Baiano transforma sala de casa em presépio com Elevador Lacerda, trio elétrico, Cristo Redentor e castelos

Na infância, ele via a mãe montar presépios todos os anos, quando cresceu passou a ajudá-la. Os dois montavam a representação do nascimento de Cristo da maneira que a maioria dos brasileiros está familiarizada: Maria e José ao lado do menino Jesus na manjedoura. Porém, Antoniel tinha outras ideias e bastante criatividade.

"Eu dizia que quando tivesse a minha casa, montaria um presépio diferente, mas minha mãe dizia que eram todos iguais. Eu queria que o meu presépio representasse o mundo, com Cristo nessa diversidade, trazendo sua mensagem de amor", contou.

E assim ele fez. Quando foi morar sozinho, começou a montar o presépio "diferentão", que tem representações de países como Brasil e Japão, além dos continentes africano e europeu. A ideia começou com o Centro Histórico de Salvador e foi se expandindo para o mundo ao longo dos anos. Na obra, é possível encontrar representações de:

👉 Salvador - Elevador Lacerda, a Basílica do Senhor do Bonfim, Mercado Modelo, Farol da Barra, antigo estádio da Fonte Nova, cortejo do 2 de Julho, Farol da Barra e muito mais;

👉 Rio de Janeiro - Cristo Redentor e Pão de Açúcar;

👉 Belo Horizonte - Mercado Municipal e Pampulha;

👉 Brasília - Catedral metropolitana e Praça dos 3 Poderes;

👉 São Paulo - Catedral Metropolitana da Sé de São Paulo

Maria, José, os reis magos e o menino Jesus também estão lá, é claro. Eles fazem parte de uma etapa da obra reservada para a história completa do nascimento de Cristo, que começa com Maria descobrindo que está grávida através de uma visita do Anjo Gabriel.

"Eu costumo dizer que eu nasci em uma família católica e aprendi que o presépio você monta pra você, você que precisa gostar. Mas dá muita satisfação ver uma pessoa emocionada, as crianças encantadas", contou.

A montagem da obra dura mais de um mês. Neste ano, começou em 1º de setembro e foi concluída em 25 de novembro. Quem quiser visitar o presépio de Antoniel, pode dar uma bisbilhotada pela janela da casa dele, que fica aberta para os admiradores até o mês de janeiro.

O professor e dentista Francisco Simões também tem uma tradição natalina diferente. Há oito anos o baiano, que costumava montar presépios com a mãe a avó na infância, decidiu ter sua própria coleção com imagens de diversos países do mundo.

"Eu sempre amei essa época do ano e quando fui morar sozinho, quis fazer o meu próprio presépio também, seguir a tradição da família", explicou.

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O primeiro presépio era baiano e foi seguido de um do Peru, comprado em uma viagem em 2018. A partir daí, quando familiares e amigos viajavam e encontravam o símbolo natalino, lembravam de Francisco e traziam para ele de presente. Em dezembro, a casa do dentista passou a se transformar num verdadeiro intercâmbio de Natal.

E agora já são 200 presépios de diferentes nacionalidades: França, Grécia, Turquia, Haiti, Guatemala, Quênia e muito mais.

"A cada país, as roupas dos personagens, os animais e os cenários mudam, o que acho bem interessante. As vezes eles dão um toque do país, como a Torre Eiffel no presépio francês", contou.

Diferente dos anos anteriores, em 2024 os presépios de Francisco não estão em casa, mas expostos Igreja da Terceira Ordem de São Francisco, no Pelourinho, ponto turístico de Salvador. A exposição fica no local até o dia 5 de janeiro.

A exibição também é uma homenagem para a mãe do dentista, Dulce Simões, que faleceu em janeiro deste ano, aos 94 anos. Ela, que implementou a tradição na família, costumava ajudar o filho na montagem natalina.

"Com essa tradição, os presépios não são apenas meus, eles viraram dos meus amigos também, dos meus familiares. O Natal é mais do que uma troca de presentes, é essa presença", contou.

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