Por Cau Rodrigues, Heliana Gonçalves, Michelle Farias, g1 AL


  • A mina da Braskem que está sob risco de colapso já cedeu quase 2 metros em três dias. A velocidade da movimentação é de 62 cm por dia, segundo a Defesa Civil Municipal.

  • A Braskem é responsável por 35 minas de extração de sal-gema, mineração apontada como principal causa do afundamento do solo em Maceió, que afetou cinco bairros.

  • Existe a possibilidade de o desabamento da mina 18 afetar duas minas vizinhas, o que abriria uma cratera da largura do estádio do Maracanã.

  • Com o desabamento, a água da lagoa, terra e detritos seriam escoados para dentro da cratera. Esse fenômeno tornaria a água da lagoa salgada, afetando o ecossistema da região.

  • O problema começou em 2018. Desde então, mais de 14 mil imóveis foram desocupados, afetando diretamente quase 60 mil pessoas.

Entenda risco de colapso de mina da Braskem em Maceió

Entenda risco de colapso de mina da Braskem em Maceió

Segundo informações da Defesa Civil Municipal, a mina estava cedendo a 62 centímetros por dia, mas essa velocidade diminuiu para 24 centímetros por dia.

As primeiras rachaduras em casas e ruas que lançaram luz sobre o problema surgiram em 2018. De lá para cá, mais de 14 mil imóveis foram desocupados em 5 bairros da cidade, afetando 55 mil pessoas. O colapso na mina 18, localizada no bairro do Mutange, pode abrir uma cratera do tamanho do estádio do Maracanã.

Antes do alerta de colapso, não era feita a medição da movimentação de uma mina específica, mas de toda a região que antes era explorada pela mineração, por isso não é possível fazer uma comparação de quanto a mina cedeu antes do alerta.

O bairro do Mutange já havia sido completamente evacuado desde que o problema começou. Nos bairros vizinhos também houve evacuação, mas não completamente. Algumas dezenas de famílias ainda permaneciam no Bom Parto, Bebedouro e Pinheiro. Mas a possibilidade do desastre fez muita gente sair voluntariamente e até um hospital transferiu todos os seus pacientes.

Quem se recusava a sair dos imóveis que ficam nos arredores do Mutange, foi obrigado mediante ordem judicial. Os moradores questionam a maneira como a retirada está sendo feita, já que reivindicaram realocação durante anos, mas só foram retirados da região depois da decisão judicial.

A Defesa Civil reforça a área no entorno das minas deve ser evitada, inclusive o tráfego de embarcações na Lagoa Mundaú, onde parte das minas está localizada. Quando houver o desabamento, a água da lagoa, terra e detritos serão escoados para dentro da cratera. Segundo a Defesa Civil, esse fenômeno tornaria a água da lagoa salgada e toda a área de mangue na região seria impactada "de forma bastante trágica".

A Braskem, empresa responsável pela mineração, informou que continua monitorando a situação da mina 18 e que "continua tomando todas as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências" e segue colaborando com as autoridades competentes.

LEIA TAMBÉM:

Vale esse 01/12 Mina de extração de sal-gema em Maceió cede quase 2 metros em 72 horas — Foto: Arte/g1

Bairros de Maceió podem afundar e moradores saem de casa às pressas

Bairros de Maceió podem afundar e moradores saem de casa às pressas

Assista aos vídeos mais recentes do g1 AL

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!