Praia da Ponta Negra está quase atingindo a cota proibida para banhistas — Foto: Willian Duarte/ Rede Amazônica
A praia da Ponta Negra, em Manaus, está interditada para banhistas a partir desta terça-feira (17) após o Rio Negro ultrapassar a cota mínima de segurança, estabelecida em 16 metros. A interdição foi anunciada pelo prefeito David Almeida no início da manhã de hoje.
De acordo com a medição feita pelo Porto de Manaus, nesta quarta, o Rio Negro atingiu a marca de 15,77 metros na capital amazonense.
A interdição da Praia da Ponta Negra, ponto turístico e principal balneário de Manaus, é recomendada a partir de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado em 2013, que prevê a medida de segurança quando o nível do rio atingir 16 metros.
Segundo a Prefeitura, o monitoramento das condições vem sendo realizado há mais de 15 dias com a solicitação de laudos do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e também das condições de balneabilidade pelo Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM).
Um dos laudos técnicos apresentados indica que o mergulho fica perigoso na praia da Ponta Negra quando o Rio Negro fica abaixo dos 16 metros. Nas últimas 24 horas, o rio baixou 22 centímetros.
Entre a serem adotadas estão a instalação de placas de aviso. O trecho de areia seguirá tendo seu uso livre por frequentadores para a prática de atividades físicas e de entretenimento. O funcionamento do calçadão e toda a estrutura do complexo seguem operando normalmente.
Em 2023, a cota mínima só foi atingida no mês de outubro, quando as autoridades interditaram a praia para o banho.
Situação de emergência
Na quarta-feira (11), o prefeito de Manaus, David Almeida, assinou um decreto de situação de emergência com validade de 180 dias devido à seca severa que afeta o Rio Negro na capital. A medida visa implementar ações para atender às necessidades das comunidades ribeirinhas impactadas e inclui a capital na lista de municípios que devem receber recursos do Governo Federal.
Veja como foi a descida no nível do Rio Negro em setembro:
- ⬇️ 1 de setembro: 19,73 metros;
- ⬇️ 2 de setembro: 19,53 metros;
- ⬇️ 3 de setembro: 19,26 metros;
- ⬇️ 4 de setembro: 19,01 metros;
- ⬇️ 5 de setembro: 18,75 metros;
- ⬇️ 6 de setembro: 18,49 metros;
- ⬇️ 7 de setembro: 18,23 metros;
- ⬇️ 8 de setembro: 17,98 metros;
- ⬇️ 9 de setembro: 17,73 metros;
- ⬇️ 10 de setembro: 17,47 metros;
- ⬇️ 11 de setembro: 17,21 metros.
- ⬇️ 12 de setembro: 16,97 metros.
- ⬇️ 13 de setembro: 16,75 metros.
- ⬇️ 14 de setembro: 16,50 metros
- ⬇️ 15 de setembro: 16,25 metros
- ⬇️ 16 de setembro: 15,99 metros
- ⬇️ 17 de setembro: 15,77 metros
Seca no Amazonas faz prefeitura de Manaus decretar emergência por 180 dias
Impactos da seca
A praia da Ponta Negra não é o único ponto turístico de Manaus que sofre diretamente com os impactos da descida dos rios. A seca que afeta o Amazonas vai fechar temporariamente o Museu do Seringal, localizado no Rio Negro, a partir desta segunda-feira.
A população ribeirinha da região metropolitana de Manaus também vem enfrentando os impactos da seca severa que atinge o estado para conseguir comprar alimentos e insumos.
A seca já está mudando o cenário da orla da cidade. Bancos de areia estão surgindo no meio do rio, forçando as embarcações a se afastarem e ficarem cada vez mais longe do local onde costumavam atracar, próximo à via pública.
Seca do Rio Negro em 2024 — Foto: Willian Duarte/ Rede Amazônica