02/12/2015 22h48 - Atualizado em 03/12/2015 10h02

Número de casos de Guillain-Barré dobra em 5 meses na Bahia, diz Sesab

De julho a novembro, casos confirmados saltaram de 29 para 64.
Dados foram divulgados nesta quarta (2), pela Secretaria de Saúde.

Do G1 BA

Mosquitos Aedes aegypti, transmissor da dengue. doença, vetor, inseto, transmissores, contágio. -HN- (Foto: Fabio Motta/Estadão Conteúdo)Mosquitos Aedes aegypti, transmissor de doenças
como dengue e zika (Foto: Fabio Motta/Estadão
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Os casos da Síndrome de Guillain-Barré na Bahia mais que dobraram nos últimos cinco meses, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (2) pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Do dia 7 de julho, quando foi divulgado o primeiro boletim com dados sobre a doença pelo governo, até novembro, o número de casos confirmados saltou de 29 para 64.

Uma mulher de 26 anos já morreu vítima da doença na Bahia. Os dois primeiros casos foram anunciados em junho.

A Síndrome Guillain-Barré é uma doença neurológica rara que, segundo especialistas tem relação com doenças virais, como o Zika Vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue.

"Esse problema está relacionado ao Zika Vírus. Quanto a isso, não temos nenhuma dúvida. A gente tinha levantado essa suspeita pela relação temporal das duas doenças, mas isso já foi confirmado com pesquisas recentes feitas pela Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz]. A gente, no entanto, não sabe ainda como isso ocorre. Ou seja, não tem como saber se uma pessoa que teve Zika terá a Guillain-Barré", disse ao G1 a infectologista Ceuci Nunes.

Segundo a Sesab, a síndrome começou no estado justamente após o surto de Zika, indentificada a partir de fevereiro de 2015, após diversas ocorrências de casos de uma doença com sinais e sintomas que se assemelham à dengue, mas com características clínicas diferentes, como manchas na pele e febre de baixa intensidade.

No dia 21 de maio, o Ministério da Saúde informou a validação da metodologia utilizada pelos pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) que identificaram a doença como Zika Vírus.

Na Bahia, os municípios com maior frequência de casos suspeitos de Zika são Salvador, Camaçari, Itabuna, Senhor do Bonfim, Monte Santo e Feira de Santana, Simões Filho, Santo Antônio de Jesus, Eunápolis e Alagoinhas, conforme último boletim divulgado pela Sesab, no dia 19 de novembro.

A doença
A Guillain-Barré causa fraquezas ascendentes, paralisia flácida, mas a doença pode agravar até causar paralisia na musculatura respiratória e, com isso, o paciente necessita de suporte ventilatório para auxiliar na respiração.

De acordo com informações do Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem 35 procedimentos para tratamento da síndrome, entre diagnósticos clínicos, cirúrgicos, de reabilitação e medicamentos.

"O medicamento utilizado é a imunoglobulina. O paciente precisa estar internado e em observação já que a medicação é venosa e pode ter efeitos colaterais", destaca a infectologista.

Em julho, 300 unidades do medicamento imunoglobulina, utilizado para o tratamento da Síndrome de Guillain-Barré, foram enviadas à Bahia pelo Ministério da Saúde para reforçar estoque por conta do aumento dos casos notificados da doença. Na época, a Sesab informou que possuia o medicamento e que o suporte extra do ministério foi uma medida preventiva devido ao aumento do número de casos.

A infectologista Ceuci Nunes alerta que, confirmada a relação com o Zika Vírus, a única prevenção é inibir a proliferação do mosquito. "Não existe outra prevenção senão acabar com o mosquito transmissor da Zika, que também está ligada com os casos de microcefalia", destacou.

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