricantes de virarem o ano/modelo dos veículos com produção anterior a 1º de setembro.

Se a lei entrar em vigor, acabará com uma prática das montadoras de “virar o ano” de seus carros cada vez mais cedo. No caso da Honda, a "vítima" é o Civic. A linha 2015, lançada em junho de 2014, teve vida curta, de apenas oito meses. Na última quarta-feira (11), a montadora japonesa apresentou em Indaiatuba (SP) a linha 2016 do modelo, com mudanças apenas pontuais para tentar recuperar a liderança entre os sedãs médios, perdida em 2014 para o completamente renovado Toyota Corolla.

Honda Civic 2016 (Foto: Caio Mattos / Divulgação)Honda Civic 2016 (Foto: Caio Mattos / Divulgação)

Intermediário mais completo
A grande novidade é a volta da versão mais completa, EXR. Para não correr o risco de ser ofuscado pelo EXR, o Civic LXR, que lidera as vendas, ficou mais equipado. Ele ganhou controles de tração e estabilidade e assistente de partida em rampas.

O EXR, além destes itens, possui central multimídia com tela escamoteável de 7 polegadas com navegador e mapas de quatro capitais, teto solar elétrico, seis airbags (além dos frontais, obrigatórios, há bolsas laterais e de cortina) e maçanetas externas cromadas.

Visualmente, os dois modelos são idênticos. Ambos possuem rodas de liga leve de 17 polegadas, a dianteira reestilizada em relação ao LXS, com nova grade, faróis de neblina redesenhados e barra cromada na parte inferior do para-choque. No interior, o EXR também conta com acabamento em dois tons e detalhes cromados.

Honda Civic 2016 concorrentes (Foto: Divulgação)

Aumento na tabela
Na tabela, todas as versões ficaram, em média, R$ 2,5 mil mais caras. Confira o preço e a lista de equipamentos de cada uma:

LXS 1.8 manual – R$ 70.900 (era R$ 68.400)
Ar-condicionado digital, direção elétrica, vidros elétricos, rádio com tela de 5 polegadas, conexão Bluetooth e comandos de áudio no volantem e alarme.

LXS 1.8 automática – R$ 73.900 (era R$ 71.500)
Mesmos itens da versão anterior, mas com câmbio automático de cinco marchas.

LXR 2.0 automática – R$ 78.400 (era R$ 75.900)
Mesmo conteúdo da LXS, além de bancos de couro, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, acendimento automático dos faróis, piloto automático e faróis de neblina.

EXR 2.0 automática – R$ 88.400 (não existia)
Mesmo contreúdo da LXR, além de airbags laterais e de cortina, teto solar elétrico, central multimídia com tela sensível ao toque de 7 polegadas e navegador e maçanetas externas cromadas.

Condução não mudou
Na mecânica, a única alteração no Civic é a direção progressiva. A conhecida leveza em velocidades mais baixas é aliada a precisão, conforme o carro fica mais rápido. Motor e câmbio não mudaram. E isso pode ser considerado um fator positivo. O motor 2.0 de até 155 cavalos, associado ao câmbio automático de cinco marchas formam um conjunto competente, que dá conta do recado sem maiores problemas.

Para quem é fã do Honda, a característica rigidez da suspensão permanece, conferindo ao sedã uma tocada mais esportiva.

Multimídia sofisticada
Na época do lançamento do Civic 2015, no ano passado, a Honda antecipou que o novo EXR teria uma central multimídia, mas não deu maiores detalhes sobre os recursos. Agora, com o lançamento do carro, a Honda surpreende, com uma central completa e repleta de funcionalidades.

Honda Civic 2016 (Foto: Divulgação)Nova central multimídia do Civic (Foto: Divulgação)

Entre as centrais disponíveis no segmento, a do Civic está entre as mais completas. Além das funções básicas, como conexão USB e Bluetooth, o sistema pode ser conectado a internet, com função Wi-Fi, tem navegador e entrada HDMI.

Para se conectar, basta encontrar a fonte Wi-Fi e parear o dispositivo. Dessa forma, basta abrir o navegador já instalado na central e navegar. Durante o evento de lançamento, o G1 testou o sistema, que funcionou com rapidez e eficiência.

Já na função de navegação, há pontos de interesse cadastrados e condição de trânsito em tempo real para as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. De acordo com a Honda, até o final do ano, mais duas cidades terão o serviço.

Mesmo onde não há a situação do tráfego, o GPS é completo. Há pontos de interesse cadastrados, como restaurantes, postos de combustível e até concessionárias Honda de todo o país. Para facilitar a utilização, a tela capacitiva dá a possibilidade de o usuário aproximar ou distanciar a imagem.

Com a entrada HDMI, dá para replicar imagens, vídeos e áudios de dispositivos móveis, como celular, tablet e até video-games. Tudo isso com qualidade superior as conexões USB ou Bluetooth. Porém, por questões de segurança, assim que o freio de mão é abaixado, as imagens somem, e resta apenas o som.

Mix de vendas
A central multimídia da Honda só tem um problema, e não é no uso. Ela só está disponível na versão EXR, R$ 10 mil mais cara do que a LXR, que a Honda tem como grande aposta nas vendas.

Segundo a montadora, a opção intermediária deve representar 84% do total de Civic em 2015. A EXR, que conta com o equipamento, terá fatia de 11%, e a básica, LXS, completará os 5% restantes.

"Estudamos o mercado, e escolhemos os equipamentos de cada versão de acordo com a demanda de nossos clientes", afirma Thiago Fachini, líder de projeto local do Civic. Porém, a posição da marca não é inflexível. "Ouvimos o consumidor para atender melhor ao público. Se houver a demanda, podemos oferecer no futuro. A questão é que esse equipamento tem um custo elevado, e isso poderia mudar a proposta do carro", completa.

Segmento acirrado
O segmento dos sedãs médios, apesar de dominado por Corolla e Civic, é um dos mais disputados do mercado. Além da dupla nipônica, outro japonês, o Nissan Sentra, tem crescido, e começa a fazer sombra, em uma consolidada terceira colocação. Chevrolet Cruze, Renault Fluence e Citroën C4 Lounge também buscam um lugar ao sol.

A equipe da Honda, entretanto, parece não estar preocupada com a liderança da Toyota. A previsão de vendas do Civic, mesmo com uma nova versão é de 3,1 mil carros por mês até o final do ano. Se o líder Corolla mantiver o ritmo de cerca de 4 mil carros mensais, terá a dianteira mantida, sem ameaças.

A estratégia da Honda, no entando, é "fazer barulho" em outro segmento. A marca, que recentemente renovou Fit e City, lançará seu produto mais importante dos últimos anos, o SUV compacto HR-V, que será produzido em Sumaré, compartilhando a planta com Civic, City e Fit.

Dessa forma, a Honda opta por reduzir a oferta de Civic, por enquanto, para abastecer o mercado de HR-V, e, a partir do início da produção da nova fábrica, em Itirapina (SP), voltar a brigar pelo topo com o Corolla.

Conclusão
O Civic já era uma das melhores opções entre os sedãs médios. Não é a toa que o japonês produzido em Sumaré disputa com o Corolla carro a carro o título de mais vendido da categoria. Na linha 2016, com novos equipamentos, promete esquentar a briga, tendo como principais armas uma nova versão top, recheada de equipamentos e com uma central multimídia completa. 

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