Uma das bandas mais importantes do rock nacional dos últimos 20 anos se apresenta no sábado (23), na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador. O Raimundos é a atração principal da segunda noite do Festival Rock Concha, que conta ainda com o show dos baianos da Scambo.
O G1 conversou com o baixista e membro original da banda, Canisso, que falou sobre o show, público baiano, disco novo e o atual momento da banda. Confira o bate-papo:
Vocês já fizeram shows antológicos aqui em Salvador, ainda com a formação original, na Concha e outros locais. Você se lembra de alguns destes shows?
Lembro. Tenho fotos de um show na Concha, um calor imenso, a gente tocando de short e descalço. A Concha sempre teve uma energia diferente. O público fica na mesma altura da gente.
E o que vocês planejam para o show deste fim de semana?
A gente sempre vai tocar os clássicos, mas buscamos tocar também as músicas que todos participaram. A gente faz um apanhado da carreira, mas já estamos tentando inserir as músicas do disco novo. Acabei de gravar os baixos do disco. Gravamos em Los Angeles, mas eu tive problemas com o visto, então o baixo foi gravado aqui no Brasil.
Vocês foram confirmados no Lollapalooza do ano que vem. O que você acha do atual momento dos Raimundos?
Estou começando a ver como se estivesse completando um ciclo. A gente está conseguindo finalmente se desvencilhar do passado e virando uma realidade. Hoje, a gente não deve nada ao que aconteceu. Somos uma boa banda de festival, de palco pequeno, acústico, transitamos com facilidade por climas e estilos, estamos sempre demonstrando qualidade e verdade. O público é o maior termômetro. É só assistir a qualquer filmagem nossa e comparar a reação do publico com a de qualquer outro artista brasileiro. Nunca perdemos a identidade com quem está no publico. A banda é a continuação em cima do palco da molecada que está no público.
Ano que vem o disco de estreia do Raimundos completa 20 anos. Vocês estão planejando algo em especial para marcar a data?
Tocamos o disco na íntegra quando completaram os 15 anos, cinco anos atrás. Devem rolar uns shows surpresas com o disco inteiro. É muito bom. Agora finalmente tenho um baixo igual ao que usei na gravação daquele disco, então o som ao vivo será idêntico.
Vocês estão trabalhando no novo disco, chamado de “Cantigas de Roda” e que está sendo produzido pelo guitarrista e vocalista do Biohazard, Billy Graziadei. Como surgiu este contato com ele e como será o disco?
Já era uma coisa meio que estava rondando. A gente já tinha conhecido ele. O Caio [baterista do Raimundos] sempre foi muito fã do Biohazard e quando um amigo nosso apareceu com uma demo que o Billy produziu, de uma banda de Floripa, a gente ouviu e sentiu o upgrade que ele deu no som dos caras. Este próprio amigo nosso fez o contato com o Billy, que se colocou à disposição e fez um precinho camarada. Nós financiamos o disco através de um crowdfunding [financiamento coletivo]. Este disco só vai existir em forma física para os fãs. Não vai ter disco vendido em loja, só downloads. Será um disco típico dos Raimundos. Vai ter ska, forrócore, músicas pesadas, arrastadas, power ballads, musicas “peão” demais, que só a gente mesmo para ter coragem de lançar. Desde o início, temos esta característica de rirmos de nós mesmos. Trem bão é ser peão!