28/02/2011 10h39 - Atualizado em 05/04/2011 17h32

Médico explica como identificar e tratar a dengue

Infectologista e consultor Caio Rosenthal trouxe informações sobre doença.
Criadouro é capaz de espalhar mosquitos por até 1 quilômetro de distância.

Do G1, em São Paulo

O infectologista Caio Rosenthal, do Hospital do Servidor Público Estadual e do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, explicou os cuidados que a população deve ter com a dengue, no Bem Estar desta segunda-feira (28).

Um criadouro é capaz de espalhar mosquitos por até um quilômetro de distância, deixando várias ruas e casas em risco, segundo a Vigilância Sanitária. A fêmea do Aedes aegypti chega a pôr 200 ovos por vez, todos muito pequenos e capazes de sobreviver até um ano em áreas secas à espera de água para eclodirem. Essa água pode ser suja ou limpa, até uma piscina com cloro – em quantidade insuficiente para impedir o desenvolvimento do inseto.

dengue (Foto: Arte/G1)

No Tucuruvi, bairro de classe média da zona norte da capital paulista, foi encontrado foco de dengue em uma casa. Prova de que um simples pratinho de planta pode representar perigo. As larvas, que no começo ficam nadando, em semanas viram adultas e já podem picar as pessoas. Para quem gosta de plantas e quer mantê-las, é preciso ter cuidados como lavar frequentemente o pote e a raiz, onde os ovos costumam ser depositados.

Nas ruas, as larvas estão onde menos se espera: em copos, garrafas e plásticos descartados incorretamente pelas pessoas. De cada 20 pessoas contaminadas pelo vírus da dengue, uma ou duas ficam realmente doentes. Os sintomas levam, em média, uma semana para desaparecer e incluem dor na região frontal da cabeça, atrás dos olhos, no corpo e febre alta. Podem ocorrer, ainda, lesões pelo corpo, em órgãos como intestino, fígado e rins.

A dengue hemorrágica é a mais forte e mais comum quando a pessoa contrai a doença pela segunda vez. Além dos sintomas clássicos, pode haver dor de estômago, boca seca, manchas pelo corpo, sangue nas mucosas, nos olhos, na urina ou nas fezes.

Para o combate, são indicados repelentes com os princípios ativos picaridina ou DET, com concentração acima de 20%. No caso de famílias com crianças abaixo de 2 anos, a concentração ideal é de 10%.

Dengue no Brasil

Em 2010, o país registrou 1 milhão de casos de dengue, 15,5 mil deles graves. Este ano, até o dia 28 de janeiro, a doença já soma 26 mil casos (101 graves) e 12 mortes. A doença se torna ainda mais preocupante no verão, quando há condições mais favoráveis para a reprodução do Aedes aegypti. Atualmente, 16 estados têm risco muito alto de epidemia, e a notificação de ocorrências graves e mortes é obrigatória em até 24 horas.

O ministério pretende fazer o monitoramento diário de óbitos e semanal de casos graves em 70 municípios considerados prioritários neste momento. Essas cidades foram definidas pelo Levantamento do Índice Rápido de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), divulgado em dezembro de 2010. O indicador avaliou 178 cidades com alto índice de infestação pelo mosquito transmissor.

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