Shari Broder concilia duas carreiras: como mediadora certificada, ajudando a resolver conflitos, e coach de hábitos alimentares saudáveis. Ela não prescreve dietas, até porque não tem formação na área médica, mas auxilia as pessoas a repensar a forma como se relacionam com a comida. Seu podcast, “Weight loss for foodies” (“Perda de peso para quem gosta de comer”), bateu a marca dos 190 episódios, enquanto a autora tira um período sabático para viajar pelo mundo. Reuni dez conselhos de Broder que são feitos sob medida para o fim do ano, essa época de comilança desenfreada: ela enumera as desculpas mais comuns que inventamos para nos convencer de que não há mal nenhum nos excessos alimentares que estamos prestes a praticar e desmonta a “racionalização” por trás delas. “Um dos segredos para manter o peso sem precisar de uma dieta é mudar a forma de pensar sobre comida, é saber lidar com os pensamentos que utilizamos para justificar a ação de comer quando não estamos realmente com fome”, ensina.
Comer em excesso: por que inventamos desculpas para justificar a gula — Foto: Alexas_Fotos para Pixabay
- Estou estressado
Talvez seja a desculpa mais utilizada. Encher a barriga pode criar uma sensação de bem-estar, mas pense que, a longo prazo, é capaz de se transformar num estresse ainda maior: por causa do sentimento de culpa de não seguir uma dieta saudável; porque seus exames vão espelhar as más escolhas; porque talvez sua aparência lhe traga incômodo. Meditação, exercícios respiratórios e caminhadas são opções melhores para aliviar a tensão.
- Eu mereço / Eu me comportei tão bem durante o dia todo...
Por acaso adicionar peso é algo que alguém mereça? O que nosso corpo merece é ser tratado com respeito e carinho. Se você tem autocontrole para mudar hábitos alimentares, vai usar esse argumento de araque para sabotar seus esforços? Pense numa lista de “presentes” como substituições: uma caminhada em contato com a natureza, um cochilo para recarregar as baterias, ou, se couber no orçamento, uma massagem relaxante.
- Mas é saudável!
O fato de um alimento ser saudável não significa que não engorde. Se seu organismo não precisa dessas calorias, elas serão armazenadas como… gordura!
- Tenho pena de desperdiçar
Você não é nenhum tipo de recipiente de descarte. Se sobrar comida, faça uma quentinha para o porteiro ou para algum morador de rua. Esse também é um bom motivo para saber dosar melhor a quantidade do que vem sendo comprado e preparado.
- Quase nunca tenho a oportunidade de comer isso
Pare para refletir: por que se deixar guiar pela ideia de escassez se você não faz parte de um grupo que é socialmente desfavorecido, ou seja, que não tem acesso a alimentos? Se sua dieta é saborosa e satisfaz seu apetite, não há motivo para entrar no “modo de privação”. Lembre-se antes de sucumbir à comilança natalina: é possível saborear os quitutes sem esganação.
- Estou de férias
É quase um desdobramento do “modo de privação”. Você pode experimentar novos pratos e sabores sem exagero, basta prestar atenção no seu corpo e nas suas necessidades. A hora de parar de comer é quando a gente já se sente razoavelmente satisfeito, e não "estufado".
- Mas é tão bom…
A comida é mais gostosa quando temos fome, portanto, não se empanturre. Vale a pena passar do limite e ficar cheio de gases, com problemas de digestão?
- Posso ficar com fome mais tarde
Comer preventivamente não é, com certeza, uma alternativa sensata. Se vai passar um longo período sem se alimentar, pode carregar um lanche leve, como castanhas ou um pequeno sanduíche, para acalmar o estômago quando ele começar a roncar.
- Depois compenso malhando
O exercício nos faz nos sentir bem, melhora nossa qualidade de vida. Não deveria ser uma espécie de punição por ter ingerido calorias em excesso. Aliás, é provável que a tal “compensação” não aconteça…
- Dane-se!
Quando você liga a chave do “dane-se!” e escolhe um prazer imediato, está comprometendo as conquistas a longo prazo. É uma forma negativa de se comunicar com seu eu, dizendo que não liga para si mesmo.