19/07/2014 13h44 - Atualizado em 24/07/2014 15h40

No Brasil em 2015, Scrambler será moto da Ducati para ganhar jovens

Modelo terá mistura de visual retrô com elementos de modernidade.
Após problemas, CEO da Ducati promete mudar imagem da marca no país.

Rafael MiottoDo G1, em Misano Adriatico (Itália) - o jornalista viajou a convite da Ducati

Milhares de motociclistas participam de encontro, em Misano Adriatico, na Itália neste sábado (19) (Foto: Rafael Miotto/G1)Pessoas fazem fila para ver a Scrambler, mas ninguém pôde tirar fotos (Foto: Rafael Miotto/G1)

Utilizando nome de sucesso no passado, a Ducati vai lançar em 2014 uma reedição da Scrambler, moto fabricada entre os anos de 1962 e 1974. Apesar de buscar inspiração no clássico, a intenção da marca é a de conquistar o público jovem com esta moto, motociclistas que estão ingressando no mundo das motocicletas.

"A Scrambler é a resposta a quem deseja um produto premium, mas quer divertimento. Assim vamos ampliar a base de nossos clientes”, disse Claudio Domenicali, neste sábado (19), durante a 8ª edição do World Ducati Week, um encontro para apaixonados por motocicletas e fãs da marca, em Misano Adriatico, na Itália.

O visual da moto e suas especificações técnicas ainda foram divulgados, mas a empresa mostrou um protótipo no evento dentro de um contêiner e não permitiu tirar fotos. O G1 teve acesso à moto que reúne um visual que remete ao modelo original, mas com toques de modernidade.

Ducati Scrambler (Foto: Divulgação)Ducati Scrambler teve a silhueta mostrada
(Foto: Divulgação)

As linhas do tanque e do assento praticamente mantiveram o conceito original, mas o restante da moto ganhou tecnologia, como luzes de LED e painel digital.

Seu motor é um bicilíndrico de média cilindrada, aparentemente o mesmo da Monster 796.

A linha atual da Ducati tem como idade média dos clientes 42 anos e, com seu estilo despojado, deve alcançar clientes a partir de 20 e poucos anos.

Para "entrar na cabeça" desse público, o designer escolhido para a nova Scrambler foi Julien Clement, de apenas 25 anos. "Foi meu primeiro projeto e estou muito feliz. Começamos em setembro de 2011", afirmou Clement.

Ducati Scrambler de 1975 é vista em encontro de motociclistas na Itália (Foto: Rafael Miotto/G1)Ducati Scrambler de 1975 é vista em encontro de
motociclistas na Itália (Foto: Rafael Miotto/G1)

“A produção começa no início do próximo ano e as vendas devem começar no Brasil no final de 2015”, disse Ricardo Susini, diretor-geral da Ducati do Brasil. De acordo com a empresa, esta será a moto de entrada da marca, porém, não indica que a fabricante partirá para produtos de baixa cilindrada, como KTM, Triumph e BMW.

“Não venderemos motos de pequena cilindrada, ao contrário do que outras marcas estão fazendo, vamos manter nossa linha premium”, afirmou Domenicali. A Scrambler será uma opção para competir com a Triumph Boneville, porém, com uma dose de esportividade maior pelo lado da Ducati.

Marca quer mudar imagem no Brasil
Para o CEO da Ducati, o Brasil é um dos países chave para a marca que possui como pilares o desenvolvimento de novos produtos e a internacionalizações. Após vender 44.200 unidades em 2013, a empresa apresentou crescimento de 3% mundialmente no 1º semestre de 2014.

Claudio Domenicali, CEO da Ducati, durante coletiva de imprensa na Itália (Foto: Rafael Miotto/G1)Claudio Domenicali, CEO da Ducati, durante
coletiva de imprensa na Itália
(Foto: Rafael Miotto/G1)

No entanto, a empresa enfrentou recentes dificuladades no Brasil e Domenicali garante que isso será mudado. “Tivemos problemas com o antigo importador e com o concessionário em São Paulo. Nós estamos trabalhando para mudar nossa imagem no país e mostra a verdadeira experiência do que é nossa marca”, disse Domenicali, ao G1.

Atualmente, a Ducati possui subsidiária própria no Brasil e monta motos em Manaus por meio de parceria com a Dafra. Para o futuro, a fabricante italiana não descarta a possibilidade de ter uma fábrica própria no país. “Estamos monitorando e depende da resposta que o país irá dar. A médio prazo continuaremos com a Dafra e ficamos felizes com a parceria. Mas a longo prazo, sim, podemos”, respondeu Domenicali sobre uma possível planta da Ducati em Manaus.

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