Coronavírus

Por G1


Evolução das mortes por coronavírus no Brasil desde 17 de março — Foto: Arte/G1

A Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), superou a marca de mil mortes no Brasil nesta sexta-feira (10). Balanço do Ministério da Saúde aponta o total de 1.056 mortes e 19.638 casos confirmados.

O país chegou a este número 44 dias após o primeiro caso registrado no país e 24 dias após após o registro da primeira morte (abaixo, nesta reportagem, saiba mais sobre o perfil das vítimas).

  • Os estados com mais mortes são: São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará e Amazonas, respectivamente.
  • Os estados com menos mortes são: Acre (2), Amapá (2), Rondônia (2), Mato Grosso (2), Mato Grosso do Sul (2), Roraima (3), Alagoas (3) e Sergipe (4).
  • Tocantins é o único estado que não registrou mortes

Mortes mais que dobram em uma semana

O total de mortes mais que dobrou desde a semana passada. Na sexta-feira (3), eram 432 mortes. O aumento em relação ao total divulgado nesta sexta-feira foi de 144%.

Mortes causadas por Covid-19 entre 3 e 10 de abril — Foto: Arte/G1

Na quinta-feira (9), eram 941 mortes. Em 24 horas foram confirmadas mais 115 vítimas, um aumento de 12%.

Casos de Covid-19 no Brasil — Foto: Arte/G1

Fila de testes e subnotificação

Somente no estado de São Paulo, cerca de 17 mil amostras estão na fila para a realização do teste que comprova a infecção por covid 19. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) denunciou o Instituto Adolfo Lutz ao Ministério Público e à Secretaria de Estado de Saúde pela perda de cerca de 20 mil amostras de pacientes que passariam por testes para comprovação de coronavírus. Segundo a entidade, uma fiscalização realizada na tarde de quinta-feira (9) no instituto encontrou indícios de irregularidades no armazenamento das amostras.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que a denúncia do Cremesp não procede e que a temperatura de armazenamento não interfere na análise do material. Segundo a Coordenadoria de Controle de Doenças, responsável pelo Instituto Adolfo Lutz, "sequer há 20 mil amostras no laboratório. São 17 mil, e as temperaturas de conservação adotadas não interferem na qualidade das análises", afirmou a pasta.

A coordenadoria informou ainda que "não foi oficialmente notificada, até o momento, mas está à disposição do Cremesp do Ministério do Público para esclarecimentos".

Na quinta-feira, durante apresentação do Ministério da Saúde, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira disse que o Brasil tem "127 mil casos" aguardando a "investigação laboratorial". Em nota nesta sexta, a pasta informou ao G1 que tratam-se de "testes gerais de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)" que ainda precisam ser realizados, e que vão investigar, além da Covid-19, também outros vírus. Levantamento da Fiocruz mostrou que o novo coronavírus já é responsável por 86% das internações por SRAG.

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Emergência em 5 estados e no DF

De acordo com o ministério, são considerados em estado de emergência para o coronavírus o Distrito Federal e os estados: Amazonas, Amapá, São Paulo, Ceará e Rio de Janeiro.

A justificativa para essa classificação é que essas unidades da federação tem taxa de incidência dos casos acima da média nacional.

Enquanto a "incidência nacional" é de 9,3 casos a cada 100 mil habitantes, o número chega a 23,3 no Amazonas.

Casos de coronavírus no Brasil — Foto: Arte/G1

Perfil dos mortos

  • A idade média das vítimas até agora é 66 anos, mas há entre os mortos jovens que tinham menos de 30 anos e também pessoas sem doenças prévias relacionadas (comorbidades) que predispõem o paciente a desenvolver um caso grave.
  • A maioria das pessoas com Covid-19 apresenta sintomas leves, a ponto de muitas vezes nem conseguir identificar o problema. O G1 reuniu depoimentos de quem conseguiu se curar da doença. Na fala deles, o sofrimento causado pela Covid-19, a superação que representou se recuperar e o pedido para que quem puder fique em casa.
  • O estado com maior quantidade de mortes é São Paulo, onde 540 pessoas não resistiram à doença - a maior parte delas estava na capital.
  • Até esta sexta-feira (10), somente Tocantins não havia registrado mortes.
  • Por outro lado, levantamento feito pelo G1 aponta que, até a última quarta-feira (8), 12,4% das cidades brasileiras têm pelo menos um caso de coronavírus; todas as capitais registraram casos.
  • Outros 87,6% dos municípios não haviam registrado nenhum caso até 8 de abril.
  • Até 4 de abril, 20 municípios concentravam 73% dos infectados pelo novo coronavírus no país.
  • Em relação ao número de infectados por cada 100 mil habitantes, as regiões com o maior índice são, respectivamente: 1ª região de Fortaleza (43,9), São Paulo (40,4), e Manaus, entorno, e Alto do Rio Negro (28,1).
  • O primeiro caso da doença no Brasil, registrado em 26 de fevereiro, foi de um homem com 61 anos que havia chegado de viagem à Itália, país da Europa mais afetado pela pandemia. A primeira morte confirmada no Brasil foi divulgada em 17 de março pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.
  • O primeiro paciente a morrer era um homem de 62 anos com histórico de diabetes, hipertensão e hiperplasia prostática — um aumento benigno da próstata.
  • Um bebê de Natal (RN) que morreu apenas cinco dias após o nascimento é a mais jovem vítima da doença no Brasil. No interior do Ceará, um bebê de três meses de idade também não resistiu à doença.
  • Também entre os mais jovens que morreram com a doença estavam, por exemplo, um adolescente de 15 anos, uma mulher de 28 que havia dado à luz dias antes e um rapaz de 23 anos. Entre os mortos, havia também grávidas como a fisioterapeuta Viviane Albuquerque, que tinha 33 anos e estava no 32º mês de gestação. Até a última terça-feira (7), tinham sido confirmadas ao menos oito mortes de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem com diagnóstico de Covid-19. Outras 11 mortes de profissionais da área seguiam sendo investigadas , segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Confen). Entre os profissionais de saúde mortos, estava uma técnica de laboratório de Goiás de 38 anos, uma técnica de enfermagem de Pernambuco de 55 anos e o médico de São Paulo chefe da urgência clínica da Unifesp.

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