Mais de 140 mil pessoas morreram de sarampo em 2018, segundo dados da OMS
Há apenas três anos, em 2016, o Brasil recebeu o certificado oficial de erradicação do sarampo. Isso foi possível graças à vacina que, nas últimas décadas do século 20, passou a fazer parte do nosso Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Não deu outra: os casos foram progressivamente diminuindo e o vírus selvagem foi perdendo forças e capacidade de disseminação, à medida em que a grande maioria das pessoas – crianças principalmente – era vacinada e as campanhas de vacinação apresentavam altas taxas de cobertura vacinal.
Muitas vidas foram salvas.
Em 2019, o “inesperado” aconteceu: fomos surpreendidos por um surto de sarampo. Até o fim de outubro, o sarampo foi confirmado em 10.429 dos 49.613 casos suspeitos. O estado mais acometido foi São Paulo com 90,5% dos casos, seguido do Paraná e do Rio de Janeiro.
Porque o sarampo voltou? O que aconteceu?
Simples assim: o sarampo voltou porque deixamos de nos vacinar.
A cobertura vacinal caiu, nestes últimos anos, de 92% para 76%, que é muito baixa para conter o vírus. Resultado: o vírus não perdoou. Voltou com força total e neste último ano acometeu e matou pessoas desprotegidas e suscetíveis.
Cabe a reflexão: por que a cobertura vacinal diminuiu?
Por quais razões as pessoas deixaram de se vacinar?
Houve várias explicações para o inexplicável. Uns atribuíram as baixas coberturas ao sucesso das próprias vacinas, pois, à medida em que o sarampo e outras doenças, como difteria e tétano, deixaram de ser notícias, imediatamente também deixam de existir no imaginário humano. "Qual a razão para me proteger de algo que não me ameaça concretamente?", pensam alguns.
São Luís realiza Dia ‘D’ contra o sarampo — Foto: Honório Moreira
E, assim, pais e cuidadores deixaram de levar seus filhos aos postos de saúde.
Outros responsabilizaram o movimento antivacinas, que nos últimos tempos, e graças à visibilidade garantida pelas redes sociais, notabilizou-se por convencer pessoas de que as vacinas fazem mal.
Para quem ainda tem alguma dúvida: vacinas NÃO fazem mal. Algumas pessoas podem apresentar efeitos colaterais já conhecidos pela comunidade científica. Para uma vacina ser liberada para a população, precisa cumprir uma enormidade de exigências, controle internacional de eficácia e segurança.
São seguras TODAS as vacinas indicadas por instituições de credibilidade indiscutível, como a OMS (Organização Mundial de Saúde), por exemplo.
Fato é que com esses inimigos invisíveis não se brinca. Não os enxergamos, não os vemos, mas eles estão à nossa volta.
Felizmente temos as vacinas que nos dão segurança e tranquilidade para seguir em frente sem sustos e sem perdas irreparáveis.
Fica a dica para 2020: vacinem-se de acordo com as orientações das autoridades de saúde. Vacinas são, de longe, nosso melhor e mais eficaz seguro para uma vida saudável.
Que todos tenham um 2020 com muita saúde e paz.