O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, rebateu nesta sexta-feira (18), em Manaus, a fala em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classifica a Corte como "acovardada". A afirmação foi divulgada após a quebra de sigilo de interceptações telefônicas do ex-presidente pelo juiz Sérgio Moro.
"O Supremo jamais esteve acovardado. A história do Supremo Tribunal Federal é uma história de coragem e de protagonismo, respeitando a Constituição nos momentos de crise", afirmou Lewandowski.
O ministro do tribunal participou do 7º Simpósio de Integração Jurídica - Aspectos Legais da Atuação do Exército na Faixa de Fronteira, realizado na capital do Amazonas.
A frase de Lula sobre o Tribunal surgiu em uma conversa com a presidente Dilma no dia 4 de março, após a condução coercitiva que o obrigou a depor na Polícia Federal. Na ocasião, Lula fez críticas a várias outras instituições, quando criticava a Operação Lava Jato.
"Nós temos um Supremo totalmente acovardado, nós temos um Superior Tribunal de Justiça totalmente acovardado, um Parlamento totalmente acovardado, somente nos últimos tempos é que o PT e o PC do B é que acordaram e começaram a brigar. Nós temos um presidente da Câmara f...*, um presidente do Senado f...*, não sei quanto parlamentares ameaçados, e fica todo mundo no compasso de que vai acontecer um milagre e que vai todo mundo se salvar", disse Lula a Dilma.
Operação Lava Jato
A Polícia Federal deflagrou a 24ª fase da Operação Lava Jato no dia 4 de março. Entre os alvos da nova fase está o ex-presidente Lula. Ele foi levado para prestar depoimento à Polícia Federal.
Além de Lula, também foram alvos das buscas e apreensões três filhos do ex-presidente e pessoas próximas a ele, como o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e a assistente Clara Ant. Houve mandados ainda contra sócios dos filhos de Lula e membros das construtoras Odebrecht, OAS e UTC.
O objetivo da investigação é levantar provas de que o ex-presidente possa ter sido beneficiado diretamente com os esquemas de desvios de recursos da Petrobras, descoberto pela Lava Jato.
Segundo o Ministério Público Federal, há ainda indícios de que Lula tenha recebido um apartamento no Guarujá e um sítio, como forma de pagamento pelas vantagens dadas a construtoras envolvidas nos casos de corrupção.