Honda apresentou a quinta geração da sua moto de entrada, a Pop 110i ES. — Foto: Divulgação/ Honda
A Honda apresentou a quinta geração da sua moto de entrada, a Pop 110i ES. Com novo motor, transmissão e partida elétrica, a montadora quer mostrar que investir na Pop, que tem preço inicial de R$ 9.690 sem o frete, é mais vantajoso do que utilizar transporte público.
Mas ela não terá vida fácil no mercado. Suas concorrentes também buscam oferecer um bom custo-benefício e visam atacar justamente a fatia de motocicletas procurada por quem está iniciando no mundo sobre duas rodas e por trabalhadores de delivery.
Entre as principais concorrentes da Pop 110i ES estão motos da Shineray e da Mottu. Essas opções abaixo de R$ 10 mil podem ser uma alternativa à moto de entrada da Honda quando o principal quesito é preço.
Confira a lista abaixo:
- Shineray Worker 125 - R$ 8.490
- Shineray Worker Cross 150 - R$ 8.990
- Shineray Jet 125 SS - R$ 9.390
- Shineray Free 150 EFI - R$ 9.990
- Mottu Sport 110i - R$ 9.990
As Shineray Worker 125, Worker Cross 150 e Jet SS possuem carburador — dispositivo que mistura ar e combustível antes de entrar no motor.
Isso acaba deixando essas motos em desvantagem tecnológica quando comparadas com a Mottu Sport, a Honda Pop e até com a Shineray Free 150 EFI, todas com injeção eletrônica de combustível.
A injeção eletrônica é mais eficiente e proporciona maior economia de combustível.
A Shineray Worker 125 tem partida elétrica, assim como a Pop, mas o motor é antigo e deve sair de linha em 2025 — Foto: Divulgação/ Shineray
Vale destacar que as três motos mais baratas da lista devem sair de cena em breve — ou pelo menos seus motores —, pois em 2025 já não será mais possível produzi-las com esse tipo de tecnologia após a implementação do Promot 5, o Programa de Controle de Poluição do Ar.
A Mottu Sport 110i, desde 2022 oferecida apenas para aluguel, já pode ser comercializada pelo preço à vista de R$ 9.990, ou seja, R$ 300 a mais que a Pop 110i ES. Qualquer aumento de preço nesse segmento de entrada é bastante sensível para esse comprador que, de acordo com o supervisor de relações públicas da Honda Luiz Gustavo Guereschi, é das classes C, D e E.
A Mottu oferta um plano de financiamento de três anos para o modelo que, com entrada de R$ 2.000, passa a ter parcelas mensais de R$ 540 durante 36 meses. Nessas condições, que já incluem custo de documentação e emplacamento, o valor final financiado chega a R$ 21.440.
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Consórcio
De acordo com a Honda, a Pop 110i ES é a primeira moto de 67% dos compradores da marca e, em maio passado, ocupou a quarta posição entre as motos mais vendidas do Brasil.
Isso, segundo a montadora, indicaria que ela é uma alternativa para quem quer sair do transporte público urbano e migrar para um veículo próprio.
De tal forma que o consórcio corresponde a 60% das vendas da Pop e muitas vezes é o que atrai os novos motociclistas. De acordo com a marca, o valor mensal do consórcio equivale ao que é gasto com passagens de ônibus e metrô nas grandes metrópoles.
Esse cenário, no entanto, pode variar. A montadora apresentou uma conta na qual o valor médio da passagem de ônibus é de R$ 4,40. Na cidade de São Paulo, por exemplo, o valor do ônibus ou metrô é de R$ 5,00.
Segundo a fabricante, o gasto com a parcela do consórcio, somada ao custo com combustível, seria de R$ 375 mensalmente, enquanto o valor gasto com passagens de ônibus seria de R$ 396.
Além disso, há uma ressalva: a Honda considerou uma despesa com três passagens diárias durante 30 dias, um uso que pode não ser tão comum para a maioria dos usuários. É necessário fazer as contas com o seu tipo de uso de transporte público, adaptando aos valores da sua região, para checar qual é o cenário mais vantajoso.
Novidades na Pop 110i ES
Apesar do baixo consumo de combustível, a Pop 110i ES ainda não tem o marcador de nível de combustível. O motociclista só sabe que o combustível está acabando quando aparece a luz da reserva. — Foto: Divulgação/ Honda
Com o intuito de manter a motocicleta no mercado após a implementação do Promot 5, a Pop 110i ES recebeu melhorias mecânicas em seu propulsor, que ficou mais eficiente.
Em termos práticos, as alterações de curso e diâmetro do cilindro ajudaram a reduzir a emissão de poluentes, trouxeram potência extra e o pico de torque mais cedo. Traduzindo: a motocicleta tem mais agilidade nas saídas de semáforo.
Além disso, também houve uma mudança na vibração da motocicleta, que está um pouco menos intensa. Com esse novo motor, a Pop 110i ES acelera de 0 a 60 km/h em 7,8 segundos e atinge 93 km/h de velocidade máxima.
A Pop 110i ES ainda é uma das mais econômicas do Brasil, com médias de 49,1 km/l (medição atestada pelo Instituto Mauá) e seu tanque tem 4,2 litros, o que traz uma autonomia ligeiramente superior a 200 km. Apesar da economia, um tanque pequeno faz o condutor ter de passar mais vezes no posto para reabastecer, o que pode ser um empecilho para quem trabalha com delivery.
A motocicleta também tem um novo câmbio semi-automático rotativo de quatro marchas, que dispensa o uso da embreagem — o que facilita muito a vida dos novos usuários em reduções de velocidade, paradas e saídas em semáforos.
Contudo, ele não tira a obrigação do piloto de pisar na parte da frente no pedal do câmbio para aumentar as marchas e de pisar na parte de trás para reduzir.
Outro fator importante é a manutenção deste item: a transmissão semi-automática, por não depender da ação humana, apresenta menor desgaste do disco de embreagem, prolongando a vida útil da peça, o que traz economia também na hora da revisão.
Outro item que costuma quebrar por conta do uso intenso, como nos casos de trabalhadores de delivery, é o cabo da embreagem que costuma romper, que na Pop 110i ES já não existe mais.
Por fim, a partida elétrica também deve facilitar bastante a vida de quem comprar uma Pop 110i ES. Agora, basta apertar o botão vermelho localizado do lado direito do guidão para ligar a moto. Antes, era preciso acionar o motor por meio do pedal.