Por g1 AM


MP emite recomendação ao Governo do AM e ortopedistas para evitar possível paralisação de serviços no Hospital 28 de Agosto, em Manaus — Foto: Antônio Lima/Secom

O Ministério Público do Amazonas (MPAM) emitiu, no domingo (22), uma recomendação ao Governo do Estado e ao Instituto de Traumato-Ortopedia do Amazonas (ITO-AM) para que adotem todas as medidas necessárias afim de evitar a interrupção dos serviços no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus, às vésperas do Natal. A recomendação foi feita após uma fiscalização realizada no sábado (21) nas dependências da unidade hospitalar.

Diante da urgência da situação, a promotora de Justiça Luissandra Chíxaro, titular da 58ª Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos à Saúde Pública (PRODHSP), convocou a Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM), representantes da Organização Social Associação de Gestão, Inovação e Resultados em Saúde (Agir), que assumiu a gestão do HPS 28 de Agosto, do Instituto Dona Lindu, hoje Complexo Hospitalar da Zona Sul (CHZS), e médicos do ITO-AM, para uma reunião, nesta segunda-feira (23), na sede do MP.

A promotora fundamentou a recomendação no princípio da continuidade do serviço público, que impede a interrupção de serviços essenciais, como a saúde pública e o atendimento em prontos-socorros da rede pública.

A recomendação também levou em conta as evidências obtidas pelo setor de inteligência do MPAM, que capturou mensagens sugerindo que médicos ortopedistas vinculados à cooperativa ITO-AM suspendessem o atendimento em unidades do Hospital 28 de Agosto.

O MPAM orientou o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), a buscar a conciliação entre as partes e a tomar as medidas necessárias para garantir que as empresas médicas que prestam serviços à rede estadual não paralisassem as atividades em nenhuma unidade de saúde, adotando ações disciplinares, contratuais ou econômicas para assegurar o cumprimento dos deveres contratuais.

A cooperativa ITO-AM também foi orientada a manter suas atividades na rede estadual de saúde pública e cumprir com seus deveres prestacionais.

Para o MPAM, a possível paralisação coletiva de médicos, especialmente em momentos de alta demanda, pode configurar diversos crimes, como abandono de função, omissão de socorro, homicídio qualificado, lesão corporal, entre outros.

Em nota, o Governo do Amazonas informou que desde que tomou conhecimento dos fatos adotou medidas para garantir o funcionamento das unidades de saúde e o atendimento adequado para a população. Também afirmou que está à disposição para prestar os esclarecimentos necessários ao MPAM e ao demais órgãos de controle.

O g1 questionou o posicionamento do ITO-AM sobre a recomendação do MPAM, mas até a publicação desta reportagem não houve resposta.

Hospital 28 de Agosto passa por mudança de gestão

Hospital 28 de Agosto passa por mudança de gestão

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!