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  • CB Twister chega para briga com a Fazer 250, 'pedra no sapato' da Honda

    Yamaha Fazer 250 e Honda CB Twister
    Uma das mais promissoras novidades para o ano de 2015 é a Honda CB Twister, que chega para ocupar a vaga da conhecida CB 300. Apesar do nome repetido – a Honda já teve uma CB 250 Twister em sua linha de 2001 a 2008 – esta nova moto é 100% inédita.

    Apresentada ao público no Salão das Duas Rodas, realizado há menos de um mês atrás em São Paulo, a missão desta reinventada Twister é não apenas substituir a CB 300 mas também enfrentar de maneira mais consistente uma rival incômoda, a Yamaha YS 250 Fazer.

    Incômoda? Sim: nenhum outro modelo da Yamaha consegue ser tão competitivo face a uma concorrente direta feita pela Honda no mercado nacional. Como é notório, a marca da asa é dona de mais de 83% do bolo nas vendas de motocicletas no Brasil enquanto a Yamaha, histórica 2ª colocada, tem pouco mais de 10%. Todavia, comparando as vendas das rivais diretas Yamaha YS 250 Fazer e Honda CB 300, a proporção diminui fortemente, e passa a 65,5% para a Honda e 34,5% para a Yamaha.

    O sucesso da Fazer 250 não é gratuito. Ela é reconhecidamente uma boa moto, “redondinha”, que concilia boa performance com economia e robustez, além de ser confortável e ter um design que parace não envelhecer. A CB 300 não é ruim, todavia desde seu lançamento, em final de 2008, sofre críticas cá e lá.Honda CB Twister

    A mais suave diz respeito a ser volumosa, pesada, rígida demais. A mais grave denuncia que seu motor não segue o proverbial padrão de durabilidade das Honda. Em seus 7 anos de mercado conquistou muitos fãs mas também um séquito de detratores, e daí a Fazer 250 se dar tão bem, estimulando a Honda a trabalhar em uma moto 100% nova para esta briga importante.

    TENDÊNCIA É CRESCER
    As estradeiras desta faixa são consideradas o 2º ou 3º degrau da vida do motociclista brasileiro, que começa em motonetas como a Biz ou Crypton, passa para as 125-150 e, podendo ou precisando, busca algo mais em termos de potência, conforto e segurança.

    Somando as vendas de todas as competidores do segmento descobre-se que as 250-300 estradeiras são responsáveis por meros 4% do volume de vendas total no país. Parece pouco, mas esta pequena cifra representou mais de 57 mil motocicletas vendidas em 2014.

    Apesar da crise, e do mais do que provável declínio das vendas neste 2015 face ao ano passado (que já não foi nada bom…), investir em modelos mais qualificados, de maior valor e principalmente com mais tecnologia parece ser uma fórmula boa para enfrentar dias difíceis. Yamaha Fazer 250

    Tecnologia a CB Twister não economiza. Percebe-se isso já a partir do painel, componente vistoso e moderno, totalmente digital. O motor permaneceu um monocilindro refrigerado a ar com quatro válvulas, mas nem um parafuso foi reaproveitado e trata-se de uma estreia mundial, motor que inicia a carreira no Brasil mas que deverá equipar outros modelos Honda mundo afora. Como manda o atual estágio técnico (e as restrições do programa Promot 4 antiemissões…) a alimentação é por injeção eletrônica.

    Na parte ciclística, o novo chassi usa o motor como elemento estrutural e isso contribuiu para a redução do peso em cerca de dez quilos face à CB 300 assim como reduzir as dimensões do modelo. Montar na novidade evidencia a agilidade que a Honda buscou pois a moto não apenas é mais leve como bem menos volumosa. O motor, reduzido de 300 para 250cc de capacidade, fez a potência cair um pouco, mas o menor peso equilibrou o aspecto performance. Cerejinha em cima do bolo foi equipar a CB Twister de pneus radiais, garantia de melhor estabilidade.

    Com esta novidade da Honda o consumidor ganhou uma ótima e moderna opção e a Yamaha uma dor de cabeça. Não é segredo para ninguém que inovações estimulam a saudável concorrência, e com certeza no forno da Yamaha já deve estar “assando” uma deliciosa novidade, resposta à altura da CB Twister. E com isso produtos cada vez mais atualizados e interessantes são colocados a nossa disposição. Maravilha!

    Abaixo, o ranking das vendas no atacado do segmento street de 250 a 300 cc de janeiro a setembro de 2015, que evidencia o domínio da Honda e Yamaha no segmento:

    HONDA CB 300R (todas as versões) - 22.904 (60,10%)
    YAMAHA FAZER 250 (todas as versões) - 12.071 (31,67%)
    KAWASAKI NINJA (todas as versões) - 1.024 (2,68%)
    DAFRA NEXT - 644 (1,69%)
    KAWASAKI Z300 (todas as versões) - 618 (1,62%)
    SUZUKI INAZUMA - 426 (1,11%)
    SHINERAY TSS 250 - 404 (1,06%)
    DAFRA ROADWIN 250 - 16 (0,04%)


    VEJA COMO FOI O LANÇAMENTO DA CB TWISTER NO SALÃO DUAS RODAS 2015:





  • Triumph responde à Ducati Scrambler com nova geração da Bonneville


    Reborn: esta palavra, “renascido” em inglês, está se tornando comum ultimamente. A Harley-Davidson mostrou à imprensa especializada mundial sua linha de motocicletas para 2016 há cerca de dois meses atrás na ensolarada Barcelona, na Espanha, usando este “Reborn” para anunciar a modernização da família Sportster, como você pôde ler aqui.

    Agora, trocamos a luz e o calor do verão na costa catalã pela tradicional garoa e céu cinza chumbo do outono em Londres (o colunista viajou à Inglaterra pela Revista da Moto! e a convite da Triumph). Saem as americanas H-D e entram em cena as novidades da britânica Triumph. “Reborn” apareceu novamente na boca dos marqueteiros mas apesar da repetição, da falta de criatividade, é obrigatório afirmar que a Triumph foi mais longe, bem mais literal que os americanos de Milwaukee neste “renascimento” de suas Bonneville. Triumph Bonneville: nova geração
    A mais lendária família de motos da Triumph verdadeiramente “reborn”. Em vez de um tapa aqui ou acolá, as Bonneville foram 100% atualizadas. Tudo é novo, do motor ao chassi, passando pelas suspensões. Exagerando, podemos dizer que a única coisa em comum com as velhas “Bonnies” é o fato de terem ainda duas rodas, uma na frente da outra.

    VEJA COMO FOI O LANÇAMENTO DA DUCATI SCRAMBLER NO SALÃO DUAS RODAS:


    Começando pela alma, o motor: o bicilindro refrigerado a ar de 865cc foi aposentado definitivamente. No seu lugar entraram dois novos propulsores, um de 900cc e outro de 1.200cc. Como manda a tradição são também bicilíndros, mas os novos tempos os fizeram ganhar a refrigeração líquida para ajudar a conter vibrações e emissões de poluentes.

    Manter o visual clássico exigiu disfarçar o sistema, e para notar o radiador, encaixadinho entre as duas traves descendentes do chassi tubular de aço, foi preciso olhar com muita atenção. Fora isso, os cilindros são vistosamente aletados, o que seria desnecessário em um motor refrigerado por água, mas ai o visual de um motor sem aletas não seria adequado a uma verdadeira “Bonnie”. Triumph Street Twin é nova integrante da família Bonneville
    Se na aparência os motores não entregam uma indesejada e imprópria modernidade, a safra 2016 das Bonneville o fará no comportamento. Apesar de não haver test-ride como a Harley-Davidson ofereceu em Barcelona (ponto a menos para os ingleses!), os técnicos da marca inglesa garantiram que no 900cc há 18% a mais de torque máximo (54% nos motores 1.200cc), números que deram coceira: não vejo a hora de poder testar todas as cinco Boneville. Harley-Davidson Forty-Eight

    CINCO?
    No Brasil a Triumph comercializava apenas duas motos desta família, a T100 e a esportivada Thruxton. No fundo, ambas tinham apenas diferenças cosméticas. Agora, segundo Fernando Filié, gerente de marketing da filial brasileira, todas as versões das novas Bonneville deverão estar nas revendas nacionais. A mais simples de todas, a Street Twin, deverá chegar em janeiro. Nas sequência, ao ritmo de uma por mês, vem as T120, T120 Black Edition e as duas Thruxton, a 1200 e a 1200R.

    A Street Twin será a mais acessível do lote – o preço será divulgado só em janeiro –, e segundo a Triumph a máquina ideal para personalizações. Aliás, a própria Triumph disponibilizará três kit de customomização batizados de “Scrambler”, “Bat Tracker” e “Urban”.  E para quem lembrou da Ducati Scrambler lendo estas palavras a resposta é, sim: esta renascida Bonneville em suas variadas versões é uma mirada reação tanto à novidade da Ducati quanto para as citadas Harley-Davidson Sportster e, porque não, à elegante café racer da BMW, a R nineT. Triumph Bonneville T120
    O que une todas estas motos? Modernidade técnica disfaraçada em um lay-out antigo, ou clássico, como queiram. Motos que aceleram, freiam e fazem curvas tão bem quanto qualquer moto moderna, mas cuja aparência remete a tempos mais românticos ou trangressivos do motociclismo. Enfim, por fora mais Marlon Brando e James Dean, por dentro Brad Pitt e Johnny Depp.

    Com esta investida a Triumph não só reforça sua presença no segmentocomo espera ampliá-la. Suas off-road Tiger são sucesso, suas naked Street Triple e Speed Triple idem e o mesmo pode ser dito das superesportivas Daytona. A esta “ala jovem” da marca inglesa se unem estas Bonneville “reborn”, com um apuro técnco poderoso aliado do icônico nome.

    ORIGEM DO NOME
    E para quem ainda não sabe, a explicação: Bonneville alude ao recorde de velocidade batido nos anos 1950 por um míssil empurrado por um motor da marca no homônimo lago salgado em Utah, EUA. E falando em nome icônico, as Bonneville Thruxton – nome de uma pista inglesa onde a Triumph colheu glórias esportivas – agora são duas, e ao contrário da Thruxton anterior exibem bem mais músculos no motor, atitude nas suspensões e visual assim como um kit destinado a apimentar ainda mais a performance.

    Ou seja, nada foi deixado ao acaso: na briga por um cliente amante de um visual mais clássico, a Triumph pretende atender a todos, respondendo com variedade e consistência aos ataques das rivais, literalmente incendiando um segmento que aparentemente tem tudo para crescer, o das motocicletas “modern classics”, um balaio grande onde cabem as Custom, as Café Racers, Scramblers, Bobbers e por aí vai…

  • Twister, Ninja, Ténéré, Vespa, Monster e Tiger: entenda os nomes da motos


    Marieta, Lulu ou Genoveva? Nada disso, vamos falar de Twister, RD 350, Dream, Ninja, Ténéré, Vespa, Monster e Tiger. Hoje o tema não é aquele apelidinho ou nome carinhoso que você aplicou à sua querida motocicleta, mas sim o nome de batismo dado pelo fabricante, surgido sabe-se lá como, se num lampejo ou depois de exaustivas reuniões e pesquisas. De um modo geral nomes de produtos, principalmente de veículos, devem ser fáceis de lembrar, marcantes e principalmente garantidores de boas vendas. Às vezes funcionam, as vezes não… Honda CBX 250 Twister
    É um mundo grandão esse dos nomes de motos e o estímulo para tocar neste assunto foi o recente lançamento da Honda CB Twister, uma 250 cujo nome é um repeteco pois, como todos vocês sabem (sabem?), de 2001 a 2008 existiu uma outra Honda chamada Twister no Brasil, a CBX 250, que pouco ou nada tem a ver com a atual.

    CB TWISTER FOI LANÇADA NO SALÂO DUAS RODAS. ASSISTA:

    Com esse fato na cabeça, em meia horinha me diverti anotando mais de uma centena de nomes de motos (veja a listinha ao final do texto). Muitas delas jamais vi de perto, outras tantas admirei em museus. Felizmente, em 80% delas, tive o prazer de andar e algumas até para moraram na minha garagem.

    Primeira conclusão após terminar a lista é que a Honda, a maior fabricante mundial de motos faz tempo, é também a mais fértil criadora de nomes. Qual a razão? Ser a marca líder significa produzir mais e vender mais, claro, mas só isso não justificaria. A verdade é que a Yamaha, segunda colocada na minha relação em quantidade de nomes, favorece de maneira escancarada as siglas, as letrinhas. Querem ver? A Yamaha superesportivas é aR1. A M1 é a versão MotoGP, a do Valentino; Yamaha RD 350, que nunca teve nome oficial, tem o apelido de “Viúva Negra”. E o que não dizer das DT, TT, WR ou YBR?

    A primeira motocicleta de verdadeiro sucesso da Honda, lançada em 1949, foi oficialmente batizada de Dream (sonho, em inglês) e para quem pensa que foi o fundador da empresa a tê-la batizado assim, o próprio Soichiro Honda explicou certa vez que não: “Naquela época eu vivia falando sobre meu sonho de tornar a Honda o maior produtor mundial de motos, e acho que isso levou alguém da minha equipe sugerir este nome”.

    O nome fez sucesso, deu sorte e assim a Honda manteve a tradição de dar nomes, e até repetí-los como o Twister, que alude a um fenômeno meteorológico, um tornado que, vejam vocês, foi o nome dado à versão trail da CBX 250, batizada de XR 250 Tornado. Sabe como é que é: vento, força, movimento, nomes tudo a ver com motocicleta!

    E o tal Titan? A mais vendida das motos da Honda no Brasil, que evoluiu para CG 160, “veste” este nome desde 1994 e seu significado, extraído da mitologia grega, lembra poder e força, ótimo para uma moto destinada ao trabalho. Antes disso, de 1989 a 1994, a CG se chamou Today (“hoje, em inglês), nome pensado para estimular o óbvio uso no dia a dia.

    SAIBA COMO É A NOVA HONDA CG 160 EM VÍDEO:


    Animais e lugares, além de fenômenos meteorológicos, são um território de caça frequente dos inventores de nomes das indústrias de motos. No passado eles andavam de dicionários na mão, agora passam o dia “googleando” na grande rede. Imaginamos a luta para encontrar algo tão poderoso e marcante quanto o Ninja das Kawasaki, de longe o mais forte nome da indústria da moto. Até mesmo no cinema nunca vimos um desses lutadores orientais apanhando, bom presságio para motos assim batizadas.

    ASSISTA A COMPARATIVO DA NINJA 300 E A CBR 250R:

    E o que dizer do Ténéré da Yamaha? Nome de um deserto da porção da África colonizada pelos franceses, esse sonoro nominho cheinho de acentos (cuja pronuncia certa é “Tenerê”, (acento agudo funciona como o nosso circunflexo em francês) tinha tudo para dar errado: comprido, esquisito mas… pilhou as trails em uma época – começo dos anos 1990 – na qual o rali Paris-Dakar era uma grande novidade, dando à Yamaha a chance de enaltecer suas muitas vitórias nessa competição, e as Ténéré, com acentos, pronúncia errada e tudo, viraram lenda. Yamaha XT 600 Ténéré

    Outra marca que se apoderou do nome de um lugar do planeta onde uma de suas motos fez bonito foi a Triumph. A icônica Bonneville tem este nome para remeter aos recordes de velocidade batidos no Bonneville Salt Flats, no estado de Utah, EUA, onde malucos de todo o planeta vão acelerar em retas quase infinitas, como fez uma gloriosa Triumph no já distante ano de 1955.

    Outro lago americano, o Elsinore, na Califórnia, deu motivo para a Honda usar o nome para batizar uma pouco conhecida mas muito importante motocicleta: sua CRM 250 Elsinore, que pode ser considerada a mãe de todas as motocross de sucesso da marca, tendo vencido várias corridas ao redor do tal lago. E nessa mesma linhagem “lugares” existiram a nossa bem conhecida Honda Sahara, as maxitrail Africa Twin, Varadero (uma praia em Cuba) e Transalp, em cuja carenagem há, inclusive, as coordenadas geográficas de uma estrada nos Alpes franceses, muito boa para – advinhe? – passear de motos.

    Quanto aos bichos, nossa conhecida Honda Falcon e veloz Superblackbird (passaro preto…) dividem a área zoológica com a conhecidissima Suzuki Hayabusa, velocíssima ave de rapina japonesa. Mas nem só de passáros vive a indústria de motos: a Triumph batizou várias de suas motos com o nome Tiger, e há até inseto na parada: a Aprilia e seu conhecido Scarabeo (escaravelho em Italiano) e a italianíssima Vespa da Piaggio. 

    E já que estamos na Itália,  duas marcas do “bel paese” usam e abusam de nomes.  A Ducati de maior sucesso em vendas chama-se Monster, a mais rápida é a Panigale, bairro da cidade de Bolonha onde fica a fábrica. Mais Ducati? Chama-se Multistrada a moto que anda em qualquer tipo de terreno, enquanto a Hypermotard e a versão que faz isso muito rápido e derrapando, lembrando que Strada quer dizer – ah é? – estrada em italiano. Ducati M900 Monster

    A Honda no Brasil usou esse nome no anos 1980 para batizar sua CBX 200. A MV Agusta, italiana como a Ducati, meio que plagiou a rival: em vez de Monster, Brutale, e para não deixar dúvida sobre o alvo, tem também a Rivale. Esses nomes dispensam tradução para brasileiros, que ainda podem se orgulhar de existir uma Ducati batizada de Senna, especialíssima, como foi o piloto.  

    Nomes poderosos, bélicos, espadas, armas, são queridos também. A Ducati tem a Diavel (diabo no dialeto de bolonha), a Suzuki a Katana, a espada dos samurais, e Gladius, adaga de combatentes romanos. Elas fazem par com a Fireblade (lâmina de fogo, em inglês) da Honda. E falando em fogo, lembramos do Vulcan de muitas Kawasaki, que faz parzinho com o Inazuma (relâmpago, em japonês) da Suzuki.

    O departamento meteorológico ainda conta com a Honda Hurricane (furacão em inglês), e há os nomes inventados ou fusões de dois nomes: os Thundercat e Thunderace das Yamaha de uma década atrás são bons exemplos de mistura. “Ace” significa Ás, “cat” é gato, já Thunder é trovão, tudo na língua de Shakespeare. Se fosse vivo, o bardo torceria a cara para essas palavras novas? Finalizando com nomes “criativos” que não existem em lingua nenhuma há o Versys das Kawasaki (que alude a versatilidade), os Suzuki Burgman (alusão ao homem na cidade, burgo=cidade, man=homem, ou homen ensanduichado no engarrafamento? Vai saber…) ou Crypton (substância que tira a força do Super-Homem? Mistério!).

    Veja abaixo a lista dos mais de 100 que lembrei na tal meia horinha. Faltam muitos nomes, eu sei. Se quiser lembrar de mais alguns outros nomes legais ou importantes, fique à vontade!

    Honda: Turuna, Falcon, Twister, Tornado, Hurricane, Sahara, Today, Titan, Blackbird, Shadow, Biz, Pop, Lead, Start, Bros, Transalp, Goldwing, Africa Twin, Fireblade, Fan, Elsinore, Aero, Varadero, Dream, Hawk, Nighthawk, Interceptor, Magna, Strada.

    Yamaha: Ténéré, Lander, Crypton, Fazer, Midnightstar, Virago, Jog, Majesty, Venture Royale, Factor, Bulldog, Seca, Diversion, Thunderace, Thundercat, Neo, Crosser.

    Suzuki: Intruder, Marauder, Boulevard, Katana, Burgman, Gamma, Hayabusa, Gladius, B-King, Bandit, Inazuma.

    Kawasaki: Vulcan, Eliminator, Ninja, Versys, Concours, Voyager, Zephyr.

    Ducati: Monster, Desmosedici, Panigale, Multistrada, Diavel, Hypermotard, Scrambler, Senna.

    Triumph: Bonneville, Tiger, Daytona, Rocket, Thunderbird, Thruxton.

    MV Agusta: Brutale, Rivale, Dragster.

    Cagiva: Mito, Elefant, Raptor.

    Harley-Davidson: Street, Iron, Fat Boy, Breakout, Electra Glide.

    Indian: Scout, Chief.

    KTM: Duke, Adventure.

    BMW: Scarver, NineT, Sertão, Dakar.

    Aprilia: Tuono, Dorsoduro, Caponord, Scarabeo, Mille.

    Munch: Mammoth

    Norton: Commando, Dominator, Manx.

    Royal-Enfield: Bullet.

    Gilera: Saturno

    Piaggio: Vespa

    NOMES LEMBRADOS PELOS LEITORES:

    Honda Biz - Adélio

    Honda Hornet - José Roberto

    Honda CB 750 Four e 400 - Carlos Vitorino

    Honda NX 650 Dominator - Wilhelm Schubert

    Harley-Davidson Sportster, Rocker, Deluxe, Dyna - Fábio Caetano

    Suzuki V-Strom - Pedro Paiva

    Suzuki Intruder, Marauder e Boulevard - Eduardo

    Yamaha Dragstar - Eduardo

    Yamaha V-Max - François Gnoatto

    Yamaha XJ6 - Mateus Tesche

    Yamaha TT 125 - Carlos Brega

    Yamaha DT 180 - Carlos Brega

    Yamaha Crosser - Fabio Caetano

     

  • Rodas de motos: como e por que cuidar delas

    Rodas MarchesiniVocê cuida bem das rodas de sua moto? Sabe o que é realmente necessário para que elas continuem fazendo seu papel sem causar problemas?

    Componente fundamental em praticamente todo veículo, as rodas em uma motocicleta têm um papel crucial, pois delas depende boa parte do equilíbrio, estabilidade e resposta exata aos comandos do motociclista.

    Existem basicamente dois tipos de rodas de motocicleta: as raiadas e as de liga leve. As primeiras são as mais comuns, compostas por três componentes básicos: aro, cubo e seus elementos de união, os raios. Já as rodas de liga leve são peças monobloco, geralmente feitas de uma liga metálica na qual o alumínio é o componente principal. O objetivo de mesclar alumínio a outros metais é obter características de leveza e/ou resistência adequadas à motocicleta que a roda vai equipar.

    QUAL A MELHOR RODA?
    Esta pergunta, automaticamente, gera outra: para qual finalidade? Uma roda destinada a uma motocicleta pequena, leve e pouco potente não será submetida a grandes esforços. Por conta disso, a opção do fabricante é nunca exagerar, equilibrando de maneira ideal a resistência ao menor peso possível. Rodas pesadas demais influem não só no aumento do consumo mas também na dirigibilidade. Quanto maior e mais veloz for a motocicleta, mas importante será equacionar de maneira ideal a resistência e o peso.

    Outro fato importante diz respeito não apenas ao tamanho, permormance e peso da moto mas também à sua finalidade, pois em uma moto destinada ao fora-de-estrada, por exemplo, a capacidade de resistir a impactos deve ser maior do que em uma moto superesportiva, destinada ao uso prioritário em pistas com boa pavimentação.Rodas raiadas com Marc Marquez


    De uma maneira geral, as rodas mais comuns, raiadas, têm aros e raiação de aço com cubo de liga leve. Nas mais elaboradas motos para prática do off-road, sejam elas as cross mais radicais ou as enduro profissionais, de diferentes calibres, as rodas também são raiadas.

    O que difere as rodas raiadas que equipam as motos utilitárias mais simples das mais sofisticadas off-road? O material utilizado especialmente no aro. Sai o aço, barato, e entra a cara liga de alumínio. Em um hipotético choque com um obstáculo, buraco, pedra ou desnível, uma roda raiada terá naturalmente uma maior capacidade de absorção de impacto.Os raios “trabalham”, oferecendo a flexão que atenua e redistribui a intensidade do impacto.

    O mesmo acontece com o aro: se for de liga leve, a capacidade de flexão maior que a do aço o faz ter mais resistência a amassados ou ruptura.

    Nas rodas monobloco de liga leve, a capacidade de absorção de choques é naturalmente menor, pois aro, raios e cubo são peça única realizada de um mesmo material, e desta maneira não há elementos de diferentes níveis de flexibilidade.

    Então uma roda raiada é sempre melhor que uma de liga leve? Não, pois isso depende – como dito no início – do tipo de motocicleta. Motos muito potentes e rápidas exigem uma roda mais “precisa”, que não flexione sob o efeito de grande potência ou forças extremas como as enfrentadas em curvas rápidas.

    Deste moto, rodas monobloco de liga-leve, sejam elas fundidas (as mais comuns e baratas) ou os mais caros modelos forjados, são perfeitas.

    Uma moto grande, potente, mas com características de utilização mais "tranquila", como por exemplo as grandes custom estilo Harley-Davidson, podem ter rodas raiadas desde que sejam robustas, pois neste tipo de moto a exigência por precisão direcional e os esforços devidos à alta velocidade são mínimos.Rodas raiadas

    COMO CUIDAR
    O principio básico é a análise visual constante das rodas, assim como “afiar” sua percepção para perceber alterações na moto, como vibrações anormais ou “puxar” para um lado.

    Pequenos amassados em rodas raiadas, sejam elas dotadas de aros de aço ou de liga-leve não são obrigatoriamente motívo de pânico, mas exigem uma consulta a um profissional competente e especializado.

    Muitas vezes o aro pode ser desamassado sem que isso represente um risco à segurança, dirigibilidade e resistência a futuros impactos. Porém, se o amassado for grande, e, pior, houver quebra de alguns raios, não economize: troque o aro e mande revisar toda a raiação.

    Aliás, mesmo sem sinais de amassado, rodas raiadas terão sua performance ideal e vida últi aumentada com o devido tensionamento dos raios e verificação do alinhamento do aro em relação ao cubo.

    E, quanto a este, é mais raro – mas não impossível – que grandes choques causem trincas ou rachaduras, principalmente nos locais de ancoragem dos raios. Nesse caso, JAMAIS caia na conversa de que uma soldinha resolve: cubo não se solda, se troca, tanto por conta de avarias quanto por causa do desgaste no caso de motos com freio a tambor. Portanto, olho vivo: buscar amassados, rachaduras e raios soltos é tarefa periódica (a cada mês, no mínimo, ou até menos em caso de frequentar pisos muito ruins).

    As rodas de liga leve não fogem desta receita de inspeção visual constante, mas demandam ainda maior cuidado com relação a amassados. Nelas, não há como ser condescendente: uma vez amassadas, troque-as. E, de preferência, inutilize-as, evitando que um mau profissional as “conserte” e repasse para um incauto.

    Consertar rodas de liga leve é um pecado. Desamassá-las exige duas ações que comprometem a resistência da roda: uso de calor e/ou pancadas. Tanto um como outro método podem, aparentemente, fazer a roda voltar ao seu formato original, mas não se engane: ela jamais voltará a ter suas características de resistência originais.Rodas de liga leve

    Quanto maior, mais pesada e potente for a moto, piores serão as consequências, das quais as mais comuns são o perene desalinhamento e a fragilidade que, em caso extremo, leva a uma quebra repentina. Imaginou?

    Outro grave aspecto é que, de um modo geral, motos com rodas monobloco de liga leve usam pneus sem câmara que, por sua natureza, exigem um contato perfeito do talão do pneu com a face interna do aro. Se o aro estiver amassado, a perda de ar ocorrerá. Pequeno amassado, pequena perda, grande amassado, esvaziamento rápido.

    Se acaso acontecer o azar de, em uma viagem, de a roda amassar e a perda de ar for significativa, usar a marreta de borracha de uma borracharia vale para rodar de volta para casa. Isso desde que os quilômetros não sejam muitos e que a atenção seja redobrada, assim como a velocidade a mínima possível.

    Rodas, como dito no começo, são um elemento crucial para a saúde da motocicleta e, consequentemente, de seu dono. Cuidar delas é obrigatório e tarefa periódica a ser realizada de maneira precisa e sem concessões pois, no caso, o barato pode sair muito caro, mesmo.

  • Menor, Salão Duas Rodas 2015 usa novidades contra crise


    A indústria da motocicleta do Brasil retrocedeu uma década. As estimativa de vendas para 2015 é de 1,3 milhão, cifra praticamente igual à de 2006, bem longe do recorde de 2011 quando mais de 2 milhões de motos foram vendidas no Brasil. O Salão Duas Rodas 2015 reflete isso, com uma área expositiva nitidamente menor, mas apresenta um número impressionante de novidades.

    Honda e Yamaha, principais fabricantes mundiais e donas do mercado nacional (81,4% e 12,5%, respectivamente, em 2014) parecem querer compensar investindo para valer não só na renovação de produtos como na introdução de modelos 100% inéditos.

    Apesar deste panorama pouco favorável, o Salão das Duas Rodas deste ano

    É o caso da CB Twister, que chega para ocupar o lugar da CB 300R, moto que mesmo no difícil 2014 superou a marca de 30 mil unidades vendidas.

    Honda CB Twister

    Menos é mais
    Apesar de reeditar um nome, Twister, usado em uma moto da Honda fabricada de 2001 a 2008, esta 250 pretende mostrar que menos é mais, de certa forma acompanhando a tendência mundial da indústria do automóvel, oferecendo motores menores mas tão o mais eficientes em termos de consumo e emissões de poluentes. É o "downsizing" chegando ao mundo das duas rodas.

    Leve, ágil e econômica a Honda CB Twister se propõe como o 2º degrau na vida do motociclista cansado da anônima motoneta ou da utilitária de 125 ou 150cc. Ou seja, um verdadeiro "upgrade" em termos de performance e status. Antes disso, 2 meses atrás, a Honda lançou uma nova CG 160, seu cavalo de batalha e número 1 em vendas desde sempre, reforçada por um motor mais potente – 160cc em subsituição ao 150cc – e aperfeiçoada no design.

    Outra forte novidade é da Honda é o scooter SH 300i, moderníssimo, que chega para contrastar o dominador absoluto desta faixa de mercado, o Dafra Citycom 300i, verdadeiro “case” de sucesso lançado em 2010 e que nunca teve concorrente direto.

    Yamaha Factor 150

    Do lado da Yamaha, o salão serviu para a "avant première" da Factor 150, que vem para reforçar a linha de entrada da marca, qualificando-a: sai o motor de 125cc e entra o mais potente 150cc, acompanhado de um design que a aproxima de modelos mais elaborados da marca, as Fazer 150 e 250.

    Esta investida da Yamaha com uma nova utilitária não foi a única: pouco tempo atrás, a marca lançou uma elegante esportiva de 300 cc, a YZF-R3. Com preço ao redor dos R$ 20 mil (a Factor 150 não supera os R$ 8 mil na versão mais elaborada), é uma moto para aficionados, direcionada para um público sensível ao estilo que remete às conquistas da Yamaha na motovelocidade.

    Se a Factor foi o centro das luzes da marca no salão, tendo como coadjuvante ainda outras novidades bem mais caras, MT-09 Tracer e YZF-R1, um pequeno scooter a metros dali não mereceu palavra: o NMax 150. Todavia, bastou perguntar a qualquer executivo da marca para ouvir que, sim, o modelo será montado em Manaus, ainda no primeiro semestre de 2016, e terá preço alinhado ao do “dono” do segmento, o Honda PCX 150.

    Mas e a crise?

    Questionado sobre este vigoroso investimento em novos modelos, em um momento no qual o mercado está com o nariz apontando para baixo, deprimido, Shigeo Hayakawa, presidente da Yamaha Motor do Brasil explicou, sem meias-palavras, que tais ações são parte de um novo perfil da empresa: “A Yamaha tem excelentes produtos em todos os segmentos e queremos oferecê-los aos brasileiros”.

    E emendou: "Um projeto como o da R3 ou o da Factor 150 não se desenvolve de um momento para outro. Exige um grande trabalho de equipe entre a matriz, no Japão, e nossa engenharia no Brasil. Agora o momento não é favorável, a economia do país passa por problemas, mas confiamos que isso é algo passageiro e alterar nosso planejamento não seria adequado."

    Tal posição é corroborada por Alexandre Cury, diretor comercial da Honda, que enfatiza que a aposta da marca no Brasil é algo definitivo e que outros momentos ruins aconteceram desde quando a empresa começou a produzir no país, em 1976.

    Para o executivo, investir em novidades em um momento de vendas fracas aproxima o Brasil de mercados mais evoluídos, como o europeu, onde a oferta de novos produtos foi a ferramenta certa para conter a queda nas vendas, especialmente depois da crise do final de 2008.

    Para Cury, atrair o cliente neste momento exige caprichar no conteúdo do catálogo da empresa, qualificando modelos, e a chegada de uma novidade elimine algumas versões de motos mais antigas, para dar lugar as mais modernas, enxugando o "line-up", mas tornando-o mais atraente.

    Dólar x mercado premium
    Praticamente imunes à queda nas vendas do mercado de motocicletas de 2012 para cá, marcas como  BMW e Harley-Davidson parecem ter estratégias diferentes para 2016. Ambas atuam em segmento mais refratário à queda no poder aquisitivo e crédito escasso, mas a forte valorização do dólar frente ao real e a retração econômica implicou em ações específicas.

    Como já noticiado nesta coluna, os planos de trazer a mais barata das Harley-Davidson, a Street 750 foram adiados pelo receio do preço não ficar convenientemente distanciado das atuais motos “de entrada” da marca, as Sportster. E a linha 2016 recebeu um aumento médio de 25%.

    BMW de R$ 20 mil
    BMW G 310 Stunt

    A BMW mostrou no salão o protótipo de uma moto que deve quebrar o paradigma de que a marca alemã só oferece motos grandes e caras: uma monocilíndrica de 310 cc está em vias de entrar em produção.

    De de acordo com Matteo Villano, gerente de vendas da marca, a novidade será comercializada no Brasil, possívelmente ainda em 2016. Porém, o executivo enfatiza que, mesmo sendo mais acessível em termos de preço (estimamos entre R$ 20 mil e R$ 22 mil, alinhado com o de concorrentes como a KTM 390, Kawasaki Z300 e Yamaha YZF-R3), a pequena BMW trará 100% de do DNA da marca, ou seja, tecnologia evoluída em embalagem “premium”.

    Não só as marcas citadas trouxeram bons e belos modelos: a americana Indian, a inglesa Triumph, as italianas Ducati e MV Agusta, a austríaca KTM e a taiwanesa SYM (via Dafra) resolveram que, mesmo neste cenário nublado da economia brasileira, a falta de timidez e a sedução que a novidade exerce pode ser um eficaz instrumento de venda.

    Fotos: (nesta ordem) Honda CB Twister, Yamaha Factor e BMW G 310 Stunt
    Crédito: Caio Kenji/G1

  • Roubo e furto de motos: como se proteger?


    Um dos grandes entraves para a venda de motocicletas no Brasil é a alta incidência de furtos e roubos. Os métodos usados pelos ladrões são variados e a qualquer hora do dia e em qualquer lugar sua moto pode desaparecer. Furtos acontecem tanto em ruas tranquilas como nas mais movimentadas, em bolsões de estacionamento e até mesmo em lugares pagos e vigiados como estacionamentos de shopping centers, condomínios comerciais ou residenciais. Já os roubos são mais assustadores, a abordagem com arma de fogo é comum e infelizmente o gatilho pode ser apertado até mesmo quando não há nenhuma reação por parte do motociclista.

    Horários mais frequentes? Até pouco tempo atrás dizia-se que o fim de tarde era o momento crítico do dia, no qual a ladroagem ficava mais assanhada. Em determinadas cidades algumas ruas e avenidas ganharam fama de terra de bandidos, onde a incidência tanto de furtos como de roubos é maior do que em outros locais. Na verdade, atualmente perder a moto para um ladrão nas grandes cidades brasileiras, seja como for, ganhou ares de epidemia: mais do que informação ou conhecimento, para evitar se tornar uma vítima é necessário ter sorte, pois qualquer hora é hora, qualquer lugar  é lugar e qualquer moto interessa aos bandidos.

    CINCO E MEIA DA MANHÃ?
    A avenida Sumaré em São Paulo é uma das mais movimentadas da cidade. Corta bairros de classe média e média-alta da zona oeste da cidade. Imaginar que já às 5h30 da manhã uma dupla armada esteja em ação ali atualmente não espanta mais nenhum paulistano. Bons anos atrás talvez fosse mais corriqueiro um roubo a mão armada acontecer tão cedo assim em uma artéria menos nobre da cidade, como a avenida Radial Leste ou na avenida Washington Luís, vias que trazem dos extremos da periferia, zona leste e sul respectivamente, "enxames" de motociclistas a caminho do trabalho no centro da metróple nas primeiras horas do dia. Mas como dito, hoje qualquer lugar é lugar.

    E qual foi a moto-alvo dos ladrões deste roubo na avenida Sumaré? Quem pensou nas mais comuns Honda CG, Yamaha Factor ou na cobiçada dupla 300 da Honda, CB e XRE, errou. A moto que foi levada de seu dono sob mira de revólver é um objeto raro nas ruas brasileiras: uma Benelli TNT 899, sofisticada naked italiana que teve apenas 25 unidades vendidas no Brasil entre 2013 e 2014, o breve tempo em que a operação da marca durou no país.

    Alguns poderiam pensar que foi uma encomenda, que alguém precisando de peças específicas da TNT 899 foi “inocentemente” à boca, o manjadíssimo antro paulistano de negócios de motos com peças usadas de procedência duvidosa e ouviu dizer: “hoje não tenho, mas passe daqui uns dias…”. A raridade do modelo exclui tal hipótese, totalmente improvável. O mais certo é pensar que como afirmamos qualquer coisa sobre rodas com um motor no meio interessa aos bandidos, e o dono da rara Benelli estava no lugar e hora errada. O problema é que há cada vez mais lugares e horas erradas. Correntes para poteger moto
    ALGUMAS HORAS DEPOIS…
    A Benelli foi encontrada a mais de 10 km do lugar onde foi roubada.  Como isso aconteceu? Graças ao rastreador instalado pelo proprietário, que enviou localização via GPS, determinando o exato lugar onde estava a moto, um matagal na zona norte de SP. Matagal? A tática é a seguinte: após a abordagem leva-se rapidinho a moto para um lugar ermo e longe da vista de curiosos e praticamente enterra-se a motocicleta no mato, se o dono aparecer, paciência, se não aparecer, lucro!

    O final foi feliz, apesar dos ladrões continuarem soltos a rara TNT 899 voltou à garagem de seu dono, que agora vai pensar duas vezes antes de…

    a)    acordar cedo demais

    b)    passar na av. Sumaré

    c)    andar de moto

    d)    deixar de instalar rastreadores

    e)    todas as anteriores

    Resposta correta: infelizmente, “e”.

    VEJA IMAGENS DA MOTO SENDO ENCONTRADA EM MATAGAL:



    TRISTEZA E TENSÃO
    O prazer que rodar de moto proporciona é uma das razões que faz este veículo ser tão amado. Triste é, porém, ter este prazer tolhido pela tensão que a insegurança provoca. E é claro que não falamos da insegurança natural do trânsito e suas armadilhas, por si só um grande problema a ser enfrentado com educação, a boa formação dos motoristas e motociclistas.

    Ter sua querida moto furtada é um grande dano ao bolso, tê-la roubada sob ameaça simplesmente uma barbárie. Para esta última situação, o rastreador, o seguro ou preferencialmente ambos são recursos que preservam o bem materia,l mas não cancelam o trauma da ameaça e do medo. E muitas vezes esse dano psicológico causa a renúncia à motocicleta o que é compreensível mas completamente inaceitável, já que a atitude dos maus não deve balizar o comportamento dos bons. Trava de disco para moto
    Como preservar suas motocicleta nesse cenário horrível? O que pode evitar que de uma hora para outra você se veja privado de sua moto? Já mencionamos o caso da Benelli e o final feliz que o rastreador proporcionou, porém, tal  recurso não é exatamente acessível (menos de R$ 400 a instalação e cerca de R$ 60 a mensalidade). Quanto ao seguro, em breve abordaremos esta possibilidade com mais profundidade. O que há mais a fazer além disso?

    Imobilizadores eletrônicos, dispositivos que através de comandos remotos ou pequenos botões instalados em locais “secretos”, de conhecimento exclusivo do dono da moto, são uma alternativa. Porém, há problemas: em caso de roubo é usual o ladrão pedir o controle ou perguntar se a moto tem algum dispositivo. Sob mira de uma arma, você teria sangue frio para negar, esconder a verdade? Nem todos conseguem ser tão frios e assumir tal risco, uma vez que o imobilizador desligará o motor da moto quando ela se distanciar de seu dono (ou melhor, do comando que está em seu bolso, bolsa ou mochila). Isso pode acontecer em poucos ou muitos metros, mas sempre…metros. E se o ladrão, irritado, voltar?

    VEJA ALGUMS DICAS DE COMO SE PROTEGER DOS ROUBOS E FURTOS:


    TRAVAS & CIA.
    Um cano da arma na cara não aconselha atitudes estranhas e reações de qualquer ordem. Afinal, nenhuma moto vale como sua vida. Todavia, quando o ladrão recorre a um método menos agressivo para surrupiar o que não é dele vale a pena dificultar sua vida. Correntes, cadeados ou travas são muito comuns e não à toa, uma vez que oferecem efetiva proteção. Um ladrão bem equipado e experiente pode, com certeza, cortar travas, correntes ou mesmo abrir os mais elaborados segredos através de chaves chamadas “michas” ou na base da marretada. Mas é óbvio que entre roubar uma moto que tenha uma poderosa trava no disco de freio dianteiro e uma grossa corrente prendendo a roda traseira o safado preferirá outra com menos proteções ou, melhor ainda, nenhuma proteção a não ser a praticamente ineficaz trava da coluna de direção. Por que praticamente? Por conta de fragilidade da maioria delas.

    Tempos atrás surgiu um dispositivo que se revelou boa altentaiva anti-furto: as tampas de fechadura ou, como registrou a Honda, o “shutter-key”. Infelizmente esse bom recurso (uma dificuldade a mais para o ladrão…) foi retirado da moto mais vendida do Brasil, a CG. Justificativa? Redução de custo. Outro grande dispositivo é a chave dotada de chip, ou seja, um sensor eletrônico. Não adiantará ao bandido reproduzir fielmente o formato da chave de uma moto pois, para que o motor funcione, deve haver um sinal eletrônico compatível emitido pela chave, o tal chip, que deve dizer “OK”, senão, nada de o motor funcionar. Dispositivo de proteção para motos
    Seja com a chave dotada de chip, com comb-lock, trava de disco, corrente na roda e tudo mais, sua moto mesmo asssim pode sumir quando uma Kombi ou um furgão qualquer parar do lado dela e dois ou três fortões praticarem o terrível esporte de “arremesso de moto para dentro de furgões”. Tal modalidade só pode ser contida se você acorrentar sua moto a um resistente gancho chumbado ao solo, muro ou prendê-la a um poste ou grade, coisa nem sempre simples e disponível em todo o lugar que você for estacionar.

    Qual a melhor solução para acabar ou diminuir furtos e roubos? O ideal seria extinguir o comércio clandestino de motopeças mas isso só acontecerá quando os clientes desse tipo de mercadoria sumirem. Lembrando: furtar e roubar é crime, assim como comprar um componente sem origem determinada, o que coloca em um mesmo plano de ilegalidade quem rouba, quem furta, quem vende e quem compra.

    Enfim, as alternativas na guerra contra a bandidagem são muitas, mas a melhor de todas seria a conscientização da sociedade e o sempre necessário e nunca demasiado investimento em educação, concordam?    

    FOTOS:Roberto Agresti / G1

Autores

  • Roberto Agresti

    Roberto Agresti pilota e escreve sobre motocicletas há três décadas.

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